- Vacas leiteiras podem ajudar na produção de biocombustíveis -- Um dos obstáculos para a produção em massa de biocombustíveis com 100% de pureza é o rendimento relativamente baixo das reações bioquímicas de quebra da celulose pelas enzimas utilizadas até o momento. Cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), conseguiram identificar e mapear geneticamente dezenas de micro-organismos que habitam o sistema digestivo das vacas leiteiras e são capazes de produzir enzimas para quebra da celulose. Leia mais.
- Terras raras e brasileiras -- O Brasil está disposto a entrar em um mercado de 9 bilhões de dólares e dominado pela China, que é fundamental para a produção de uma gama de aparelhos de alta tecnologia, que inclui laptops, iPods e até mísseis. Técnicos do governo avaliam o potencial do país para explorar as chamadas terras raras, conjunto de 17 elementos químicos encontrados em jazidas minerais. O governo pretende retomar a atividade -- que hoje não representa sequer 1% da produção mundial -- em um segmento do qual o país já foi líder global. Leia mais.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Avanços da ciência, aqui e lá fora (37)
Tensões comerciais entre Brasil e China devem aumentar
Espera-se que cresçam as tensões comerciais entre Brasil e China, depois que o gigante asiático surgiu no ano passado como o maior investidor direto na maior economia da América Latina, diz o Financial Times de ontem. Dos 48,46 bilhões de dólares de investimento direto recebidos pelo Brasil em 2010 nada menos que 17 bilhões vieram da China, segundo o Banco Central do Brasil -- ressalte-se que em 2009 a participação chinesa nesse fluxo foi de apenas 300 milhões de dólares, de acordo com Sobeet, uma think-tank brasileira direcionada a empresas transnacionais. "Grande parte do investimento chinês reverte em transferência pequena de tecnologia para a indústria brasileira", diz Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet.
As exportações de commodities para a China, especialmente minério de ferro e de "complexo de soja" (grãos, óleo e alimento), ajudaram a economia brasileira a sobreviver à crise financeira. No entanto, as tensões afloraram depois que a China, também no ano passado, tornou-se uma das maiores fontes de importações baratas pelo Brasil, com a ajuda do real supervalorizado, o que está minando a competitividade da indústria nacional. Isso levou recentemente o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a solicitar aos chineses a revalorização de sua moeda, o renminbi. Leia mais.
As exportações de commodities para a China, especialmente minério de ferro e de "complexo de soja" (grãos, óleo e alimento), ajudaram a economia brasileira a sobreviver à crise financeira. No entanto, as tensões afloraram depois que a China, também no ano passado, tornou-se uma das maiores fontes de importações baratas pelo Brasil, com a ajuda do real supervalorizado, o que está minando a competitividade da indústria nacional. Isso levou recentemente o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a solicitar aos chineses a revalorização de sua moeda, o renminbi. Leia mais.
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domingo, 30 de janeiro de 2011
Antiga fábrica de fornos crematórios de Auschwitz é reaberta como Memorial
Depois de anos de abandono, e após passar por uma reforma completa, a fábrica em que foram projetados e construídos os fornos crematórios de Auschwitz foi reaberta como um Memorial, que mostra o íntimo envolvimento da indústria alemã com o assassinato em massa do Holocausto. A reabertura foi feita com uma exposição, para coincidir com o fato de que 27 de janeiro é o Dia de Lembrança do Holocausto.
A exposição mostra como a empresa Topf & Söhne, que iniciou suas atividades em 1878 como especialista em fornos industriais, equipamento para fermentação, e chaminés, logo se tornou líder em fornos crematórios. Em 1914 ela começou a fabricar fornos crematórios. A primeira encomenda desse tipo de forno à empresa pela SS foi feita em 1939, para os campos de concentação de Dachau, Buchenwald e Flossenbürg. Em 1942, o engenheiro Fritz Sander patenteou um "incinerador para cadáveres, de operação contínua, para uso em massa". Leia mais.
A exposição mostra como a empresa Topf & Söhne, que iniciou suas atividades em 1878 como especialista em fornos industriais, equipamento para fermentação, e chaminés, logo se tornou líder em fornos crematórios. Em 1914 ela começou a fabricar fornos crematórios. A primeira encomenda desse tipo de forno à empresa pela SS foi feita em 1939, para os campos de concentação de Dachau, Buchenwald e Flossenbürg. Em 1942, o engenheiro Fritz Sander patenteou um "incinerador para cadáveres, de operação contínua, para uso em massa". Leia mais.
A fábrica de fornos crematórios, reformada e transformada em Memorial. Na fachada está escrito: "É sempre um prazer serví-lo".
Centenas de urnas feitas pela empresa para o campo de concentração de Buchenwald fazem parte da exposição permanente. As cinzas de prisioneiros que continham foram enterradas.
Avanços da ciência, aqui e lá fora (36)
- Embrapa vai liderar rede internacional de pesquisa em ingredientes funcionais em frutas -- A Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE) será a instituição-líder de uma rede de pesquisa internacional na área de ingredientes funcionais de frutas, a Rede Fructativa, composta de 14 grupos de pesquisa (4 do Brasil, 2 do México, 2 da Espanha, 1 do Equador, 1 de Portugal, 1 do Peru, 1 da Colômbia, 1 da Costa Rica e 1 da Venezuela). Leia mais.
- Pesquisador da UFRJ recebe prêmio internacional -- Carlos Aguiar de Medeiros, professor do Instituto de Economia da UFRJ, recebeu o "The 2011 James H. Street Scholar" concedido pela Association for Evolutionary Economics (AFEE), por sua produção na área de desenvolvimento econômico comparado. Leia mais.
O absurdo das aposentadorias vitalícias de ex-governadores
A política e os políticos brasileiros continuam sendo uma fonte inesgotável de mazelas e de péssimas notícias. Entre as mais recentes está a da absurda e inacreditável pensão vitalícia de ex-governadores pelo Brasil afora -- cidadãos que não contribuiram com nenhum centavo para a previdência social (e alguns deles tendo ocupado o cargo por menos de uma semana) estão recebendo pensões vitalícias que chegam a 21 mil reais por mês!! E o pior e mais espantoso é que, além da imoralidade do fato em si mesmo, o Supremo Tribunal Federal (STF) já definiu como ilegal e anticonstitucional esse recebimento -- mesmo assim, praticamente todos os nossos estados continuam fazendo essa benesse com o dinheiro do contribuinte, simplesmente se lixando para a decisão do STF! A OB - Ordem dos Advogados do Brasil começou a dar entrada nesse tribunal de ações de inconstitucionalidade contra todos os estados que praticam essa bandalha.
No rol desses pilantras estão figuras que até ontem pareciam respeitáveis e confiáveis, como o senador Pedro Simon, que desfruta dessa sinecura por ter sido governador do Rio Grande do Sul.
No rol desses pilantras estão figuras que até ontem pareciam respeitáveis e confiáveis, como o senador Pedro Simon, que desfruta dessa sinecura por ter sido governador do Rio Grande do Sul.
