Os gastos com pessoal e encargos pelo governo federal comprometem cada vez mais o orçamento público, limitando um crescimento mais consistente do investimento em ano de crise internacional. Mesmo sem contemplar
reajustes adicionais para os servidores públicos, aposentados e
pensionistas que ganham mais de um salário mínimo, essa despesa
abocanhou R$ 203,24 bilhões do orçamento de 2012, que foi aprovado na
noite de quinta-feira pelo Congresso Nacional.
Segundo o relatório do deputado Arlindo Chinaglia, se confirmado esse
número, do ano 2000 até o final de 2012, haverá uma expansão de 249%
desses desembolsos. Em 2000, o gasto do governo com pessoal e encargos
foi de R$ 58,240 bilhões. Neste ano, já se verifica uma redução do ritmo
de expansão. A expectativa é de que essa despesa chegue a R$ 199,765
bilhões no acumulado de janeiro a dezembro -- valor 1,8% maior do que
previsto na peça orçamentária de 2012.
Mas só não foi verificada uma aceleração desses dispêndios nas contas de
2012 porque prevaleceu, durante as negociações para aprovação do
orçamento, o discurso do governo de que é preciso conter o avanço de
despesas obrigatórias para garantir a expansão do investimento e,
consequentemente, do emprego em um ano de crise internacional. Por isso,
foram atendidos os pleitos para reajustes dos servidores públicos do
Judiciário, Ministério Público da União, Legislativo e das
aposentadorias acima do salário mínimo não foram atendidos.
O único compromisso assumido pelo governo no Plenário do Congresso
Nacional é que será instituída uma mesa de negociação para criar uma
política permanente de valorização das aposentadorias e pensões acima do
salário mínimo e discutir os pleitos dos servidores.
O orçamento de 2012 prevê investimento de R$ 79,7 bilhões, valor 37,58%
maior do que a proposta encaminhada pelo Executivo (R$ 57,93 bilhões). O
aumento da destinação feita pelo Congresso Nacional foi feita em
detrimento da elevação dos salários. Dos R$ 79,7 bilhões, R$ 42,4
bilhões serão destinados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O PAC perdeu, segundo Chinaglia, algo em torno de R$ 100 milhões -
dinheiro que acabou sendo remanejado para atendimento de emendas
parlamentares.
Na quinta-feira, antes mesmo da aprovação do orçamento, o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Congresso Nacional entendeu os
argumentos do governo de que em ano de crise internacional não é o
momento de aprovar projetos que contribuam para o aumento do gasto
público.
[O funcionalismo público federal já somava em 2009 o expressivo número de 542.843 servidores civis ativos, e só no governo Lula (o Nosso Pinóquio Acrobata) esse número havia crescido 11,75% de 2003 a 2009! O que esse pessoal consome de dinheiro é uma barbaridade, e não há a menor dúvida de que o país pode funcionar muitíssimo bem com bem menos gente pendurada nos cabides das repartições públicas.]
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