[Por mais que nos esforcemos, jamais conseguiremos sequer imaginar a capacidade nefasta e imoral dos nossos congressistas em colocar os interesses espúrios próprios e de terceiros inteiramente acima dos interesses legítimos dos cidadãos que os elegem e pagam suas mordomias. É irrefreável, ostensiva e inesgotável a vocação dos nossos parlamentares para a bandalha, para o achincalhe, para a imoralidade, para o desdém da coisa pública, para o "primeiro o meu e o de quem me financia, dane-se o resto".
Entre as mais recentes vilanias da Câmara dos Deputados -- a mais numerosa das "casas" dessa coisa chamada Congresso Nacional -- há uma que foi timidamente noticiada pela mídia impressa (no Globo, por exemplo, apareceu tímida e acanhada na página 8 da edição de 15 de maio corrente) e silenciada pela mídia falada e televisiva, apesar de suas graves repercussões para a saúde do brasileiro, especialmente para nossos jovens. Trata-se do pedido de retirada de mensagens sobre os males do álcool nos rótulos e embalagens de bebidas alcoólicas. Não é de se estranhar a pouca repercussão dada ao assunto por nossa mídia, dado o poderio dos fabricantes de bebidas alcoólicas sobre o orçamento publicitário de jornais, rádios e TVs. É óbvia igualmente a importância desse setor industrial para os bolsos e campanhas de nossos congressistas. Transcrevo abaixo a notícia publicada quase que envergonhadamente pelo Globo. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),
pediu a retirada da proposta de rotular bebidas alcoólicas com mensagens
sobre o mal do álcool à saúde, tópico incluído pelo deputado e relator
Givaldo Carimbão (PSB-AL) no projeto que altera a Lei de Drogas. Nas
negociações para incluir o projeto na pauta de votações do plenário da
Câmara, Alves pediu que Carimbão deixe de fora a ideia de incluir
advertências nas embalagens de bebidas alcoólicas, a exemplo do que já é
feito com os maços de cigarro. O mesmo pedido foi feito pelo líder do
PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). [Esse Henrique Alves só é deputado e preside a Câmara porque se elegeu num país chamado Brasil, e seu partido é peça chave no governo comandado por outro partido de mesma laia chamado PT. Esse cidadão está sob investigação do Ministério Público Federal por repassar R$ 357 mil de dinheiro público para duas empresas de aluguel de veículo suspeitas.]
O projeto de lei, sob a relatoria de Carimbão, prevê internações
involuntárias de dependentes de drogas e financiamento a comunidades
terapêuticas, entidades de cunho religioso que abrigam dependentes em
abstinência. O texto vai além e, na comissão especial criada para
debater o projeto, o relator incluiu uma sessão específica para o
álcool, uma droga lícita. Um artigo e dois parágrafos especificam que o
rótulo de bebidas alcoólicas “deverá conter advertência sobre seus
malefícios, segundo frases estabelecidas pelo órgão competente”. Imagens
devem acompanhar as mensagens, que precisam ser trocadas a cada cinco
meses, conforme a proposta.
O texto não recebeu qualquer objeção do Palácio do Planalto. O acordo
costurado na Casa Civil da Presidência manteve intacta a especificação
para as bebidas alcoólicas. As restrições surgiram no Congresso, onde é
forte o lobby das indústrias de bebidas. Nas eleições em 2010, grandes
cervejarias doaram pelo menos R$ 6 milhões a candidatos, a grande
maioria deles na disputa por um mandato de deputado federal. O comitê
financeiro do PMDB no Rio Grande do Norte recebeu R$ 70 mil em dinheiro
de uma dessas indústrias, conforme registros do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE).
Vede esses animais embriagados com aguardente, imbecilizados pelo álcool, a quem o direito de beber sem limites foi dados ao mesmo tempo em que a liberdade. Não podemos permitir que os nossos se degradem a esse ponto... Os povos cristãos estão sendo embrutecidos pelas bebidas alcoólicas; sua juventude está embrutecida pelos estudos clássicos e pela devassidão precoce a que a impelem nossos agentes, professores, criados, governantes de casas ricas, caixeiros, mulheres públicas nos lu-gares onde os cristãos se divertem. (4). No número das últimas, incluo também as mulheres de boa vontade a devassidão e o luxo das perdidas. - Os Protocolos dos sábios de Sião
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