O nepotismo irresponsável, escandaloso e abusado de Renan Calheiros
[Nossos políticos -- incluindo os presidentes das duas Casas (da Mãe Joana) do Congresso, parlamentares, ministros e a cumplicidade por ação ou omissão da nossa doce e sorridente Dona Dilma -- continuam agindo como dantes no quartel de Abrantes. Para eles, as manifestações nas ruas são recreativas e não precisam ser levadas a sério. No dia em que a casa acabar caindo sobre eles dirão que não foram avisados, não soou a sirene de alerta. Tomara que não haja sobreviventes. A reportagem abaixo (de Josie Jeronimo) é da revista Isto É de 26 deste mês de julho.]
Às vésperas de dar à luz o neto de Renan Calheiros, a veterinária
Paula Meschesi foi nomeada para o Senado com salário de R$ 17 mil. Em
2011 e 2012, sua mãe e irmã também garantiram emprego na Casa.
O contracheque da veterinária Paula Meschesi mostra que no mês de junho
seus rendimentos brutos chegaram a R$ 26,7 mil, somados o salário, a
antecipação da gratificação natalina e o auxílio pré-escolar.
Especialista em ciências biológicas, ela trabalha na secretaria de
Educação à Distância do Senado como coordenadora de dois cursos online
intitulados “Fundamentos da Administração Pública” e “Excelência no
Atendimento”, que ensina alcançar a “eficácia no atendimento por
telefone”.
O emprego de Paula é o cargo dos sonhos para muitos
concurseiros que lotam as aulas de preparatórios para conseguir uma vaga
no serviço público. Mas, ao contrário desses aspirantes ao
funcionalismo, a veterinária conseguiu o salário base de R$ 17,1 mil sem
passar por nenhum processo seletivo. Paula Meschesi foi nomeada no dia
21 de julho de 2006 por um daqueles famigerados atos secretos do
ex-diretor do Senado, Agaciel Maia. Na época, grávida e casada com
Rodolfo Calheiros, filho do atual presidente do Senado, Renan Calheiros,
que naquele ano também presidia a Casa. Tudo leva a crer que a nomeação
da nora de Renan foi feita às pressas, porque àquela altura a gravidez
estava num estágio bastante avançado. Uma semana depois de efetivada no
cargo, a veterinária pediu uma licença de 120 dias para dar à luz o neto
de Renan, Renzo Calheiros.
PRIVILEGIADA
Mãe do neto de Renan, Paula está no Senado desde 2006.
Podem acusar Renan de tudo, menos de não ter sido generoso com a família
da mãe de seu neto. Em fevereiro de 2011, menos de cinco anos depois de
garantir emprego no Senado à sua nora, Renan nomeou a mãe dela, a bela
Mônica Meschesi, para dar expediente em seu gabinete. Na ocasião, Renan
não era mais presidente do Senado, e sim líder do PMDB na Casa. No ano
passado, de volta ao comando do Congresso, Renan fez mais. Articulou um
emprego para a tia do seu neto Renzo. Irmã de Paula, Eduarda Meschesi
entrou para o Senado pela porta da terceira-secretaria da Casa. Em
fevereiro desse ano, foi transferida para a quarta-secretaria. A jovem
funcionária tem regime especial de frequência e não é obrigada a
registrar presença nos pontos digitais espalhados pelas dependências do
Senado.
TUDO EM CASA
Mônica (à esq.) e Eduarda Meschesi trabalham, respectivamente,
na liderança do PMDB e na quarta-secretaria.
Atualmente, a mãe do neto de Renan encontra-se rompida com o filho do
presidente do Senado, mas engana-se quem pensa que a família Meschesi
esteja desamparada. Pelo contrário. Tanto a nora de Renan quanto sua mãe
e irmã permanecem nos respectivos cargos. O salário de Mônica no mês
passado foi de R$ 2 mil. Já o salário de Eduarda foi de R$ 1,6 mil e
mais R$ 700 em auxílios. Em junho, os rendimentos das três integrantes
da família Meschesi, somados, ultrapassaram a casa dos R$ 30 mil.
CANETA SELETIVA
Renan diz que só é responsável por uma
nomeação, a da avó de seu neto.
Procurado pela ISTOÉ, Renan, por meio de sua assessoria, se
responsabilizou apenas pela nomeação da avó de seu neto. Já Paula
Meschesi, alegou Renan, não foi nomeada por ele, mas pelo ex-senador
Adelmir Santana. Ou seja, no mínimo, essa situação se enquadraria num
caso clássico de nepotismo cruzado.
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[Fotos do artigo: Divulgação; Adriano Machado/AG. Isto É.]
Não resta dúvidas de que esse indivíduo é impune permanentemente. Parece que imagina o povo brasileiro como motivo de curiosidade e de pãndega. O seu limite é o infinito. Legal, hein?
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