[Nestes tempos indigestos, a espionagem do Big Brother americano sobre nossas vidas é mais um ingrediente para nos revoltar. Começam a surgir dicas sobre como se proteger contra essa invasão absurda de privacidade, como as feitas por Carlos Alberto Teixeira ontem pelo Globo e reproduzidas abaixo.]
Apesar da maioria esmagadora dos internautas não dar a mínima por estar
ou não sendo espionada pela NSA, alguns usuários estão num patamar mais
elevado no quesito paranoia. Para estes, uma das saídas é criptografar mensagens sigilosas de e-mail.
Os mais radicais preferem criptografar todas as mensagens, mas aí já é
exagero. Uma ferramenta razoavelmente confiável é o Hushmail <http://www.hushmail.com>,
onde se pode criar uma conta grátis para pequenos volumes de tráfego,
armazenando até 25MB de mensagens, com a condição de que a conta precisa
ser acessada pelo menos uma vez a cada três semanas, caso contrário é
desativada automaticamente pelo site.
No Hushmail, a encriptação se dá por meio de uma pergunta e uma
resposta. Quem recebe a mensagem precisa saber a resposta a uma pergunta
livre que o remetente estipula. No uso diário, em mensagens ponto a
ponto, o ideal é usar uma pergunta cuja resposta apenas o destinatário
conheça, algo que pode ser combinado pessoalmente com o remetente — não
por telefone, que pode estar grampeado. O Hushmail tem planos pagos com maior capacidade de armazenamento e
também planos corporativos. O site foi criado com o apoio de Phil
Zimmermann, criador do PGP — o primeiro software grátis de criptografia
por chave pública (veja <http://goo.gl/y5llu>).
Vários sites oferecem serviço semelhante ao do Hushmail. O site
“How-To-Geek”, por exemplo, oferece 31 opções no total, no link <http://goo.gl/sKfjK>.
Para os mais obsessivos, uma solução mais robusta, oferecendo
criptografia realmente difícil de quebrar, é instalar o gratuito GnuPG
<http://gnupg.org>, de onde pode ser baixado o pacote binário para Windows denominado Gpg4Win <http://gpg4win.org>. Outra opção robusta, esta paga, é o Symantec Encryption Desktop, anteriormente conhecido como PGP Desktop.
Para conversas por voz e mensagens de texto, a Silent Circle <https://silentcircle.com>
oferece soluções de criptografia para usuários domésticos, corporativos
e governamentais. Outro fornecedor bem cotado é a alemã GSMK
CryptoPhone <http://www.cryptophone.de>.
Quanto à navegação na web, o usuário mais preocupado com seu anonimato
não pode nem pensar nas “incognito windows” do navegador Chrome, do
Google. Apesar desta modalidade do Chrome não deixar rastros no
histórico do dono da conta, é quase certo que o Google mantém os dados
em seus servidores.
A solução mais confiável é a rede de anonimato Tor (The Onion Router = o
roteador cebola), baseada num software gratuito que redireciona o
tráfego internet por uma rede mundial de servidores mantidos por
voluntários — são cerca de 3 mil repetidoras que ocultam o tráfego como
se fossem camadas de uma cebola, dificultando a qualquer interessado
vigiar ou analisar o tráfego de um usuário na rede. O site oficial do
Tor é <https://www.torproject.org>, mas o software ainda é pouco amigável para usuários domésticos inexperientes.
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