Eles decidiram paralisar as atividades apesar de os aeronautas (que trabalham nos voos) terem decidido na tarde de hoje aceitar a proposta de aumento de 6,5% feita pelas companhias aéreas, suspendendo assim a greve marcada para começar às 23h.
A representação dos aeroviários e aeronautas no País é complexa, uma verdadeira "sopa de letrinha" de siglas. A maior parte dos aeroviários está sob o guarda-chuva do Sindicato Nacional dos Aeroviários, ligados à CUT. No entanto, os trabalhadores de Recife, Guarulhos e Campinas têm sindicatos independentes, mas ligados à mesma central. Já os municípios de Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo têm suas próprias representações, só que são ligadas à Força Sindical.
As entidades tomam decisões independentes. Manaus e Rio, por exemplo, aceitaram a proposta patronal inicial - de reajuste de 6,17%, equivalente à inflação pelo INPC - no início da semana. Assim, a paralisação deverá afetar o aeroporto do Galeão, no Rio, mas não o Santos Dumont. Os funcionários do Galeão estão divididos entre sindicatos da CUT, ligados ao SNA, e sindicatos ligados à Força Sindical. Estes últimos já fecharam acordo com as empresas aéreas nesta semana e não entrarão em greve.
O Sindicato Nacional dos Aeronautas aceitou ontem a proposta de 6,5%, assim como os aeroviários de Recife e Guarulhos. Segundo a assessoria de imprensa do sindicato dos aeroviários, eles continuam reivindicando aumento de 10%.
Há atraso de voos, mas o check-in está operando normalmente e trabalhadores de outras categorias estão se revezando para manter o funcionamento normal. A presidente do sindicato, Selma Balbino, estava nesta noite no aeroporto internacional do Rio realizando manifestação com pessoal de pista, reunidos do lado de fora da entrada. Eles vão reavaliar a situação a cada seis horas, para decidir se mantêm ou não a paralisação.
A Secretaria de Aviação Civil, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informaram que o número de atrasos nos aeroportos hoje foi 40% inferior ao mesmo dia da semana de 2010 (quinta-feira). Por volta de 20h30m, havia 7,1% de voos atrasados em Belo Horizonte, 4,5% em Brasília e 21% no Galeão, segundo o site da Infraero. Não havia atrasos em Fortaleza. Na quinta-feira antes do Natal de 2010, esse índice atingiu 38,01% das 2.031 partidas programadas.
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, determinou na véspera que pelos menos 80% dos aeronautas e aeroviários trabalhem nas vésperas do Natal e Ano Novo. Se a determinação não for cumprida, os sindicatos das duas categorias poderão pagar multa diária de R$ 100 mil. -- [Avacalharam completamente com o direito de greve no Brasil, e a culpa é de todos os envolvidos: trabalhadores, governo, legislativo e justiça trabalhista. Essa greve aeroviária em apenas quatro cidades é uma prova cabal disso. Serviço essencial não pode ser interrompido, nem fortemente prejudicado -- quem insistir deve ser preso. E a piada de mau gosto é que grevista brasileiro faz baderna, não raramente invade e destrói patrimônio público, ninguém do lado grevista paga o prejuízo , e ainda por cima os baderneiros brigam (literalmente) para receber os dias de greve!! Servidores públicos fazem greve, um absurdo tipicamente tupiniquim, porque o chamado "direito de greve" para essas categorias ainda não foi regulamentado -- o exemplo mais gritante disso foi a esdrúxula, absurda, irresponsável e baderneira recente greve dos bombeiros do Estado do Rio. Além da baderna, greve brasileira também virou sinônimo de palhaçada, com os grevistas se fantasiando do que lhes dá na cabeça, como mostra a foto abaixo.]
Funcionários fazem greve no Aeroporto Internacional de Brasília - (Foto: Pedro Ladeira/AE).
Nenhum comentário:
Postar um comentário