Acordo franco-russo para a venda de navios militares franceses à Rússia
Complementando postagem anterior sobre o acordo franco-russo para a venda de navios militares franceses da classe Mistral à Rússia, segue uma foto mais clara desse tipo de navio, que é um porta-helicópteros:
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sábado, 29 de janeiro de 2011
O que a Internet está fazendo com as nossas mentes?
Um terço da população mundial já é internauta, comprovando a rapidez do crescimento da revolução digital. Um dos grandes pensadores da área, Nicholas Carr (nascido em 1959), em seu livro "Superficiais - O que a Internet está fazendo com as nossas mentes?" (Superficiales. ¿Qué está haciendo Internet con nuestras mentes? -- versão original: The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains) adverte que a Internet "está corroendo a (nossa) capacidade de controlar nossos pensamentos e de pensar de forma autônoma". Ele diz ainda que "ainda não temos consciência de todas as mudanças que ocorrerão quando realmente o livro for substituído pelo livro eletrônico".
Quando Nicholas percebeu, há alguns anos, que sua capacidade de concentração havia diminuído, que ler artigos longos e livros havia se convertido em uma árdua tarefa -- justamente para ele formado em Literatura e que até então tinha se deixado levar por ela -- começou a perguntar-se se a razão disso não seria precisamente sua entrega diária às suas múltiplas tarefas digitais: passar muitas horas frente ao computador, pulando sem parar de um programa para outro, de uma página da Internet para outra, enquanto falava pelo Skype, respondia a um email e colocava um link no Facebook. Sua busca por respostas o levou a escrever o livro mencionado no início desta postagem. Leia mais.
Quando Nicholas percebeu, há alguns anos, que sua capacidade de concentração havia diminuído, que ler artigos longos e livros havia se convertido em uma árdua tarefa -- justamente para ele formado em Literatura e que até então tinha se deixado levar por ela -- começou a perguntar-se se a razão disso não seria precisamente sua entrega diária às suas múltiplas tarefas digitais: passar muitas horas frente ao computador, pulando sem parar de um programa para outro, de uma página da Internet para outra, enquanto falava pelo Skype, respondia a um email e colocava um link no Facebook. Sua busca por respostas o levou a escrever o livro mencionado no início desta postagem. Leia mais.
Nicholas Carr (foto: C. McPherson)
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Governo Lula bateu recorde de gastos
Continuam vindo a público as cifras e revelações que desnudam o governo do Nosso Pinóquio Acrobata, mostrando sua face demagógica e os danos que causou e vem causando ao país. A bola da vez agora são os gastos públicos. Apesar de prometer reduzir os gastos como arma auxiliar de combate à inflação, Nosso Pinóquio Acrobata (NPA) terminou seu último ano de governo com um nível recorde de despesas: 19,14% do PIB! Nos oito anos de seu governo o NPA ampliou em 4 pontos percentuais do PIB os gastos do chamado Governo Central (que engloba as contas do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central).
Boa parte desse inchaço ocorreu nos dois últimos anos, quando o governo decidiu expandir as despesas para estimular a economia e ampliar os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal vitrine do NPA nas eleições de 2010. Além de aumentar seus gastos, o governo utilizou manobras contábeis absurdas, que abalaram a credibilidade da política fiscal brasileira e geraram um aumento fictício de 24,4% nas receitas governamentais. Leia mais.
Boa parte desse inchaço ocorreu nos dois últimos anos, quando o governo decidiu expandir as despesas para estimular a economia e ampliar os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal vitrine do NPA nas eleições de 2010. Além de aumentar seus gastos, o governo utilizou manobras contábeis absurdas, que abalaram a credibilidade da política fiscal brasileira e geraram um aumento fictício de 24,4% nas receitas governamentais. Leia mais.
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Planalto receia que Dilma possa ser cobrada em público pela demora na indicação de ministro do STF
Dois atritos com o Executivo no final do governo Lula geraram descontentamento do Supremo Tribunal Federal com o Planalto: a inusitada demora de 6 meses para indicar o substituto do ministro Eros Grau, que se aposentou em agosto, e a decisão de Lula (Nosso Pinóquio Acrobata) de não extraditar Cesare Battisti -- embora tivesse decidido que o italiano devesse ser devolvido à Itália, o Supremo avaliou que isso deveria ser prerrogativa do presidente da República.
Na próxima terça-feira terá início o ano judiciário, e o Palácio do Planalto receia que Dilma sofra constrangimento na solenidade de abertura dos trabalhos, em sua primeira solenidade oficial no STF. Em seu discurso nesse dia, espera-se que Cezar Peluso, presidente do Supremo, cobre de Dilma a indicação do 11˚ ministro da Corte -- nas suas últimas decisões ele tem aproveitado para reclamar da demora, que já bateu recorde. Leia mais.
Na próxima terça-feira terá início o ano judiciário, e o Palácio do Planalto receia que Dilma sofra constrangimento na solenidade de abertura dos trabalhos, em sua primeira solenidade oficial no STF. Em seu discurso nesse dia, espera-se que Cezar Peluso, presidente do Supremo, cobre de Dilma a indicação do 11˚ ministro da Corte -- nas suas últimas decisões ele tem aproveitado para reclamar da demora, que já bateu recorde. Leia mais.
Nova tecnologia pode revolucionar o diagnóstico de câncer
Cientistas na Alemanha desenvolveram um modelo inovador de scanner que pode revolucionar o diagnóstico de câncer. Essa tecnologia executa dois tipos de varreduras (scans) ao mesmo tempo, tornando o exame mais rápido e expondo o paciente a menos radiação. Permanece no entanto em aberto se a relação custo/benefício desse novo equipamento será um dia vantajosa. Leia mais.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Nova descoberta na Pirâmide de Quéops
Segundo hipótese que apresentou ontem em Paris, o arquiteto francês Jean-Pierre Houdin considera ter solucionado um novo mistério relativo à construção da pirâmide de Quéops -- ela teria duas antecâmaras, nas quais estaria depositado o mobiliário funerário do faraó, bem perto da câmara do rei.
Com 146 m de altura e localizada em Gizeh, próximo ao Cairo, a pirâmide de Quéops teria assim compartimentos funerários semelhantes aos da pirâmide vermelha do faraó Snefrou, pai de Quéops, explica o arquiteto francês, que é interessado em questões de herança arquitetônica. Leia mais.
Com 146 m de altura e localizada em Gizeh, próximo ao Cairo, a pirâmide de Quéops teria assim compartimentos funerários semelhantes aos da pirâmide vermelha do faraó Snefrou, pai de Quéops, explica o arquiteto francês, que é interessado em questões de herança arquitetônica. Leia mais.
Vista da pirâmide de Quéops, no Egito.
Na era militar moderna sobrecarga de dados pode ser fatal
Quando investigadores militares americanos analisaram um ataque de helicópteros americanos que matou 23 civis afegãos em fevereiro passado, descobriram que o operador de um avião teleguiado Predador havia falhado em passar adiante informação crucial sobre a organização de um ajuntamento de moradores de um vilarejo. Mas os investigadores agora dizem que houve uma causa subjacente para aquele erro: sobrecarga de informação.
