quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Afinal, os celulares representam ou não um perigo para a saúde de seus usuários?

Volta e meia surgem notícias, estudos e relatórios sobre os riscos que os celulares podem ou não trazer para a saúde de quem os utiliza. A explosão do uso desses aparelhos gera inquitação quanto aos perigos potenciais que apresentam as ondas eletromagnéticas em radiofrequência geradas por esses telefones. O potencial cancerígeno dessas ondas é o grande temor que preocupa os cientistas, diz uma comunicação publicada ontem. Entretanto, não têm sido até o momento conclusivos os estudos epidemiológicos que mostram uma relação entre a utilização dos celulares e a frequência de incidência de tumores no cérebro.

O site francês L'Internaute publicou ontem um artigo sobre uma pesquisa realizada pela Dra. Nora Volkow e sua equipe, dos Institutos Nacionais de Saúde (NHI, em inglês) dos EUA, em 2009, com 47 pessoas para examinar os efeitos dos celulares sobre as atividades cerebrais em uma zona determinada do cérebro -- a Dra. Nora é diretora do Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas (NIDA, em inglês) dos EUA.

Os telefones foram colocados alternadamente no ouvido direito e no esquerdo, enquanto os cérebros dos usuários eram observados por uma câmera tomográfica de pósitrons. Esses usuários receberam também duas doses sucessivas de um medicamento para medir o metabolismo da glicose no cérebro (um indicador importante da atividade cerebral), uma vez com o celular ligado -- sem som -- durante 50 minutos, e depois com o celular desligado. Os pesquisadores não constataram variação desse metabolismo no conjunto do cérebro, mas puderam medir diferenças significativas na zona cerebral localizada perto da antena do celular ligado, onde o metabolismo da glicose estava cerca de 7% mais elevado comparado ao período em que o celular estava desligado. "Esses resultados mostram que o metabolismo do cérebro humano é sensível aos efeitos das ondas magnéticas quando ele (o cérebro) é exposto por longo tempo ao uso desses aparelhos", disseram os pesquisadores, sem no entanto explicar a razão disso. Segundo eles, "outras pesquisas serão necessárias para determinar se essas ondas poderiam ser potencialmente nocivas à saúde humana a longo prazo". Leia mais.
Dra. Nora D. Volkow, Diretora do NIDA (EUA).

2 comentários:

  1. Amigo VASCO:

    Vamos ver se agora vai.
    Desde os tempos do SINCROCICLOTRON na UFF (1967-1969)me interessei pelos aspectos da radiação sobre o SER HUMANO. Na época, essas radiações eram do tipo IONIZANTE. Aprendemos como medi-alas e como nos proteger delas.
    Depois, já na EMBRATEL, passei a conviver com a RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES, as ondas eletromagnéticas, em ampla faixa de frequencia.
    Decidi conhecer um pouco mais sobre os efeitos desse tipo de radiação sobre os tecidos humanos,
    principalmente quando assumi cargo na Região Norte da EMBRATEL, que abrangia toda a Amazonia Legal mais o Maranhão.
    As tecnicas utilizadas à época exigiam transmissores de alta potência, operando em faixas de frequencia que poderiam causar danos aos seres humanos, se muito próximos dessas fontes.
    Consegui então adquirir um equipamento de medição desses indices de radiação, e fiz medições em diversas estações na região de Belém,estendendo depois as medições para as demais estações da área que nós eramos responsáveis.
    Resultado: NENHUM NÍVEL DE RADIAÇÃO PREJUDICIAL AO SER HUMANO FOI ENCONTRADO.
    Voltando ao Rio, assumi o Laboratório da EMBRATEL, e minha preocupação com o possível perigo foi estendida ao país inteiro. Com novo medidor mais moderno e sens´vel aos campos eletromagnéticos, comandei um processo de medição em TODAS as estações da EMBRATEL, e o resultado foi o mesmo.
    Logo em seguida, a holding TELEBRÁS resolveu criar um grupo de trabalho, com representantes de várias emprêsas do Sistema, e MULTIDISCIPLINAR, vale dizer, envolvendo pessoal especializado em diversas áreas.
    Foi assim criado um grupo com a presença de engenheiros, médicos do trabalho, físicos, etc.,
    para discutir o assunto e criar regras e padrões que pudessem ser utilizadas em recomendações ao Ministério do Trabalho, transformadas em modificações da NBR, até então omissas (acho que até agora) sobre os níveis de exposição à radiações eletromagnéticas.
    Particularmente, informo que minhas medições foram fator decisivo pra mostrar que NÃO HAVIA RISCO AO SER HUMANO, enquanto as estações e equipamentos estivessem funcionando dentro de suas características. Tal fato foi citado no relatório final do Grupo.
    Entretanto, há que se fazer um apêndice; SEMPRE HOUVE UMA DEMANDA SINDICAL POR AUMENTAR OS SALÁRIOS DOS TRABALHADORES, propugnando o pagamento de ADICIONAIS por INSALUBRIDADE OU POR PERICULOSIDADE.
    Acho que AÍ SE INSERE A QUESTÃO ATUAL.
    A potência emitida por um aparelho celular é insuficiente para aquecer uma ÚNICA COLHER DE CHÁ de água.
    O efeito principal da radiação eletromagnética é o AQUECIMENTO.
    O melhor exemplo é o FORNO DE MICROONDAS que usamos em nossas residências, e NINGUÉM DEIXA DE USAR O APARELHO POR CONTER RADIAÇÃO QUE, SEM PROTEÇÃO, PODE MATAR!!!
    Concluo afirmando: NÃO HÁ RISCO NENHUMPARA O USUÁRIO OU PARA A POPULAÇÃO COM O USO DOS APARELHOS CELULARES>

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  2. Caro Levy,

    Grato pelo comentário. Como engenheiro eletricista, passei boa parte da minha vida profissional ouvindo e lendo muitos alertas e recomendações sobre os possíveis efeitos danosos do campo eletromagnético de linhas de transmissão sobre seres humanos, mas não me lembro de ter lido nenhum relatório definitivo e conclusivo sobre esse assunto.

    Algo parecido deve estar ocorrendo com os celulares. Apesar de não ser do ramo, ouso fazer breve e superficial análise (não tenho como aprofundá-la) do relatório da pesquisa da Dra. Nora em contraposição ao seu comentário. Acho que de início alguns aspectos desse trabalho precisam ser destacados: - a) é um estudo recente (de 2009) de uma entidade respeitável dos EUA, coordenado por uma profissional de currículo também respeitável; - b) o relatório reconhece, de maneira honesta, que seus resultados não são conclusivos e que novas pesquisas são necessárias para determinar os efeitos sobre a saúde humana a longo prazo; - c) me parece que esse estudo da Dra. Nora aborda um aspecto novo na avaliação dos efeitos do uso prolongado de celulares sobre o cérebro e a saúde das pessoas, que não creio tenha sido abordado nos testes de que você participou, que é o efeito das radiações desses aparelhos sobre o metabolismo da glicose no cérebro humano -- como esse metabolismo é considerado um indicador importante da atividade cerebral e foi constatado um aumento nele de 7% na zona do cérebro próxima à antena do celular ligado durante os testes, me parece absolutamente coerente que se lance um alerta sobre isso e sobre a necessidade de se pesquisar isso mais a fundo.

    Não acho pois que a conclusão desse trabalho invalide ou se oponha aos testes feitos na Embratel, mas sim os complementa com um fato novo, e considero portanto prematuro afirmar-se categoricamente que os celulares são absolutamente inofensivos, sem ressalvar a necessidade de uma complementação das pesquisas da Dra. Nora.

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