quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Escondidos na pusilanimidade do voto secreto, 172 deputados cúmplices mantêm mandato de companheiro condenado e preso

Como, mais que a lei, a boa educação recrimina e impede a publicação de texto com palavras obscenas, pus o dicionário Houaiss ao meu lado para escrever esta postagem sobre mais um ato imoral e covarde perpetrado na Câmara dos Deputados ontem. Já manifestei antes minha posição sobre o Congresso Nacional.

Comecemos por uma das definições vernaculares de malfeitor: "que ou aquele que comete crimes ou ações condenáveis". Posso então, com uma infalibilidade papal, dizer que são malfeitores os 172 deputados que ontem impediram a cassação do mandato do também malfeitor e seu vizinho de quarto Natan Donadon. E se formos examinar os anais de temas e votações da Câmara, veremos que o números de malfeitores na "Casa" é muitíssimo superior a isso.

Passo então a uma das definições castiças de quadrilha: "bando de malfeitores". Posso então, sem risco de incorrer em sofisma, afirmar que há naquela "Casa" uma quadrilha de 172 malfeitores à volta de Natan Donadon, protegendo-o.

Não sei a pena normalmente aplicada a crimes contra a honra, só sei que a minha honra e a de milhões de brasileiros foi novamente violentada e, mais uma vez, não haverá punição para isso. Isso me revolta profundamente. Não há porque falar na honra dos 172 malfeitores, porque não há como falar do vácuo -- e se houver algum resquício disso naquelas criaturas, não encontrará comprador nem em xepa de feira.

Considero um marginal e um covarde o possuidor de mandato eletivo que não tem a hombridade de votar aberta e explicitamente sobre qualquer tema, assim como é marginal a "Casa" legislativa que consagra e aceita a pusilanimidade como base e argumento de decisões. Em tempo -- no Houaiss, 1ª ed., 2001, pág. 1852: "marginal: 9. p.ext. que vive à margem do meio social em que deveria estar integrado, desconsiderando os costumes, valores, leis e normas predominantes nesse meio;". No caso presente temos então, explícita e inequivocamente, 172 marginais e malfeitores cúmplices de um colega condenado e preso pela justiça. Pelo Houaiss -- "cúmplice: 1.DIR.PEN que ou o que contribui de forma secundária para a realização de crime de outrem; 2. p. ext.infrm. que ou aquele que colabora com outrem na realização de alguma coisa; sócio, parceiro; (...) 4. que possibilita, favorece, concorre na realização de algo". Por via de consequência, a casa legislativa chamada Câmara dos Deputados é cúmplice em mais uma milionésima imoralidade.

As imoralidades e indecências de todos os naipes e gabaritos com que diuturnamente nosso Parlamento agride e ofende o país são facetas graves de uma crise de valores extremamente preocupante que nos atinge cada vez mais contundentemente.

As manifestações de rua estão descambando velozmente para atos de puro vandalismo, sem que a sociedade e os governos reajam correta e eficientemente em defesa da democracia.

A imagem e os valores do país como nação respeitável são avacalhados quando nossa diplomacia age ridiculamente como sequestradora de um político asilado em nossa embaixada.

Juízes da Suprema Corte se agridem verbalmente em público como se estivessem numa rinha de briga de galos.

Parlamentares e ministros transformam a Força Aérea Brasileira em sua transportadora particular, alguns poucos "compensam" o malfeito com gorjetas e fica tudo resolvido.

Temos um governo ridículo, incompetente e irresponsável, que mente ao país e ao mundo maquiando as contas públicas e usando o dinheiro do contribuinte como se estivesse gerindo as contas da dona de casa Dilma Rousseff.

Temos uma presidente absolutamente grosseira, sem o mínimo de compostura de estadista, que governa o país com o fígado, desopilando toda a bílis acumulada em seus anos de chumbo de guerrilheira e misturando alhos com bugalhos, como péssima chef que é.

E a corrupção corre solta, livre e desenfreada, por baixo e por cima do pano, como nunca se viu neste país.

A contribuição da década petista para tudo isso é incomensurável.

Antes que me venha mais um acesso de raiva perigoso, vou ficando por aqui. Mando os 172 marginais malfeitores cúmplices e toda a Câmara dos Deputados para o limite inferior dos infernos, com todos os impropérios que o vernáculo contém. E o Senado vai no vácuo. E tento me preparar física e moralmente, pois depois da eleição de 2014 tudo pode ficar ainda inimaginavelmente pior.


Um comentário:

  1. Vasco,

    Minha sugestão é que você comece a escrever um texto para o Genoíno que irá trabalhar de dia na câmara e a noite se recolher à prisão.

    Agenor

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