quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Eletrobras terá que demitir mais para compensar queda de receita

[Em 11 de setembro de 2012, exatamente 11 anos depois que as torres do World Trade Center em Nova Iorque foram derrubadas por terroristas, uma pilota brasileira -- de brevê comprado na esquina -- conhecida como Dona Dilma, a doce, atingia em cheio a torre central do setor elétrico brasileiro (que abrigava a Eletrobras e seu sistema de empresas) com um foguete chamado MP 579.  A Eletrobras, holding do setor estatal, foi acertada em cheio. O setor elétrico como um todo foi severamente atingido  e ainda hoje, passado um ano da explosão do MP 579, não conseguiu se recuperar. Para compensar a enorme perda de receita, a Eletrobras teve que organizar um PDV - Programa de Desligamento Voluntário, que teve a adesão de 4.300 empregados. A empresa se vê agora forçada a fazer um novo PDV para tentar equilibrar suas finanças, como nos conta a reportagem abaixo da Folha de S. Paulo de hoje.  A empresa está perdendo mão de obra preciosa, que em muitos casos não conseguirá jamais formar novamente. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

O Programa de Desligamento Voluntário da Eletrobras, que teve adesão de 4.300 funcionários até julho, não foi suficiente para reduzir os custos da companhia. Por isso, a empresa vai abrir mais uma rodada do programa este ano, informou o presidente da estatal, José da Costa Carvalho Neto. A Eletrobras sofreu uma brusca queda de receita com a renovação das concessões das usinas hidrelétricas que tinham vencimento em 2015, dentro do planejamento do governo de reduzir o custo das tarifas elétricas para o consumidor. 

Segundo Carvalho Neto, o objetivo é chegar a 5.400 empregados. Agora, o programa será aberto também para os empregados da Eletronuclear, e reabrir o processo em Furnas. A empresa evitava estender as demissões para a Eletronuclear, devido à alta especialização necessária para a operação das usinas nucleares. "Teremos que fazer mais coisas (projetos), mas com menos pessoal", afirmou o executivo durante o Energy Summit 2013.

Na Eletronuclear, a expectativa é de que se consiga uma adesão de entre 400 e 500 pessoas, e o restante seria conseguido em Furnas.

Salários

De acordo com Carvalho Neto, a demissão de antigos funcionários, os que mais aderem ao programa, ajuda a reduzir os custos da empresa porque os salários são muito altos.  "20% dos empregados do nosso quadro mais antigo tinham salários maiores dos que os empregados novos", explicou.  Com as demissões a Eletrobras pretende cortar 30% dos seus custos nos próximos 3 anos. Para efetuar as demissões dos 5.400 empregados a companhia estima gastar cerca de R$ 2 bilhões.

A empresa está passando por uma grande reestruturação e na próxima semana apresenta ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o resultado de um estudo feito pelo Banco Santander sobre as distribuidoras de energia que foram federalizadas pela Eletrobras. A previsão era de que o estudo fosse entregue esta semana.  Segundo Carvalho Neto, a conclusão do estudo é de que as seis distribuidoras passem por um processo de Parceria Público Privada, mas ainda não foi definido se a Eletrobrás continuará com o controle das companhias. [Duvido seriamente que alguma empresa privada queira operar sob o controle da Eletrobras, uma empresa pesada e extremamente sujeita a ingerências políticas, especialmente nessa década petista e particularmente sob o governo da Dama de Ferrugem que, mesmo não entendendo nada do ramo, mete o bedelho em tudo do setor.]

Um projeto de reestruturação maior, que inclui governança corporativa e uma nova configuração para a holding -- que poderá ser dividida por área de negócio em geração, transmissão e distribuição -- ficará pronto no final deste ano e será implantado em 2014.

Ele informou ainda que a Cemig e a francesa EDF estariam interessadas em substituir a Alupar no consórcio para construção da usina hidrelétrica de Sinop, que ganhou o leilão de energia para entrega em 2018 (A-5). Isso se a Alupar decidir realmente sair da parceria, o que ainda não está definido, ressaltou o executivo.  "A Alupar ainda está analisando, mas já tem interessados, como a Cemig e a EDF e um outro grupo estrangeiro com atuação no Brasil", disse, sem revelar o nome do terceiro interessado.

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