Em uma base aérea de Nevada, o operador do avião teleguiado e sua equipe lutavam para entender o que ocorria no vilarejo, enquanto ali se formava um ajuntamento. Tinham que monitorar as informações do vídeo do avião, enquanto ao mesmo tempo participavam de dezenas de mensagens instantâneas e comunicações por rádio com analistas de inteligência e militares no solo. Havia relatórios consistentes sobre a presença de crianças no grupo, mas a equipe não as enfocou adequadamente no meio do turbilhão de dados disponíveis. A equipe estava sob intensa pressão para proteger as forças americanas nas redondezas, e acabou concluindo erroneamente que o ajuntamento no vilarejo representava uma ameaça, gerando uma das piores perdas de vidas de civis na guerra do Afeganistão. Leia mais.
Em uma base aérea de Nevada, o operador do avião teleguiado e sua equipe lutavam para entender o que ocorria no vilarejo, enquanto ali se formava um ajuntamento. Tinham que monitorar as informações do vídeo do avião, enquanto ao mesmo tempo participavam de dezenas de mensagens instantâneas e comunicações por rádio com analistas de inteligência e militares no solo. Havia relatórios consistentes sobre a presença de crianças no grupo, mas a equipe não as enfocou adequadamente no meio do turbilhão de dados disponíveis. A equipe estava sob intensa pressão para proteger as forças americanas nas redondezas, e acabou concluindo erroneamente que o ajuntamento no vilarejo representava uma ameaça, gerando uma das piores perdas de vidas de civis na guerra do Afeganistão. Leia mais.
Na Base Aérea de Langley, na Virginia, equipes monitoram o que apelidaram de "TV da Morte" -- transmissões ao vivo do Afeganistão.
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Mal-estar e desconforto na Argentina pelo país não constar da visita de Obama à região em março próximo
O governo argentino, tanto na chancelaria como na Casa Rosada, não disfarça seu desconforto e seu mal-estar pelo fato de Obama visitar Brasil, Chile e El Salvador em março e não ter incluído a Argentina em seu roteiro. Um destacado funcionário da chancelaria argentina disse ao jornal La Nación que será difícil para os EUA explicar por que cruzará o céu argentino para ir do Brasil ao Chile, sem fazer escala no país. Para a área diplomática os EUA manifestaram sua intenção de priorizar a relação com o Brasil como o líder da região e "manter relações firmes com o Chile", mas consideram "injusto" o tratamento de Obama à Argentina, depois que esta apoiou fortemente os EUA na reunião de cúpula dos presidente ibero-americanos em dezembro em Mar del Plata -- nessa ocasião Cristina Kirchner teria impedido uma dura investida dos países bolivarianos, que insistiam em um texto de condenação a Washington pela informação diplomática vazada pelo WikiLeaks.
A Casa Rosada cobra ainda reciprocidade do governo americano pelos acordos bilaterais que os dois países firmaram nos últimos tempos, e pelo tratamento cordial dispensado pelo governo Kirchner ao Secretário de Estado para a América Latina, Arturo Valenzuela, em sua mais recente visita ao país.
O Departamento de Estado e a embaixada americana em Buenos Aires explicaram que a decisão de Obama de não ir à Argentina prende-se à firme decisão do presidente americano de não visitar países que estejam imersos em processo eleitoral, como no caso da Argentina, que terá eleições em outubro deste ano. Para mostrar a "boa sintonia" entre Obama e Cristina, lembraram o discurso de Obama na ONU em setembro passado em que mencionou o exemplo de luta pelos direitos humanos na Argentina, e adiantaram que provavelmente os dois dignatários se encontrarão no G-20. Leia mais.
A Casa Rosada cobra ainda reciprocidade do governo americano pelos acordos bilaterais que os dois países firmaram nos últimos tempos, e pelo tratamento cordial dispensado pelo governo Kirchner ao Secretário de Estado para a América Latina, Arturo Valenzuela, em sua mais recente visita ao país.
O Departamento de Estado e a embaixada americana em Buenos Aires explicaram que a decisão de Obama de não ir à Argentina prende-se à firme decisão do presidente americano de não visitar países que estejam imersos em processo eleitoral, como no caso da Argentina, que terá eleições em outubro deste ano. Para mostrar a "boa sintonia" entre Obama e Cristina, lembraram o discurso de Obama na ONU em setembro passado em que mencionou o exemplo de luta pelos direitos humanos na Argentina, e adiantaram que provavelmente os dois dignatários se encontrarão no G-20. Leia mais.
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Chilenos contestam Obama quanto a papel de engenheiro americano no resgate dos 33 mineiros
Em seu discurso ante o Congresso sobre o Estado da União, Obama fez referência ao que teria sido o papel de destaque do engenheiro americano Brandon Fischer no resgate dos 33 mineiros chilenos presos em uma mina. Segundo Obama, Brandon idealizou o chamado "Plano B" da operação e seus empregados trabalharam contra o relógio para fabricar os equipamentos que seriam usados no resgate, mas como não queria ser o centro das atenções preferiu não estar presente no momento em que os mineiros foram salvos. André Sougarret, o chileno responsável por aquele resgate, imediatamente contestou a afirmação de Obama declarando que Brandon e sua empresa Center Rock não planejaram o "Plano B", mas apenas forneceram os marteletes usados na perfuradora que chegou até o local onde estavam os mineiros.
A argumentação chilena contra o protagonismo de Brandon na operação é um tanto confusa. André Sougarret disse que "os que fizeram foi colocar à nossa disposição uma técnica, houve outras mais. Não foi exclusiva, por isso se chamou "Plano B" -- os Planos A e C seguiram funcionando. Portanto não foi uma operação exclusiva deles". Mas André reconhece que "sem dúvida, seu equipamento completo teve uma participação que permitiu finalmente que tivéssemos êxito". E tenta minimizar o trabalho do americano com a alegação de que, "além do mais, seu trabalho não foi de graça, pagamos 100 mil dólares pelos marteletes de perfuração". Leia mais.
A argumentação chilena contra o protagonismo de Brandon na operação é um tanto confusa. André Sougarret disse que "os que fizeram foi colocar à nossa disposição uma técnica, houve outras mais. Não foi exclusiva, por isso se chamou "Plano B" -- os Planos A e C seguiram funcionando. Portanto não foi uma operação exclusiva deles". Mas André reconhece que "sem dúvida, seu equipamento completo teve uma participação que permitiu finalmente que tivéssemos êxito". E tenta minimizar o trabalho do americano com a alegação de que, "além do mais, seu trabalho não foi de graça, pagamos 100 mil dólares pelos marteletes de perfuração". Leia mais.
Fernando Pessoa anuncia a fusão de heterônimos!
Em pronunciamento em Lisboa, que pegou de surpresa o mercado editorial, o poeta e investidor Fernando Pessoa anunciou ontem a fusão de seus heterônimos. Com o enxugamento, as marcas Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro passam a fazer parte da holding Fernando Pessoa S.A. "É uma reengenharia", explicou o assessor e empresário Mário Sá Carneiro, explicando que "de uns tempos para cá ficou claro que era preciso fazer um streamlining na nossa operação se quiséssemos sobreviver num ambiente poético cada vez mais competitivo". Leia mais.
