terça-feira, 13 de agosto de 2013

Brasileiro vai pagar mais R$ 100 milhões por outra lambança do governo Dilma no setor elétrico, desta vez no rio Madeira

[O dia em que alguém tiver tempo, paciência e liberdade para quantificar as incontáveis besteiras e mentiras de nossa supersimpática Dona Dilma no setor elétrico, principalmente a partir de seu biênio no MME-Ministério de Minas e Energia (2003-2005), o Brasil cairá de costas em seu berço esplêndido. Se incluir as mancadas no gás e no petróleo e os rombos na Petrobras, aí então!... Basta dar uma olhada nos marcadores "Setor Elétrico" (ver por exemplo, esta postagem) e "Petrobras" do blogue. A história fantástica e quase inacreditável da vez (só não o é de todo porque fazer sandices deixou de ser raridade no setor elétrico sob o jugo da nossa doce ex-guerrilheira) é a denúncia do jornalista Daniel Rittner publicada pelo jornal Valor Econômico de ontem e reproduzida no site do Ilumina - Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético. No texto abaixo, tirado deste último site, os negritos são de responsabilidade do Ilumina.]

Erro de ministério limita o uso da energia do Madeira

Daniel Rittner/De Brasília


Um grave erro de planejamento do Ministério de Minas e Energia impedirá que parte da energia produzida até o fim do ano pelas duas usinas do rio Madeira, em Rondônia, seja escoada para o restante do país. Se toda a geração de Santo Antônio e de Jirau for transmitida para o sistema interligado nacional, há risco de queima das turbinas instaladas, o que causaria prejuízos gigantescos. Juntos, os dois empreendimentos estão orçados em quase R$ 30 bilhões. A restrição só será resolvida em dezembro, com a instalação de equipamentos que estavam fora do projeto original das usinas. Enquanto isso, a alternativa é limitar o escoamento a um nível muito inferior ao previsto.

Os sistemas de supervisão e controle dos equipamentos das usinas e do complexo de transmissão não são compatíveis. A falha foi detectada no fim de 2010, mas só em junho deste ano ela apareceu em um documento público: a ata do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. Na reunião, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registra "preocupação" com carta recebida do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na qual o problema é relatado. Até então, a falha vinha sendo tratada por meio de ofícios, sem divulgação pública, provocando constrangimento entre as empresas envolvidas e órgãos do governo em torno da dimensão do erro identificado.

Dos 3.030 MW de potência instalada até dezembro nas duas usinas, conforme a previsão original das empresas, apenas 1.100 MW poderão ser efetivamente destinados ao abastecimento. Caso haja tentativas de escoar mais energia do que esse limite operacional, as turbinas das hidrelétricas correm o risco de queimar. São essas restrições, não previstas no planejamento, que pegaram as empresas de surpresa e levarão ao desperdício de parte da energia. 

Esse desperdício só não será tão grande por causa de uma circunstância que também não pode ser motivo de comemoração: houve atraso nas obras de geração. As duas usinas continuam em obras, com suas turbinas entrando gradualmente em operação. Com esse atraso, as hidrelétricas do Madeira deverão estar com pouco mais de 2 mil MW de potência instalada até o fim do ano. E as turbinas já em funcionamento não poderão ser acionadas a plena carga, porque dezembro ainda não é o pico do período chuvoso, atenuando os efeitos do erro de planejamento do governo.

Comentários do Ilumina:


Além do erro básico de estudo de queda que faz com que o remanso de uma usina “afogue” o canal de fuga da usina a montante, agora mais um absurdo. Erros de coordenação de equipamentos de controle impedem o escoamento do total da energia das usinas.

A tabela acima mostra a “engenharia financeira” governamental para viabilizar (ou inviabilizar, considerando os erros) esses projetos. Dentre as jabuticabas, a “concorrência” entre duas pernas da Eletrobrás. Furnas e Chesf de um lado e Eletrosul e Chesf do outro, talvez seja uma das mais curiosas.
 
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[Quem quiser se embasbacar e se revoltar mais, basta ler a outra matéria do Valor Econômico sobre o assunto: "Falha em projeto limita geração de energia no Madeira" -- aqui, o interessado ficará sabendo que essas duas usinas estão recebendo investimentos totais de R$ 36 bilhões. Desse mesmo artigo foi tirada a ilustração abaixo:
 
Erro de cálculo - Traçado da transmissão entre as usinas do Madeira e Araraquara - (Ilustração: Valor Econômico).

No Globo de hoje, reportagem de Mônica Tavares também sobre essa lambança no Madeira, reproduzida igualmente no site do Ilumina, nos dá conta de que "Um erro na conexão entre a linha de transmissão e as duas usinas hidrelétricas do Rio Madeira (RO) — Jirau e Santo Antônio — vai pesar no bolso dos consumidores brasileiros. Eles terão que pagar cerca de R$ 100 milhões, mesmo recebendo somente uma parte da energia gerada pelas usinas".
 
Em qualquer país decente, todo mundo envolvido nessa sequência absurda, inexplicável e inaceitável de malfeitos e desacertos seria responsabilizado criminalmente, preso e chamado a cobrir os prejuízos causados. Em se tratando de governo petista e do histórico de acobertamento e/ou leniência com irregularidades nesta última década de governo, corremos novamente o sério risco de sermos assaltados sem direito a ter o dinheiro de volta e a ver a punição dos culpados. Se somarmos a esse malfeito do Madeira a operação de desmanche da Eletrobras e de seu Sistema, as dezenas de parques eólicos prontos mas sem poder operar por falta de linhas de transmissão (desperdício de bilhões de reais), a mentira da redução tarifária que poderá nos custar R$ 18 bi via Tesouro Nacional, etc, veremos apenas uma modesta faceta dos enormes danos causados ao país por esse blefe chamado Dilma Rousseff.]
 

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