O exército israelense criou uma unidade especializada em espionar ONGs estrangeiras, visando com isso, segundo fontes oficiais, neutralizar o que o governo considera "uma campanha para deslegitimizar Israel" por parte de numerosas ONGs de tendência esquerdista, principalmente europeias.
A palavra "deslegitimização" tem sido muito usada ultimamente por setores conservadores israelenses. Em princípio, o termo se refere àqueles que disciutem o direito à existência do "Estado Judeu", como Israel se auto-entitula. Mas, com frequência cada vez maior, o termo se aplica a críticas contra a ocupação da Cisjordânia e ao bloqueio de Gaza, que não questionam o Israel reconhecido pela ONU, com as fronteiras de 1967. Um porta-voz militar israelense explicou ao jornal Haaretz que "existe uma clara distinção entre a crítica legítima a Israel e os esforços de alguns para solapar seu direito de existir. A nova unidade do exército coletará informação sobre qualquer grupo estrangeiro que defenda a imposição de sanções a Israel, fomente campanhas de boicote ou que promova o julgamento de ocupantes de altos cargos civis e militares israelenses por crimes de guerra, porque tudo isso é considerado "deslegitimização".
O primeiro alvo dessa espionagem militar será a organização islâmica turca Fundação para a Ajuda Humanitária, que em maio de 2010 organizou a viagem de uma flotilha para romper o bloqueio de Gaza -- a interceptação dessa flotilha resultou na morte de nove ativistas turcos -- e está programando fazer a mesma coisa em maio próximo. Leia mais.
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