Flagrado na Ilha de Caras, Fernando Pessoa disse que está bem mais leve depois que passou a ser um só. "Além de mala, aquele Alberto Caeiro não pagava ninguém".
Há 38 anos terminava a guerra do Vietnã
Agradeço a um dileto amigo por me ter lembrado esse evento.
No dia 27 de janeiro de 1973 foi assinado em Paris um cessar-fogo entre representantes do Vietnã do Norte e do Sul, e dos EUA, que deveria selar o fim da guerra do Vietnã. Um conflito sangrento, exposto na televisão como nenhum outro antes, é uma mancha indelével na história americana pelas atrocidades que ali cometeram, como vietnamitas queimados por bombas de napalm e o massacre de My Lai por soldados norte-americanos, entre outras barbáries. Nessa guerra morreram mais de um milhão de vietnamitas e 55 mil combatentes dos EUA.
Pouco antes do fim das negociações para fechar o acordo de cessar-fogo Nixon mandou bombardear o Vietnã do Norte -- iniciado no final de dezembro de 1972, com o nome de Campanha de Natal, esse ataque desfechou um dos bombardeios aéreos mais pesados de toda a guerra. Com indiferença, o piloto de um bombardeiro B-52 descreveu assim sua missão: "É apenas uma tarefa. Outras pessoas entregam leite, eu entrego bombas".
Na prática, o cessar-fogo de 1973 não ocorreu, tanto é que no final de abril de 1975 Saigon foi tomada por tropas do Vietnã do Norte e do Vietcong. Leia mais.
No dia 27 de janeiro de 1973 foi assinado em Paris um cessar-fogo entre representantes do Vietnã do Norte e do Sul, e dos EUA, que deveria selar o fim da guerra do Vietnã. Um conflito sangrento, exposto na televisão como nenhum outro antes, é uma mancha indelével na história americana pelas atrocidades que ali cometeram, como vietnamitas queimados por bombas de napalm e o massacre de My Lai por soldados norte-americanos, entre outras barbáries. Nessa guerra morreram mais de um milhão de vietnamitas e 55 mil combatentes dos EUA.
Pouco antes do fim das negociações para fechar o acordo de cessar-fogo Nixon mandou bombardear o Vietnã do Norte -- iniciado no final de dezembro de 1972, com o nome de Campanha de Natal, esse ataque desfechou um dos bombardeios aéreos mais pesados de toda a guerra. Com indiferença, o piloto de um bombardeiro B-52 descreveu assim sua missão: "É apenas uma tarefa. Outras pessoas entregam leite, eu entrego bombas".
Na prática, o cessar-fogo de 1973 não ocorreu, tanto é que no final de abril de 1975 Saigon foi tomada por tropas do Vietnã do Norte e do Vietcong. Leia mais.
Um dos bombardeiros B-52 americanos lançando bombas no Vietnã do Norte na Campanha de Natal de 1972.
Policiais extorquiam passageiros no aeroporto de Domodedovo, de Moscou
Ainda sob o impacto do atentado terrorista a bomba na segunda-feira, que matou 35 pessoas e feriu mais de 100 no aeroporto moscovita de Domodedovo, a comissão de inquérito russa da área de transportes acusou os policiais desse aeroporto de extorquir gratificações de passageiros estrangeiros, em vez de lhes garantir segurança, informou a imprensa russa. O inquérito mostrou que havia um esquema montado para extorquir dinheiro de cidadãos da Ásia central, dos quais há centenas de milhares que vivem e trabalham na Rússia para escapar da miséria em seus países.
Após o atentado, as autoridades russas acusaram de negligência em matéria de segurança os responsáveis pelo aeroporto, enquanto a imprensa russa destacava que a polícia e as forças especiais são incapazes de impedir ataques dessa natureza. Leia mais.
Após o atentado, as autoridades russas acusaram de negligência em matéria de segurança os responsáveis pelo aeroporto, enquanto a imprensa russa destacava que a polícia e as forças especiais são incapazes de impedir ataques dessa natureza. Leia mais.
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Aviação comercial brasileira, um setor que cheira mal há décadas
Se alguém perder alguns minutos analisando o setor da aviação comercial brasileira perceberá facilmente que é, há décadas, um setor malcheiroso e de histórias estranhas e cabeludas -- e o pior é que são nele nulos ou supermínimos os sinais de qualquer mudança para melhor. Vejamos:
- o setor contabiliza duas falências criminosas e inexplicáveis, contra os interesses do país: a da Panair e a da Varig -- a primeira imposta pela ditadura militar, sem qualquer justificativa minimamente defensável, a segunda praticamente forçada pelo governo Lula (o Nosso Pinóquio Acrobata), que não só não mexeu uma palha para viabilizar a recuperação plena da empresa, como adotou uma estratégia de indiferença inequivocamente destinada a matar a empresa (neste capítulo, fica por ser devidamente explicado o papel de José Dirceu e da TAM, isoladamente e em dupla, para acabar com a Varig);
- a Infraero, responsável pela planificação e gestão de todos os nossos aeroportos, tem 37 anos de existência e desde seu nascimento é vinculada à área militar (hoje capitaneada pelo Ministério da Defesa), uma aberração que nos torna motivo de chacota em todas as reuniões internacionais sobre transporte aéreo -- a bitola estreita da visão militar aplicada à aviação comercial explica e justifica o caos em que se encontram todos os nossos principais aeroportos, sem exceção, dos quais o pior exemplo é disparado o Galeão;
- respaldada pelos militares, motivados por corporativismo e outros que tais de mesmo baixo nível, a Infraero tem sido o principal bastião de resistência contra a privatização de nossos aeroportos -- pressionada porém pela péssima situação de nossos aeroportos e com a proximidade da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016, e modestamente pelo governo, ela agora admite privatizar alguns deles mas alerta que os principais continuarão sob sua comprovadamente falida administração ou seja, a mudança p'ra valer será zero;
- o Brasil possui a terceira maior fabricante de aviões do mundo, a Embraer (que disputa esse lugar renhidamente com a canadense Bombardier), mas nenhuma de suas principais empresas aéreas (a começar pela Gol e pela TAM) tem hoje sequer um avião de sua fabricação -- como empresas do porte da Air France, da Lufthansa e de muitas outras de renome, utilizam aviões desse fabricante brasileiro pelo mundo afora, é evidente que essa lacuna não pode ser atribuída a um mau marketing da Embraer. Como nossas frotas são predominantemente de aviões da Boeing, talvez esteja aí o fio do novelo ... Foi preciso um americano-brasileiro (David Neeleman) fundar, há pouco mais de dois anos, uma empresa aérea no país, a Azul, para que a Embraer emplacasse a primeira frota de aviões seus no Brasil -- foram encomendadas 42 aeronaves dos modelos Embraer 190 e Embraer 195, dos quais mais ou menos a metade está em operação, e há opção para a compra de 36 outras aeronaves.
