Durante oito anos funcionários do governo americano recorreram a Dennis Montgomery, um programador de computador da Califórnia, por uma tecnologia fantástica que, segundo ele, poderia apanhar terroristas. Agora, o governo não quer nada com ele e faz tudo o que pode para manter secretos os negócios dele com Washington. O Departamento de Justiça, que nos últimos meses conseguiu mandados de proteção de dois juízes federais, mantendo longe da corte detalhes da tal tecnologia, alega estar protegendo segredos de estado que, se divulgados, poderiam colocar em risco a segurança nacional. Mas outros envolvidos no caso dizem que, na realidade, o governo está tentando não se expor publicamente ao ridículo por ter sido feito de bobo por Montgomery.
Entrevistas com mais de vinte funcionários do governo e com terceiros, e uma revisão de documentos mostram que Montgomery e seus associados receberam mais de 20 milhões de dólares em contratos governamentais, alegando que um software que ele havia desenvolvido poderia impedir um próximo ataque da Al Qeda aos EUA. Mas, tudo faz crer que a referida tecnologia é um embuste, e uma série de órgãos do governo, incluindo a CIA e a Força Aérea, repetidamente não detetaram os sinais de alerta por ela emitidos, segundo atestam as entrevistas e os arquivos.
O software patenteado por Montgomery -- que, segundo ele, é capaz de, entre outras coisas, encontrar planos secretos nas transmissões da rede árabe Al Jazeera; identificar terroristas a partir de vídeos de aviões espiões Predator; e detetar ruídos de submarinos hostis -- deflagrou um alarme falso internacional que levou o presidente George W. Bush a ordenar que aviões mudassem de rota sobre o Atlântico em 2003. Leiam mais.
Dennis Montgomery
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