quinta-feira, 24 de maio de 2012

PIB da Alemanha sobe e país supera temores de recessão

A Alemanha cresceu 0,5% no primeiro trimestre devido a uma recuperação das exportações, confirmando a força da maior economia da Europa até agora, mas também soando um sinal de alerta sobre a potencial vulnerabilidade a mais problemas na zona do euro.

Os dados de crescimento sazonalmente ajustados por preços e calendário, que confirmaram uma estimativa anterior, mostraram que a Alemanha superou confortavelmente os temores de recessão depois de encolher 0,2% no final do ano passado. Segundo informou nesta quinta-feira o Escritório Nacional de Estatísticas (Destatis), em bases anuais a economia alemã cresceu 1,2% nos mesmos termos ajustados.

Os resultados da primeira revisão do Produto Interno Bruto (PIB) ficaram em linha com pesquisa feita pela Dow Jones com especialistas e confirmam estimativas feitas pelo Destatis e publicadas no início do mês. A contribuição mais significativa para o crescimento do PIB no período foi o comércio líquido, que somou 0,9 pontos porcentuais ao total. As exportações subiram 1,7% no trimestre após recuarem 1,5% nos últimos três meses de 2011, e o consumo privado avançou 0,4% após uma contração de 0,2% no quarto trimestre do ano passado.

As exportações e importações alemãs registraram em março um recorde absoluto, anunciou nesta segunda-feira o Escritório Federal de Estatísticas, Destatis. As exportações totalizaram 98,3 bilhões de euros em março, uma alta de 7,3% na comparação com fevereiro e de 15,8% em ritmo anual. As importações alcançaram 79,4 bilhões de euros, uma alta de 3,1% mensal e 16,9% em ritmo anual, segundo o Destatis. Os números representam um recorde absoluto desde o início das estatísticas em 1950. A balança comercial de março teve um saldo positivo de 18,9 bilhões de euros em valor nominal, ou 15,2 bilhões de euros em dados ajustados.


 A economia da Alemanha superou a de seus parceiros depois de se recuperar da crise financeira de 2008 e tem consistentemente ignorado as preocupações com a dívida que afetam países periféricos da zona do euro e se espalham pelo bloco. "Enquanto a zona do euro está ainda buscando crescimento, a Alemanha tem isso", disse o economista do ING Carsten Brzeski. "A queda dos estoques, entretanto, foi um claro alerta para o crescimento nos próximos trimestres, refletindo um enfraquecimento nas novas encomendas". Uma queda nos estoques subtraiu 0,4 ponto percentual do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

[A Alemanha continua sendo a locomotiva da Europa, confirmando a pujança de sua economia -- a questão que se apresenta é saber até quando ela conseguirá se manter como uma ilha de prosperidade num ambiente que vem desmoronando pelas beiradas. Suas principais exportações têm altíssimo valor agregado, e incluem veículos automotivos, maquinaria, produtos químicos, dispositivos elétricos e tecnologia de telecomunicações. O problema é que a maioria delas destina-se à própria Europa -- seus principais importadores são França, Reino Unido, Itália e Estados Unidos. Neste time, todos têm problemas em suas economias, sendo a Itália, de longe, o caso mais grave. O gráfico abaixo mostra dados históricos das exportações alemãs nos últimos dez anos (clique na imagem para ampliá-la).]


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