Em editorial de hoje o The Washington Post afirma que a insurreição árabe alcançou o Iraque, e que a agitação lá se assemelha à ocorrida no Egito, na Tunísia ou no Iêmen. Milhares de pessoas vão para as ruas nas sextas-feiras e são confrontadas com jatos de água, gás lacrimogênio e, às vezes, com munição real. Dezenas foram mortos, e o governo adota medidas repressivas para interromper as manifestações incluindo a agressão e a prisão de jornalistas e intelectuais.
Contudo, o Iraque é também uma democracia rudimentar e o que está acontecendo ali é singular na região. Os manifestantes não estão demandando um novo sistema político, mas sim que o atual comece a lhe prestar melhores serviços e maior segurança. Em resposta, o Primeiro Ministro Nouri al-Maliki não apenas está recorrendo ao uso da força, mas deu aos seus ministros o prazo de 100 dias para gerar resultados e prometeu também programar eleições locais. Seus principais rivais políticos têm assento no Parlamento. Assim, se houver mudança de regime no Iraque ela muito provavelmente se dará por meio de um golpe parlamentar.
Por tudo isso, os EUA têm tanta razão para se preocupar com o Iraque como têm com a Líbia, o Bahrain e o Iêmen. Revoluções que derrubam autocracias, mesmo aquelas aliadas aos EUA, podem ser benéficas se levarem a regimes mais liberais. Mas algumas alternativas para o ainda frágil sistema político do Iraque são sombrias: guerra civil sectária, como a que devastou o país em 2006, ou outro governante autoritário. Leia mais.
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