Sob o título "As confusões do aluno Obama no Oriente Próximo", o francês Le Monde publica hoje um correto e implacável editorial sobre o estado de confusão com que o governo americano atuou e continua atuando na crise egípcia. Aqui, a palavra "confusão" é empregada no sentido de "estado em que a pessoa não consegue raciocinar e decidir prontamente, hesitação, perplexidade, embaraço" (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Ed. Objetiva, 1ª edição, 2001, pág. 799).
"Insuficiente", foi o comentário de Obama em relação à fala de Mubarak pela televisão ontem, em que o mandatário egípcio anunciava delegar suas prerrogativas de chefe de estado ao seu vice-presidente Omar Suleiman, mas que não deixaria no momento a presidência. A expressão de contrariedade de Obama ilustra um dos aspectos mais expressivos dessa crise: a relativa impotência dos EUA para influenciar seriamente nos acontecimentos. Os americanos não parecem ser capazes de exercer uma influência determinante nem sobre um de seus aliados mais íntimos na região, nem sobre os movimentos de rua no Egito.
Washington hesita desde o início da crise. Qual lado escolher? De um lado, um aliado fiel, subvencionado com bilhões de dólares, mas que é um ditador; do outro, um movimento que o contesta em nome de valores que são caros aos EUA. Os americanos não querem o caos, nem colocar em risco a paz egípcio-israelense, mas também não querem ser os bandidos de uma história que na realidade vem se desenvolvendo praticamente sem sua participação. Leia mais.
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