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Déficit orçamentário americano pode chegar a 1,5 trilhão de dólares em 2011
A economia ainda frágil e os cortes de impostos aprovados pelo Congresso no mês passado levarão o déficit orçamentário do governo a cerca de 1,5 trilhão de dólares neste ano, o maior da história americana. Isso equivale a 9,8% da economia americana, o que torna esse déficit, sob esse enfoque, um dos maiores desde o final da Segunda Grande Guerra.
Legisladores se movimentaram para responder a esse quadro sombrio, com os Republicanos pressionando para cortes profundos e imediatos nos gastos domésticos -- no seu discurso sobre o Estado da União, Obama propôs para os próximos quatro anos um corte de 400 bilhões de dólares nesses gastos. Enquanto isso, 21 senadores republicanos planejam fazer emenda na Constituição para exigir orçamentos equilibrados, prioridade máxima do movimento do Tea Party. Leia mais.
Legisladores se movimentaram para responder a esse quadro sombrio, com os Republicanos pressionando para cortes profundos e imediatos nos gastos domésticos -- no seu discurso sobre o Estado da União, Obama propôs para os próximos quatro anos um corte de 400 bilhões de dólares nesses gastos. Enquanto isso, 21 senadores republicanos planejam fazer emenda na Constituição para exigir orçamentos equilibrados, prioridade máxima do movimento do Tea Party. Leia mais.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
E-mail sobre livro que questiona o Holocausto agita escola pública americana
Uma mensagem enviada por e-mail às 2:18 da madrugada do dia 16 de janeiro aos incluídos no correio eletrônico da Escola Pública 290 PTA, de Nova Iorque, deixou perturbados os pais que a leram. Ela dizia "Vocês têm que ler este livro! Ele está balançando meu mundo!" e era acompanhada pela foto da capa de um livro, que trazia uma estrela de Davi na parte inferior e a bandeira nazista na parte superior e no meio o título: "Debatendo o Holocausto: Uma Nova Visão de Ambos os Lados" (Debating Holocaust: A New Look at Both Sides).
O responsável pelo email, Michael Santomauro, cujo filho está na terceira série daquela escola, disse que só percebeu seu erro quando poucos minutos depois dois pais responderam com reclamações. Na realidade, sua intenção era enviar a mensagem para os membros de um grupo ao qual pertence, que discute se os números do Holocausto são exagerados. Leia mais.
Pais da Escola Pública 290 PTA receberam esta imagem via email.
O responsável pelo email, Michael Santomauro, cujo filho está na terceira série daquela escola, disse que só percebeu seu erro quando poucos minutos depois dois pais responderam com reclamações. Na realidade, sua intenção era enviar a mensagem para os membros de um grupo ao qual pertence, que discute se os números do Holocausto são exagerados. Leia mais.
La Niña pode durar até maio
Responsabilizado pelas enchentes na Austrália e por estiagens em regiões da América Latina, o fenômeno meteorológico La Niña poderá continuar durante o primeiro trimestre de 2011 ou mesmo persistir no mês de abril e chegar ao começo de maio, informou ontem a Organização Meteorológica Mundial (OMM), afetando mais o clima ao redor do mundo.
O La Niña, que esfria as águas do Pacífico, começou em junho em seguida a um forte El Niño no Oceano Pacífico, um fenômeno climático natural oposto, associado a águas com temperaturas acima do normal. O La Niña atual é considerado pela OMM "um dos mais fortes do último século" em termos de seus efeitos sobre a atmosfera -- pressão ao nível do mar, ventos mais fortes e menos nuvens. "Sabemos que mesmo que o La Niña se torne mais fraco nos próximos meses, seus efeitos deverão persistir em regiões tipicamente influenciadas por esse fenômeno", diz Rupa Kumar Kolli, especialista da OMM. Leia mais.
O La Niña, que esfria as águas do Pacífico, começou em junho em seguida a um forte El Niño no Oceano Pacífico, um fenômeno climático natural oposto, associado a águas com temperaturas acima do normal. O La Niña atual é considerado pela OMM "um dos mais fortes do último século" em termos de seus efeitos sobre a atmosfera -- pressão ao nível do mar, ventos mais fortes e menos nuvens. "Sabemos que mesmo que o La Niña se torne mais fraco nos próximos meses, seus efeitos deverão persistir em regiões tipicamente influenciadas por esse fenômeno", diz Rupa Kumar Kolli, especialista da OMM. Leia mais.
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Engenheiro preso por vender segredos tecnológicos para a China
Um ex-engenheiro de bombardeiro "invisível" (stealth bomber) B-2 foi sentenciado a 32 anos de prisão nos EUA por vender segredos militares à China (a palavra "stealth" é vinculada a um ramo da tecnologia voltado para tornar aeronaves difíceis de serem detetadas por radar e outros recursos), e também por fornecer informação sobre a defesa nacional para ajudar um país estrangeiro e por violar o Ato de Controle de Exportação de Armamentos. Noshir Gowadia, de 66 anos, nascido na Índia, teria recebido pelo menos 110 mil dólares da China pela venda de informações que ajudaram os chineses a construir um míssil "invisível", que o torna imune à detecção por radares de infravermelho e a mísseis americanos guiados pelo calor. Leia mais.
O surto de desenvolvimento da China está ameaçando a retomada global, diz relatório do FMI
Relatório do FMI adverte para o "sério golpe" que a economia mundial sofrerá se não for contido o superaquecimento da China e de outros países de rápido crescimento. Outras previsões desse relatório: o preço médio do barril de petróleo oscilará de 79 a 90 dólares neste ano; - os preços dos alimentos continuarão altos até depois da safra de 2011, porque os danos causados pelo clima nas colheitas foi maior do que o esperado no final de 2010; - há um viés de alta nos riscos de curto prazo para a maioria das commodities; - o crescimento global seria de 4,4% em vez de 4,2% em 2011 e de 4,5% em 2012; - entretanto, as perspectivas de rápido crescimento para o Leste e de estagnação para o Oeste são fortes como sempre; - os países emergentes devem experimentar um crescimento de 6,5% neste ano e uma expansão semelhante em 2012, enquanto se projeta um crescimento de 3% para os EUA, acima pois dos 2,3% estimados anteriormente. Veja mais.
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terça-feira, 25 de janeiro de 2011
WikiLeaks: o inquérito contra Bradley Manning patina
Depois de oito meses de inquérito, as autoridades militares americanas confirmaram à rede de televisão NBC que não foram até o momento capazes de provar que o soldado de 23 anos Bradley Manning -- acusado de ter copiado documentos secretos confidenciais -- tenha fornecido tais arquivos ao WikiLeaks. Elas afirmam ter a prova de que Bradley teletransmitiu a um terceiro, sem autorização, dezenas de milhares de documentos confidenciais, mas não possuem nenhuma prova de que ele tenha estado em contato com Julian Assange ou com outros membros do WikiLeaks.
