O pessimismo com a economia do Brasil e a piora em alguns indicadores, como o desempenho das contas públicas, levaram o Brasil a perder oito posições no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) deste ano.
Entre 2012 e 2013, o país caiu da 48ª para a 56ª posição -- entre 148 nações. México, Costa Rica e África do Sul, que tinham nota inferior à brasileira um ano antes, são exemplos de países que passaram à frente.
Ilustração: Editoria de Arte/Folhapress - Fonte: Folha de S. Paulo.
O índice mescla dados estatísticos, como expectativa de vida, matrículas
do ensino básico e inflação, com a opinião de 2.000 executivos do país
sobre problemas que emperram os negócios. São 12 os tópicos analisados, como infraestrutura, inovação e
sofisticação dos negócios. Em 11 deles, o Brasil perdeu pontos. Só
conseguiu manter o 9º lugar no item tamanho de mercado.
Responsável por analisar os dados do Brasil, Carlos Arruda, da Fundação
Dom Cabral -- entidade associada ao WEF -- diz que o país teve uma
avaliação negativa tanto nos dados estatísticos quanto na percepção dos
executivos.
"A estatística é olhar o passado e as entrevistas são o que pensam os
que tomam decisões futuras", diz Arruda. "A percepção é que as coisas
não estão tão ruins mas poderiam estar melhores".
Os dados são dois terços da nota. Neste conceito, o Brasil perdeu pontos
principalmente na gestão econômica, tópico composto exclusivamente por
informações estatísticas. O Brasil caiu 13 posições, de 62º para 75º.
A pesquisa captou que o endividamento do governo aumentou e a poupança
doméstica encolheu, o que afetou o desempenho do país, apesar da
inflação em 2012 (5,84%) ter cedido em relação à de 2011 (6,5%).
Os itens em que o Brasil mais perdeu, contudo, são eficiência do mercado
de trabalho (de 69º para 92º) e eficiência do mercado de bens (de 104º
para 123º). A opinião dos executivos representa de 80% a 70% da nota. Os
executivos foram entrevistados entre fevereiro e abril deste ano.
Arruda afirma que a percepção é que o Brasil não fez reformas durante a
bonança, como flexibilizações no mercado de trabalho, e agora isso é
mais difícil. Além disso, observa que o país tem avaliação negativa em
itens relacionados à burocracia, como os procedimentos aduaneiros.
Parte da piora do Brasil, porém, se deve a uma mudança na metodologia do
indicador, que passou a computar carga tributária sobre a folha de
pagamentos neste ano. O Brasil já entrou mal avaliado no quesito, apesar
das desonerações do governo.
"Medidas como essa [desonerações] são tidas como paliativas e não para
valer. A pesquisa tende avaliar negativamente ações casuísticas", diz
Arruda.
O economista André Sacconato, da Brain -- associação que reúne bancos e
entidades como a Cetip e BM&FBovespa e que tem como objetivo
desenvolver um ambiente favorável de negócios no Brasil --, pondera que
se trata de um índice relativo, ou seja, leva em conta o desempenho dos
demais países.
"O país não está muito pior do que no ano passado. O mercado de trabalho
não piorou desde então. Mas se não melhorou e os outros, sim, o país
perde posições", afirma.
A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda informou que o
ministro estava em trânsito para a Rússia, onde participa do encontro do
G20, e não poderia comentar a pesquisa.
Quais seriam as causas? Seria a falta de infraestrutura generalizada? Seriam as intervençoes cirúrgicas de açougueiro nas contas públicas? Seria a perda de credibilidade internacional em que nos encontramos?
ResponderExcluir7 de Setembro de 2013: O dia do TROMBONE!
Comprem um qualquer.