Finalmente tem-se notícia de que, ainda que em parte e apenas financeiramente, a Igreja Católica começa a sentir o peso da Justiça pelos horrendos crimes de abusos sexuais praticados por seus padres, das mais diversas hierarquias. No entanto, o Vaticano até hoje não teve a dignidade, e muito menos a coerência religiosa, de punir exemplarmente esses criminosos com o rigor máximo à sua disposição no âmbito estrito dos cânones católicos. Assim como todos os seus antecessores, o Papa Bento XVI só tem produzido frases de efeito, nada de ação concreta contra esses criminosos.
A ordem religiosa dos jesuítas, a eminência parda da Igreja Católica com sede em Roma, concordou em pagar, nos EUA, 166 milhões de dólares a cerca de 500 vítimas de crimes sexuais e psicológicos. Essa indenização é considerada a terceira maior relacionada com escândalos de pedofilia paga pela Igreja Católica nos EUA. A maioria das vítimas são indígenas que vivem em reservas e povoados remotos do noroeste do país, para onde, segundo as acusações, eram destinados os padres mais problemáticos. Eis aqui outra faceta da atuação abominável da Igreja Católica: em vez de eliminar esses padres "problemáticos", preferia enviá-los para lugares remotos, como se a distância física e o nível sócio-cultural das populações por eles "atendidas" fossem suficientes para eliminar a necessidade de qualquer medida corretiva mais rigorosa.
Os casos envolvem a demarcação de Oregon da ordem dos jesuítas. Seu âmbito territorial cobre os Estados de Oregon, Washington, Alasca, Idaho e Montana. Um dos advogados das vítimas disse em comunicado que alguns deles levaram 40 anos esperando por uma indenização. "Não há dinheiro que possa devolver uma infância perdida, uma cultura destroçada e uma fé desfeita em cacos", diz ele. Leia mais.
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