[Os avanços em TI, cibernética, informática, computação, internet e afins são simplesmente impressionantes! Gasta-se hoje aproximadamente a mesma computação para responder a uma
busca no Google que toda a computação feita -- em voo e em terra -- para todo o programa Apollo. No momento em que se celebra o feito da sonda Voyager 1 -- lançada há 36 anos pela Nasa -- ter deixado nosso sistema solar e ingressado no espaço intergalático, fica-se sabendo que seu computador tem 240 mil vezes menos memória que o celular iPhone 5 da Apple, como nos informa reportagem de Bruno Capelas publicada ontem no blogue Link do jornal Estadão e reproduzida abaixo. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]
Ao ultrapassar a fronteira do sistema solar na quinta-feira, 12, a
Voyager 1 alcançou um novo marco na história da exploração do espaço.
Entretanto, a espaçonave não tem uma tecnologia tão avançada quanto pode
se pensar.
Lançada em 5 de setembro de 1977, a Voyager 1 tem apenas 40 kilobytes de
memória, 240 mil vezes menos que os 16 gigabytes ostentados pelo iPhone
5. Os computadores da nave são capazes de processar 8 mil instruções
por segundo – coisa ínfima para a maioria dos smartphones, que em média
lidam com 14 bilhões de instruções por segundo.
O sistema de transmissão da Voyager 1 também parece um pouco obsoleto se
visto com os olhos de hoje: para se comunicar com a Terra, é usado um
emissor de 22,4 Watts [a bateria típica de um celular tem 3 watts], o equivalente à energia de uma lâmpada de
geladeira. Ao chegar aqui, entretanto, após 17 horas viajando na
velocidade da luz, o sinal se reduz a 0,2 bilionésimo de Watt.
No que diz respeito à bateria, entretanto, a Voyager 1 dá um banho de
desempenho no iPhone: seu suprimento de energia usa plutônio, e foi
feito para ficar 88 anos funcionando – o que significa que ainda haverá
comunicação com a nave durante algum tempo.
Algumas de suas funções, porém, foram desabilitadas: é o caso da câmera
fotográfica, uma vez que a nave se encontra em um ambiente tão escuro
que seria impossível obter imagens de lá. Outra curiosidade sobre a nave
é a “Gravação Dourada” – um disco com dados sobre a civilização
terrestre, para serem lidos por alienígenas que encontrarem a nave. [Quem estiver interessado em uma pincelada sobre o sistema de transmissão de mensagens das sondas Voyager pode dar uma olhada no resumido artigo "Como as sondas Voyager conseguem transmitir mensagens de rádio de tão longe?"]
Entre os dados da gravação, estão 115 imagens de homens e animais,
saudações em 55 línguas diferentes, uma mensagem do ex-presidente
americano Jimmy Carter e uma seleção de 90 minutos de música, que inclui
de Beethoven e Mozart a Chuck Berry.
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