[É impressionante a frequência com que fica provado e comprovado, quase que diariamente, o irresponsável jeito petista de lidar com o dinheiro público! E o pior é ter de ouvir a cantilena moralista da doce, terna, sempre sorridente e supersimpática Dona Dilma.]
Um levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou indícios
de desperdício e falta de planejamento generalizados na compra de passagens aéreas pelo governo, um tipo de despesa que vem crescendo
desde o início da gestão Dilma Rousseff e já consumiu R$ 1,2 bilhão. Ao
analisar uma amostra de 49,5 mil bilhetes emitidos para servidores e
autoridades, os auditores descobriram que a maioria dos órgãos federais
adquire os voos a preços inflados e com pouca antecedência.
A CGU fez um pente-fino em viagens dos três trechos mais requisitados do
País (Brasília-São Paulo, Brasília-Rio e Rio-São Paulo). Foram
analisados dados do segundo semestre de 2011 pelo Observatório da
Despesa Pública, braço da CGU que monitora como o governo faz
determinados pagamentos. Os dados terminaram de ser compilados no fim de
abril deste ano.
No trecho Brasília-São Paulo, com 18,1 mil voos, as distorções nos
preços alcançam 155%. Enquanto o Ministério do Turismo, o mais econômico
nas compras, paga R$ 181 por bilhete, em média, com 24 dias de
antecipação, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que figura
como a mais perdulária, gasta R$ 461 - comprando passagens com nove dias
de antecedência, em média. No Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), cada
bilhete custou R$ 389, com antecipação média de cinco dias. A aquisição a
valores mais altos é uma conduta padrão: no trecho Brasília-São Paulo,
nada menos que 49 dos 62 órgãos pesquisados gastaram ao menos 50% mais,
em média, que o Turismo.
No eixo Brasília-Rio, as diferenças alcançam 146%. Na Fundação Nacional
de Saúde (Funasa), cada voo custou R$ 220, com 10 dias de antecedência
média, ante R$ 543 no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, ligado ao
Ministério do Meio Ambiente, e R$ 525 na Agência Nacional de Cinema
(Ancine). O Jardim Botânico e a Ancine adquiriram as passagens apenas
dois e quatro dias antes das partidas, respectivamente. Nessa rota, a
mais solicitada pelos servidores e autoridades, 40 dos 78 órgãos
federais fiscalizados gastaram, em média, 50% mais que a Funasa, a mais
franciscana ao voar.
Para a CGU, afora a sazonalidade dos preços e a necessidade de compras
emergenciais, a falta de gestão e de planejamento tem turbinado os
gastos com passagens.
Embora uma portaria do Ministério do Planejamento determine que as
compras sejam feitas ao menor preço e que os voos sejam registrados com
antecedência mínima de 10 dias no Sistema de Concessão de Diárias e
Passagens, o levantamento da CGU mostra que 85% dos órgãos emitem os
bilhetes em prazo menor. Aquisições de última hora só são admitidas em
caráter excepcional, desde que autorizadas pela autoridade máxima do
órgão em questão. O objetivo é justamente evitar a gastança, pois, em
geral, os valores disparam às vésperas da decolagem.
Milhas. Quando o governo compra a tarifas mais altas,
não promocionais, o contribuinte perde, mas o servidor tem a chance de
ganhar mais pontos nos programas de milhagem e de fazer remarcações sem o
pagamento de taxas extras.
Na ponte Rio-São Paulo, com 5,8 mil voos, houve órgão que comprasse com
antecedência média de três dias, caso do Ministério do Esporte. Não por
acaso, cada voo da pasta custou ao contribuinte R$ 591, mais que o dobro
do pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que antecipou
as emissões em oito dias. Reservando quatro e cinco dias antes,
respectivamente, a Ancine pagou R$ 616 e a Fundação Nacional de Artes
(Funarte), a menos econômica no trecho, R$ 683.
Como os valores são médios, não é raro o pagamento de preços ainda mais
altos, principalmente pelos chefes dos órgãos federais. Em 15 de
dezembro de 2011, o então presidente do Jardim Botânico do Rio, Litz [sic]
Benjamin, gastou R$ 1,1 mil para voltar ao Rio de Brasília, onde
participara de uma reunião e da entrega de um prêmio - o preço médio
pago pelo governo pela passagem, segundo a CGU, era de R$ 341. [Olha aí o também ex-guerrilheiro Liszt Vieira -- nome correto do presidente demissionário do Jardim Botânico do Rio -- fazendo estripulia com o nosso dinheiro...].
O presidente da Ancine, Manoel Rangel, chegou a pagar R$ 1,5 mil para
voar de São Paulo ao Rio, em 6 de julho de 2012, para participar do
Seminário Internacional de Legislação Cinematográfica e da 22.ª Reunião
Ordinária da Conferência de Autoridades Cinematográficas de
Iberoamérica, preparados com semanas de antecedência. Em outras
ocasiões, gastou R$ 1,4 mil pela passagem, para integrar reuniões e
fazer despachos internos.
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