Preso secretamente no Kuwait em maio, Bradley -- que pode ser condenado a 52 anos de prisão -- foi transferido para a base de Quantico na Virginia, onde está submetido a um regime de carceragem rigorosíssimo. Veja mais.
Preso secretamente no Kuwait em maio, Bradley -- que pode ser condenado a 52 anos de prisão -- foi transferido para a base de Quantico na Virginia, onde está submetido a um regime de carceragem rigorosíssimo. Veja mais.
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Estados Unidos propuseram o envio de refugiados palestinos para a América do Sul
Para não perder seu péssimo costume de se arvorar de xerife do mundo e de tentar resolver problemas internacionais às custas de terceiros países, tirando seu corpo fora, os EUA propuseram em 2008, através da então Secretária de Estado Condoleeza Rice, que fossem dadas terras aos refugiados palestinos na América do Sul -- mais especificamente na Argentina e no Chile -- como uma solução radical para um problema que tem atormentado o Oriente Médio há décadas. Essa proposta foi feita durante uma reunião entre negociadores dos EUA, de Israel e da Palestina em Berlim, segundo ata desse encontro que foi examinada pelo jornal inglês Guardian.
A proposta americana contrariava frontalmente a posição insistentemente defendida pelos palestinos, que é a de que os refugiados têm o direito de retornar à sua terra ancestral -- uma demanda que tem enfrentado a resistência de Israel desde sua fundação em 1948. Leia mais.
A proposta americana contrariava frontalmente a posição insistentemente defendida pelos palestinos, que é a de que os refugiados têm o direito de retornar à sua terra ancestral -- uma demanda que tem enfrentado a resistência de Israel desde sua fundação em 1948. Leia mais.
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Países emergentes enfrentam o problema do custo dos alimentos
Países emergentes, de rápido crescimento, estão adotando medidas progressivamente mais agressivas para combater os crescentes preços dos alimentos, pois se preocupam com ameaças à sua estabilidade se essa tendência não se inverter. Entre essas medidas incluem-se limitação de preços, restrições às exportações e regras para conter a especulação de commodities, na expectativa de evitar que os custos dos alimentos quebrem suas economias -- os picos de altas de preços que alguns esperavam que fossem passageiros prolongaram-se para dentro do ano novo.
Alguns economistas temem que quaisquer choques adicionais no abastecimento podem empurrar os preços para níveis ainda mais altos, detonando uma crise de preços de alimentos como a que o mundo testemunhou em 2008, quando agitações violentas irromperam em países emergentes por causa de custos mais elevados dos alimentos. Leia mais.
Alguns economistas temem que quaisquer choques adicionais no abastecimento podem empurrar os preços para níveis ainda mais altos, detonando uma crise de preços de alimentos como a que o mundo testemunhou em 2008, quando agitações violentas irromperam em países emergentes por causa de custos mais elevados dos alimentos. Leia mais.
França assina acordo para a venda de quatro navios de guerra à Rússia
França e Rússia assinaram acordo intergovernamental para a fabricação de quatro navios de guerra do tipo Mistral para a marinha russa, dois deles a serem construidos em estaleiro francês e os outros dois em estaleiro russo. As negociações para isso levaram dois anos, passando por altos e baixos e pela inquietações dos EUA e de antigos países do leste europeu. A Geórgia e os países bálticos, por exemplo, consideram perigosa a venda de barcos desse tipo para um país de viés imperialista e que não hesita em entrar em guerra com aqueles que lhe opõem resistência. O texto do acordo, assinado pelo Ministro da Defesa francês e pelo Vice-Primeiro -Ministro russo, assinala que esse é o "mais importante entre todos (os acordos) já assinados entre a Rússia e um país ocidental nessa área".
A Rússia condicionou a compra dos navios à transferência de tecnologia, e ameaçou transferí-la para a Coréia do Sul se não houvesse a concordância da França para isso. Estima-se que esse acordo abra novas vias de cooperação entre os dois países na área da defesa. Veja mais.
A Rússia condicionou a compra dos navios à transferência de tecnologia, e ameaçou transferí-la para a Coréia do Sul se não houvesse a concordância da França para isso. Estima-se que esse acordo abra novas vias de cooperação entre os dois países na área da defesa. Veja mais.
(Foto: Lionel Bonaventure/AFP)
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Google homenageia Tom Jobim
Quem abrir hoje a página inicial do Google verá uma homenagem a Tom Jobim:
Colocando o mouse sobre a imagem aparecerá "84˚ aniversário de Tom Jobim".
Colocando o mouse sobre a imagem aparecerá "84˚ aniversário de Tom Jobim".
Avanços da ciência, aqui e lá fora (35)
- Em busca do etanol da celulose da cana-de-açúcar -- O etanol da cana-de-açúcar, de cuja produção o Brasil é líder no mundo, é obtido exlusivamente da sacarose da cana, que corresponde a um terço da biomassa da planta. Por isto, cientistas do mundo inteiro buscam uma tecnologia que permita a produção, em escala industrial, desse etanol a partir da celulose da cana-de-açúcar. O conhecimento reunido até agora nessa busca do etanol celulósico está consolidado no livro Routes to Cellulosic Ethanol (Rotas para o Etanol Celulósico), editados pelos brasileiros Marcos Silveira Buckeridge, professor do Instituto de Biociências, e Gustavo H. Goldman, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, ambos da USP - Universidade de S. Paulo -- o livro foi publicado pela editora americana Springer. Veja mais.
Publicar em inglês é essencial para que as pesquisas brasileiras tenham reconhecimento internacional. [Imagem: Divulgação]
Avanços da ciência, aqui e lá fora (34)
- Oásis artificial na Jordânia, possível início de uma "floresta no deserto" -- A Fundação Bellona, financiada pela Noruega e que conta com a participação de pesquisadores ingleses, acaba de receber da Jordânia autorização para construir o primeiro protótipo de um oásis high-tech. Sua construção começará em 2012, ocupando uma área de 200.000 metros quadrados em Aqaba, próximo ao Mar Vermelho. Veja mais.
domingo, 23 de janeiro de 2011
China terá que abrir seu mercado financeiro se quiser que sua moeda compita com o dólar
Na véspera de sua viagem aos EUA o presidente chinês Hu Jintao disse à imprensa que o sistema monetário internacional "é coisa do passado". A mensagem aí embutida é clara: o papel do dólar reflete o poder e a influência dos EUA no passado, não a sua estatura atual. O Sr. Hu está certo, a moeda americana está referenciada acima do reduzido peso atual da economia dos EUA no mundo. A parcela americana na produção global (20%), no comércio mundial (11%) e mesmo nos acervos financeiros globais (30%) está encolhendo, enquanto as economias emergentes florescem. Mas muitas destas economias, como por exemplo a Coréia do Sul, vendem suas exportações em dólares, e muitos países, incluindo a China, vinculam suas moedas ao "dinheiro verde", mesmo que de uma maneira pouco rígida -- e cerca de 60% do comércio cambial de reservas estrangeiras permanece em dólares.
