segunda-feira, 20 de maio de 2013

Patriota e Kerry discutem parcerias estratégicas entre Brasil e EUA

Com temas como energia, economia educação, ciência e tecnologia, e conflito na Síria em pauta, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reúne-se nesta segunda-feira, em Washington, com o secretário de Estado americano, John Kerry. O ministro brasileiro também vai se encontrar com o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Tom Donilon, e o vice-assessor de Segurança Nacional para Assuntos Econômicos Internacionais, Michael Froman – indicado pelo presidente Barack Obama para o cargo de Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), mas ainda não aprovado pelo Senado.

Patriota e Kerry também vão conversar sobre os detalhes da viagem da presidente Dilma Rousseff aos EUA, prevista para outubro. Dilma deverá fazer uma visita de Estado, o que não ocorre desde 1995, quando Fernando Henrique Cardoso visitou o país no governo Bill Clinton. Se confirmado o status da visita, reservado para parceiros estratégicos, Dilma deverá ser recebida num jantar de gala na Casa Branca, visitando também o Congresso e o Judiciário.

O ministro brasileiro e o secretário de Estado americano deverão discutir o panorama da economia global, tratando de temas relacionados ao G-20, e também alguns mais específicos sobre a América do Sul, como os rumos do Mercosul, num cenário marcado pela entrada da Venezuela no bloco. Ao Brasil, interessa saber mais sobre as negociações comerciais dos EUA com a União Europeia e sobre a Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que envolve países da Ásia e da América banhados pelo Oceano Pacífico. Uma área nas relações entre Brasil e EUA que pode merecer ainda mais atenção é a de energia. Educação, ciência e tecnologia, áreas em que a cooperação caminha bem, também estarão na pauta, assim como questões de infraestrutura.

[Vamos aguardar o grau de transparência que será dado a essa conversa entre Patriota e Kerry. Nas áreas de ciência e tecnologia há um histórico de restrições, bloqueios e sabotagens diversos dos EUA contra o Brasil, especialmente nos setores nuclear e aeroespacial. No setor aeroespacial os EUA têm sido um sério entrave ao programa brasileiro, desde a década de 1990. Na área política, os EUA recorrentemente pressionam o Brasil com relação à presença de terroristas que alegam existir na chamada Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai) -- ver outra postagem sobre este tema. Há ainda uma séria denúncia do senador Francisco Dornelles (PR-RJ) contra proposta de acordo Brasil - EUA sob análise na Comissão de Relações Exteriores do Senado que, simplesmente, contraria nossa Constituição e nosso Código Tributário Nacional e faz com que informações não exigidas pelo Fisco brasileiro possam ser fornecidas ao Fisco americano!]

No segundo mandato de Barack Obama, há sinais de maior aproximação com países latino-americanos. O vice-presidente Joe Biden vai ao Brasil na semana que vem. Ele terá um encontro com o vice-presidente Michel Temer e deve reunir-se também com Dilma. Acompanhado pela mulher, Jill, Biden também vai à Colômbia e a Trinidad e Tobago. Neste mês, Obama visitou o México e a Costa Rica. [Mais uma vez a Argentina fica ostensivamente fora da agenda oficial do governo americano -- assim como em março de 2011, quando Obama veio ao Brasil e ao Chile e não foi à Argentina,  Buenos Aires  também não faz parte do roteiro nessa anunciada viagem de Joe Biden. Em fevereiro de 2011, a Argentina criou um sério atrito com os EUA ao reter em seu território um avião de carga da Força Aérea americana, e em março deste ano (2013) um tribunal americano intimou o governo argentino a pagar credores americanos da moratória argentina de 2001.] 




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