[O texto abaixo é da autoria de Célio Pezza e foi republicado em 20/4/2013 no seu blogue -- ele me foi informado por meu caro amigo Quirino, a quem agradeço. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]
A fábula do país do álcool e da gasolina ou Uma fábula alcoólica
Infelizmente alguns poucos blogs e jornais se aproveitam de artigos
alheios para divulgar textos ofensivos sem mostrar a sua cara. São
pessoas covardes, que usam do nome de outros, pois não tem coragem de
dizer educadamente o que pensam. Foi o que aconteceu com uma de minhas
crônicas. Original de setembro de 2011, ela foi amplamente divulgada por
centenas de veículos sérios, mas recentemente, constatei que alguns
poucos blogs desavisados divulgaram esta minha crônica contendo frases
ofensivas que não são de minha autoria, no meio de meu texto. Abaixo,
divulgo novamente a minha crônica original, conforme está em meu blog
desde sua publicação.
"Era uma vez, um país que disse ter conquistado a independência
energética com o uso do álcool feito a partir da cana de açúcar. Seu
presidente falou ao mundo todo sobre a sua conquista e foi muito
aplaudido por todos. Na época, este país lendário começou a exportar
álcool até para outros países mais desenvolvidos. Alguns anos se
passaram e este mesmo país assombrou novamente o mundo quando anunciou
que tinha tanto petróleo que seria um dos maiores produtores do mundo e
seu futuro como exportador estava garantido.
A cada discurso de seu presidente, os aplausos eram tantos que
confundiram a capacidade de pensar de seu povo. O tempo foi passando e o
mundo colocou algumas barreiras para evitar que o grande produtor
invadisse seu mercado. Ao mesmo tempo adotaram uma política de comprar as usinas do lendário
país, para serem os donos do negócio. Em 2011, o fabuloso país grande
produtor de combustíveis, apesar dos alardes publicitários e dos
discursos inflamados de seus governantes, começou a importar álcool e
gasolina. Primeiro começou com o álcool, e já importou mais de 400
milhões de litros e deve trazer de fora neste ano um recorde de 1,5
bilhão de litros, segundo o presidente de sua maior empresa do setor,
chamada Petrobrás Biocombustíveis.
Como o álcool do exterior é inferior, um órgão chamado ANP (Agência
Nacional do Petróleo) mudou a especificação do álcool, aumentando de
0,4% para 1,0% a quantidade da água, para permitir a importação. Ao
mesmo tempo, este país exporta o álcool de boa qualidade a um preço mais
baixo, para honrar contratos já firmados. Como o álcool começou a ser matéria rara, foi mudada a quantidade de
álcool adicionada na gasolina, de 25% para 20%, o que fez com que a
grande empresa produtora de gasolina deste país precisasse importar
gasolina, para não faltar no mercado interno. Da mesma forma, ela exporta gasolina mais barata e compra mais cara, por força de contratos.
A fábula conta ainda que grandes empresas estrangeiras, como a BP
(British Petroleum), compraram no último ano, várias grandes usinas
produtoras de álcool neste país imaginário, como a Companhia Nacional de
Álcool e Açúcar, e já são donas de 25% do setor. A verdade é que hoje,
este país exótico exporta o álcool e a gasolina a preços baixos, importa
a preços altos um produto inferior, e seu povo paga por estes produtos
um dos mais altos preços do mundo. Infelizmente esta fábula é real e o
país onde estas coisas irreais acontecem chama-se Brasil".
[Ver postagem anterior sobre o etanol no Brasil.]
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