Vale a pena de vez em quando dar uma olhadinha no site Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br ) para conhecer bastidores da imprensa e de notícias que só ali se pode ver. Pode-se, por exemplo, tomar conhecimento de um estranho "engavetamento" pela revista Veja, por seis longos meses, de uma importante e cabeluda entrevista que fizera com o ex-governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal (DF) -- feita em setembro de 2010, ela só foi publicada e explorada pela Veja em 17 de março de 2011!
Em artigo publicado no Observatório da Imprensa de 22 de março, o jornalista Washington Araújo levanta essa lebre e questiona coerentemente os motivos que teriam levado aquela revista a engavetar por seis meses uma entrevista explosiva como aquela. Nessa oportunidade o ex-governador Arruda monta uma metralhadora giratória e acerta antigos companheiros de partido -- como os senadores Agripino Maia, Demóstenes Torres, Cristovam Buarque e Marco Maciel -- atingindo também os deputados ACM Neto, Rodrigo Maia e Ronaldo Caiado, sobrando bala ainda para o agora deputado Sérgio Guerra, presidente do PSDB.
Em seu artigo, Washington Araújo mostra-se justificadamente perplexo, "com todas as pulgas aninhadas à volta da orelha" como diz ele, com o timing da publicação da entrevista. Por que a Veja só em março de 2011 levou ao conhecimento de seus leitores uma bombástica entrevista feita em setembro de 2010, sobre um escândalo de corrupção que nesta época (set/2010) agitava o país e teve graves consequências políticas, levando inclusive à renúncia e à prisão de Arruda, sem contar os estragos feitos em outras biografias políticas? Como é que uma revista que é carne de pescoço quando quer infernizar a vida de alguém esconde por seis meses uma entrevista de conteúdo tão bombástico e explosivo? Esta é certamente uma pergunta que ficará sem resposta, mas é lícito pensar que debaixo desse angu tem caroço ... Leia aqui.
Na mesma edição de 22 de março do Observatório, o jornalista Claudio Julio Tognolli também aborda essa tão estranha atitude da Veja em um artigo com o ótimo e sugestivo título "Veja, a gaveta profunda".
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