O yuan chinês tem condições de se tornar um rival para o dólar? Se a ideia é que estrangeiros estoquem suas riquezas em yuan, eles necessitarão de instrumentos financeiros que sejam seguros, estáveis e de fácil liquidez. Mas a moeda chinesa está sob rígido controle do governo. Para permitir que o yuan flutue e assim atraia o resto do mundo para torná-la a moeda dominante, a China terá que abrir seu sistema financeiro para o mundo. Veja mais.
O yuan chinês tem condições de se tornar um rival para o dólar? Se a ideia é que estrangeiros estoquem suas riquezas em yuan, eles necessitarão de instrumentos financeiros que sejam seguros, estáveis e de fácil liquidez. Mas a moeda chinesa está sob rígido controle do governo. Para permitir que o yuan flutue e assim atraia o resto do mundo para torná-la a moeda dominante, a China terá que abrir seu sistema financeiro para o mundo. Veja mais.
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Lixo no ninho significa "Não se meta!"
O que para muita gente é lixo, para alguns pássaros é a decoração perfeita para seus ninhos. Esta e outras revelações interessantes e surpreendentes resultam de pesquisas reveladas na seção Science da revista The Economist. Milhanos negros (uma ave de rapina de tamanho médio, que vive na Europa, Ásia, Austrália e África) decoram seus ninhos com pedaços de plástico branco que encontram pelo chão. Embora a maioria dos pássaros enfeitem seus ninhos para atrair uma parceira, a atitude dos milhanos significa na realidade "não se meta comigo". Pesquisadores descobriram que esses objetos feitos pelo homem sinalizam para os rivais que fiquem longe, porque o dono do ninho está disposto a lutar se desafiado em seu território. Leia mais.
Um ninho típico de um casal de milhanos negros (foto menor).
Burocracia continua atravancando a pesquisa científica no país: mais um caso típico
O Estado de S. Paulo de hoje publica uma reportagem que ilustra muito bem o mal que a burocracia tupiniquim faz também à nossa pesquisa científica. O biólogo brasileiro Stevens Rehen, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), encontrou à venda na internet por 73 libras esterlinas (cerca de R$ 195) um meio de cultura para células-tronco, licenciado por uma universidade americana e comercializado por uma firma inglesa.
O lado triste dessa história é que se trata de uma descoberta de Stevens, que a burocracia não o deixou testar e implementar no Brasil, e que foi aproveitada por uma universidade americana sem lhe reconhecer a patente. Em 2007 o cientista carioca teve a ideia de criar um meio de cultura para células-tronco embrionárias; dois anos depois, chegou a um substrato "melhor que os vendidos no mercado". Precisava então testá-lo em outras linhagens de células, além da que trouxera de seu pós-doutorado nos EUA. Importou-as, mas não conseguiu liberá-las na alfândega, onde ficaram até estragar. Em 2009 decidiu enviar um aluno para os EUA, onde testaria o produto em outras linhagens -- como esperado, os resultados comprovaram a qualidade do invento. Assim que percebeu a oportunidade de negócio, a universidade americana iniciou contatos com possíveis parceiros para licenciar o produto -- em nove meses o produto estava no mercado. Quando soube que os americanos haviam se apoderado de sua descoberta, Stevens protestou, mas o máximo que conseguiu foi o compromisso de que receberá 40% no próximo contrato. Veja mais.
Inovação -- O técnico Ernesto Pazzatto trabalha no microscópio do laboratório que desenvolveu um meio de cultura para células, licenciado por americanos.
O lado triste dessa história é que se trata de uma descoberta de Stevens, que a burocracia não o deixou testar e implementar no Brasil, e que foi aproveitada por uma universidade americana sem lhe reconhecer a patente. Em 2007 o cientista carioca teve a ideia de criar um meio de cultura para células-tronco embrionárias; dois anos depois, chegou a um substrato "melhor que os vendidos no mercado". Precisava então testá-lo em outras linhagens de células, além da que trouxera de seu pós-doutorado nos EUA. Importou-as, mas não conseguiu liberá-las na alfândega, onde ficaram até estragar. Em 2009 decidiu enviar um aluno para os EUA, onde testaria o produto em outras linhagens -- como esperado, os resultados comprovaram a qualidade do invento. Assim que percebeu a oportunidade de negócio, a universidade americana iniciou contatos com possíveis parceiros para licenciar o produto -- em nove meses o produto estava no mercado. Quando soube que os americanos haviam se apoderado de sua descoberta, Stevens protestou, mas o máximo que conseguiu foi o compromisso de que receberá 40% no próximo contrato. Veja mais.
Inovação -- O técnico Ernesto Pazzatto trabalha no microscópio do laboratório que desenvolveu um meio de cultura para células, licenciado por americanos.
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Testes de Israel com vírus considerados responsáveis pelo atraso no programa nuclear iraniano
O complexo de Dimona, no deserto de Negev, é famoso como o local fortemente protegido que abriga o coração do programa de armamento nuclear que Israel nunca admitiu ter. De acordo com especialistas militares e de inteligência, familiares com suas operações, nos últimos dois anos Dimona assumiu um outro papel igualmente secreto, como local crítico de testes conjuntos americano-israelenses para sabotar o programa nuclear iraniano.
Dentro de Dimona os israelenses colocaram em funcionamento centrífugas nucleares virtualmente idênticas às do Irã em Natanz, onde os cientistas iranianos tentam enriquecer urânio. Diz-se que ali foi testada a eficiência do vírus computacional Stuxnet, que levou a nocaute cerca de um quinto das centrífugas nucleares iranianas e atrasou o programa iraniano de construir as primeiras armas nucleares do país, embora não o tenha destruído. Em setembro do ano passado fiz duas postagens sobre o Stuxnet e o Irã, esta e uma outra. Veja mais na reportagem do New York Times sobre o assunto.
Dentro de Dimona os israelenses colocaram em funcionamento centrífugas nucleares virtualmente idênticas às do Irã em Natanz, onde os cientistas iranianos tentam enriquecer urânio. Diz-se que ali foi testada a eficiência do vírus computacional Stuxnet, que levou a nocaute cerca de um quinto das centrífugas nucleares iranianas e atrasou o programa iraniano de construir as primeiras armas nucleares do país, embora não o tenha destruído. Em setembro do ano passado fiz duas postagens sobre o Stuxnet e o Irã, esta e uma outra. Veja mais na reportagem do New York Times sobre o assunto.
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sábado, 22 de janeiro de 2011
EUA vêem como promissor novo teste relativo à doença de Alzheimer
Um comitê consultivo da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA recomendou por unanimidade nessa quinta-feira que a agência aprove o primeiro teste -- uma varredura de cérebro (brain scan) -- que pode mostrar as características placas da doença de Alzheimer no cérebro de uma pessoa viva. A aprovação está condicionada a uma concordância entre radiologistas sobre o que essas varreduras indicam, e que médicos sejam treinados sobre como interpretá-las. Mais de cinco milhões de americanos têm essa doença.
As placas são parte do critério de diagnóstico da Alzheimer -- se uma pessoa com problemas de memória não tem placas, ela não tem a doença. Mas, sem a varredura, o único meio de detetar a presença de placas é através de uma autópsia. Especialistas em Alzheimer disseram que, se for aprovada, a varredura do cérebro será amplamente utilizada. Leia mais.
