A viagem de quatro dias de Obama à América Latina tem o objetivo de restabelecer a liderança americana na região, no momento em que a presença e o poder da China crescem de São Paulo a Santiago. O presidente americano terá problemas para reduzir ou controlar a presença chinesa em uma região tradicionalmente considerada pelos EUA como seu "quintal". A abstenção dos BRICs (Brasil, Índia, Rússia e China) na recentíssima decisão do Conselho de Segurança da ONU sobre a intervenção militar na Líbia, fortemente inspirada e estimulada pelo EUA, à véspera do início da viagem latino-americana de Obama, é considerada por analistas como uma operação articulada pelos quatro países e uma prova do nível de articulação entre eles, sobretudo próximo do encontro que terão em breve na China.
Funcionários da Casa Branca dizem que os EUA não estão agindo em confronto econômico com a China na América Latina, e classificam sua viagem como uma iniciativa para gerar negócios para o país, estreitando laços com mercados de rápido crescimento como o Brasil. Mas o tamanho da comitiva presidencial, incluindo quatro membros de seu gabinete, e a realização da viagem em meio a discussões sobre o orçamento e múltiplas crises, como a da Líbia, reforçam o argumento de que os EUA têm consciência de que perderam terreno na América Latina quando a região se volta para o oriente em busca de oportunidade econômica. No ano passado, a China ultrapassou os EUA como maior parceiro comercial do Brasil, e os chineses superam também os americanos no comércio com a Argentina e o Chile. Leia mais.
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