quinta-feira, 23 de maio de 2013

Revolução bolivariana chega aos banheiros -- Venezuela importa papel higiênico

[Se vivo, Hugo Chávez certamente culparia os EUA pela situação e convocaria, com sucesso, o amigo NPA para fazer um comunicado conjunto contra a sabotagem americana nos banheiros venezuelanos. Vejamos a que ponto chegou, sob o comando do bufão Hugo Chávez por 14 anos, o país que no final de 2011 detinha as maiores reservas de petróleo da OPEP e do mundo (24,8% contra 22,1% da Arabia Saudita na OPEP). Vejam postagem anterior sobre a herança de Hugo Chávez. O texto abaixo é do jornal Valor Econômico de ontem. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou, na noite desta terça-feira, 21, a liberação de uma verba extra de 513 milhões de bolívares (R$ 166 milhões) para a importação imediata de produtos de higiene pessoal, em falta no país.   A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou, na noite desta terça-feira, 21, a liberação de uma verba extra de 513 milhões de bolívares (R$ 166 milhões) para a importação imediata de produtos de higiene pessoal, em falta no país.  O dinheiro será transferido para a empresa Suministros Venezuelanos Industriales, expropriada durante o governo do presidente Hugo Chávez (1954-2013), que se encarregará de fazer a compra junto a empresas da Argentina, Brasil, China e Uruguai. Os produtos selecionados serão comprados de acordo com uma lista divulgada pelo Executivo.

Na relação apresentada pelos deputados, estão 39 milhões de rolos de papel higiênico, 50 milhões de pacotes de absorventes femininos, 3 milhões de tubos de pasta de dente, 10 milhões de sabonetes e 17 milhões de pacotes de fraldas descartáveis infantis e geriátricas. Durante os debates, o deputado José Ávila, aliado de Maduro, defendeu a versão do governo de que a falta de produtos foi causada por uma conspiração entre fabricantes e a oposição. "Nós afirmamos ao povo e denunciamos sistematicamente toda a estratégia que existe de monopólio, de especulação e a campanha de terror que espalharam para que o povo compre de forma compulsiva e nervosa", disse o deputado. [Tipo de argumentação que só merece papel higiênico como embalagem.]

Na semana passada, o ministro da Indústria do país, Ricardo Menéndez, anunciou a importação de 50 milhões de rolos de papel higiênico.

O novo símbolo da Revolução Bolivariana produzida por Hugo Chávez e mantida por seu sucessor.

Desabastecimento

A escassez de produtos básicos é atribuída pelo presidente Nicolás Maduro aos empresários que, segundo ele, estão aliados à oposição para desabastecer o país e gerar insatisfação popular. Para os chavistas, a situação poderia levar a um golpe militar para derrubar o governo. 

Desde o terceiro mandato de Chávez, em 2006, o país congelou preços e limitou a oferta de diversos produtos para tentar controlar a inflação, que é de cerca de 30% ao ano. A variação de preços e fornecimento manteve o índice em níveis elevados nos últimos anos.

Na semana passada, o governo aprovou medidas para aumentar a produção de alimentos, em setores como os hortifrutigranjeiros, açúcar e óleo de girassol. Ao mesmo tempo, aprovou um aumento de 20% para laticínios e carnes de frango e boi.

Outro ponto polêmico é a falta de farinha de milho, principal ingrediente da arepa, um tipo de  broa que é a base da alimentação dos venezuelanos. O governo de Maduro acusa a maior fabricante venezuelana do produto, a Alimentos Polar, e seu dono, Lorenzo Mendoza, de restringir a demanda para pressionar uma revolta.

[Detalhe adicional da situação crítica venezuelana: a falta de divisas e a centralização cambial na Venezuela empilharam de US$ 8 bilhões a US$ 9 bilhões de importações não pagas pelo país, das quais US$ 1,5 bilhão a exportadoras brasileiras. O comércio entre empresas dos dois países está praticamente parado e as transações com o governo do presidente Nicolás Maduro só são feitas com pagamento antecipado.]





3 comentários:

  1. Não sei porque a Dilma não entrou de cabeça nesse problema venezuelano, ela que entrou em campo antes do árbitro para cantar o hino da Venezuela junto com Maduro

    Agenor

    ResponderExcluir
  2. Vale o exemplo de como a bravata e o ufanismo acabam com qualquer país. Ainda serão necessários muitos anos para que o ex-presidente Chavez seja analisado racionalmente.

    ResponderExcluir
  3. No final das contas, o desabasteciemento da farinha de milho para a "arepa" deve provocar queda nas importações de papel higiênico, sem dúvida.

    ResponderExcluir