De longa data a Suiça impinge ao mundo a imagem hipócrita de um país "neutro", com um conceito de neutralidade que só os suiços podem conceber e entender. Os famosos canhões suiços Oerlikon, por exemplo, foram fartamente supridos aos nazistas na Segunda Grande Guerra, tendo sido utilizados nas três armas de Hitler (marinha, exército e aeronáutica), mas foram usados também pelas marinhas americana, inglesa e canadense.
No próximo domingo os suiços votarão em um plebiscito sobre a manutenção ou não do porte de armas. Segundo dados de 2007 do Instituto de Estudos Internacionais, de Genebra, enquanto os EUA tinham 90 armas de fogo para cada 100 habitantes, a Suiça tinha 46 para cada 100, sendo superada apenas pelo Iêmen (61) e pela Finlândia (56). A Suiça exporta material bélico para mais de 70 países, um negócio que lhe rendeu 727 milhões de dólares em 2009 e gerou mais de 6.000 empregos. Apesar dessas estatísticas, Pierre Rusconi, presidente regional da União Democrática de Centro, a principal força política do país, não crê que a exportação de armas coloque em questionamento a neutralidade e a vocação pacifista da Suiça, nem seu papel de mediador eficiente em conflitos internacionais ... Não é impressionante?!! Dando sequência à hipocrisia tipicamente suiça desse raciocínio, ele completa dizendo que "as fábricas de armas foram criadas na Segunda Guerra Mundial para permitir ao país ser independente militarmente, e "tentar" (as aspas são minhas) evitar a venda de armas para países beligerantes". Esse cidadão fala como se o resto do mundo fosse ignorante e não soubesse pelo menos da história da Oerlikon ... Tobia Schnebli, ativista do Grupo por uma Suiça sem Exército (GSse) afirma que "os jornalistas internacionais que estão cobrindo a revolta no Egito foram ameaçados pelo exército nacional com fuzis suiços". Leia mais.
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