As placas são parte do critério de diagnóstico da Alzheimer -- se uma pessoa com problemas de memória não tem placas, ela não tem a doença. Mas, sem a varredura, o único meio de detetar a presença de placas é através de uma autópsia. Especialistas em Alzheimer disseram que, se for aprovada, a varredura do cérebro será amplamente utilizada. Leia mais.
Na Austrália, o governo quer criar um imposto de inundações
O governo australiano cogita criar un imposto excepcional para cobrir os gastos da reparação dos danos, estimados em 20 bilhões de dólares australianos (cerca de 14,6 bilhões de euros), daquela que é considerada a catástrofe natural mais cara da história da Austrália. As inundações históricas que castigaram o país no final de novembro devastaram as colheitas, as rodovias, as ferrovias e milhares de habitações, atingindo principalmente o nordeste da Austrália e mais quatro outros estados. A Primeira-Ministra australiana, Julia Gillard, comentou que a catástrofe pode gerar um aumento dos preços dos alimentos e pesar no PIB, mas afirmou que o setor de mineração, pulmão da economia, resistia bem. Leia mais.
É bom ficarmos atentos porque, como nossos governos adoram criar impostos, pode baixar em Brasília a idéia maluca de se fazer algo idêntico por aqui.
É bom ficarmos atentos porque, como nossos governos adoram criar impostos, pode baixar em Brasília a idéia maluca de se fazer algo idêntico por aqui.
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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Itamaraty insiste em lesar o país no Tratado de Itaipu
A coluna Panorama Político de hoje do Globo nos informa que Antonio Patriota, nosso atual chanceler, pediu ontem ao ministro de Relações Institucionais pressa na votação, pelo Senado, de lei que muda a remuneração do Paraguai pela energia produzida pela Usina Binacional de Itaipu. Já fiz duas postagens sobre esse malfadado assunto, uma em março e a outra em junho do ano passado.
Trata-se de um crime de lesa-pátria, arquitetado e implementado no Itamaraty por Samuel Pinheiro Guimarães (na época Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores - MRE, nesta semana eleito capo político do Mercosul), tendo como executor seu fiel escudeiro o embaixador Ênio Cordeiro (sintomaticamente premiado com a nossa embaixada na Argentina), evidentemente com o beneplácito do chanceler Celso Amorim e de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata. Disso resultou uma Nota Conjunta, ou algo equivalente, datada de 25/7/09 em que o Brasil reconhece o "direito" do Paraguai a uma remuneração maior pela energia produzida em Itaipu.
Se o Senado avalizar essa aberração da nossa diplomacia, o Brasil e os consumidores brasileiros passarão a pagar aos paraguaios o triplo do que hoje lhes pagamos pela mesma energia, sem mais nem menos, sem qualquer argumento defensável, seja ele político, técnico ou financeiro. Seremos mais uma vez vítimas da política de subserviência implantada pelo Itamaraty em relação aos nossos vizinhos, especialmente os fronteiriços (que são 10 ...) -- nossos diplomatas instalaram uma dobradiça em nossa espinha dorsal, e a mantêm permanentemente azeitada sob a diretriz de jamais "contrariar" esses vizinhos. Tudo o que o Paraguai reclama com relação a Itaipu, e não faz outra a não ser reclamar, é pura e simplesmente chantagem. O Tratado de Itaipu e o contrato financeiro a ele vinculado (para quem não sabe, a Usina de Itaipu foi inteiramente financiada pelo Brasil, via Eletrobrás) são peças irretocáveis sob qualquer ângulo, que serão agora violentadas por obra e graça do Itamaraty, exatamente o órgão ao qual compete sua defesa e sua preservação.
Por força das funções que ocupava na Eletrobrás participei de duas reuniões sobre esse assunto com aqueles dois diplomatas (Samuel e Ênio), no lado brasileiro de Itaipu, com a participação do então ministro de Minas e Energia e ex-presidente da Eletrobrás Silas Rondeau e da diretoria da Eletrobrás da época. Fui testemunha da argumentação capciosa e de absoluta má-fé engendrada pela nossa diplomacia para atender à chantagem paraguaia, assim como fui testemunha da passividade e da subserviência do ministro Silas frente à pressão do Itamaraty. Desde então a diretoria da Eletrobrás vê-se manietada e impossibilitada de defender seus interesses (que são os nossos, como consumidores) nessa negociata que fere nossa inteligência e nosso orgulho de país que queira ter um mínimo de auto-estima. Se pautar seu exercício no cargo por essa atitude com relação a Itaipu, nosso atual chanceler vai nos levar a crer que seu sobrenome "Patriota" é pura gozação.
Trata-se de um crime de lesa-pátria, arquitetado e implementado no Itamaraty por Samuel Pinheiro Guimarães (na época Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores - MRE, nesta semana eleito capo político do Mercosul), tendo como executor seu fiel escudeiro o embaixador Ênio Cordeiro (sintomaticamente premiado com a nossa embaixada na Argentina), evidentemente com o beneplácito do chanceler Celso Amorim e de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata. Disso resultou uma Nota Conjunta, ou algo equivalente, datada de 25/7/09 em que o Brasil reconhece o "direito" do Paraguai a uma remuneração maior pela energia produzida em Itaipu.
Se o Senado avalizar essa aberração da nossa diplomacia, o Brasil e os consumidores brasileiros passarão a pagar aos paraguaios o triplo do que hoje lhes pagamos pela mesma energia, sem mais nem menos, sem qualquer argumento defensável, seja ele político, técnico ou financeiro. Seremos mais uma vez vítimas da política de subserviência implantada pelo Itamaraty em relação aos nossos vizinhos, especialmente os fronteiriços (que são 10 ...) -- nossos diplomatas instalaram uma dobradiça em nossa espinha dorsal, e a mantêm permanentemente azeitada sob a diretriz de jamais "contrariar" esses vizinhos. Tudo o que o Paraguai reclama com relação a Itaipu, e não faz outra a não ser reclamar, é pura e simplesmente chantagem. O Tratado de Itaipu e o contrato financeiro a ele vinculado (para quem não sabe, a Usina de Itaipu foi inteiramente financiada pelo Brasil, via Eletrobrás) são peças irretocáveis sob qualquer ângulo, que serão agora violentadas por obra e graça do Itamaraty, exatamente o órgão ao qual compete sua defesa e sua preservação.
Por força das funções que ocupava na Eletrobrás participei de duas reuniões sobre esse assunto com aqueles dois diplomatas (Samuel e Ênio), no lado brasileiro de Itaipu, com a participação do então ministro de Minas e Energia e ex-presidente da Eletrobrás Silas Rondeau e da diretoria da Eletrobrás da época. Fui testemunha da argumentação capciosa e de absoluta má-fé engendrada pela nossa diplomacia para atender à chantagem paraguaia, assim como fui testemunha da passividade e da subserviência do ministro Silas frente à pressão do Itamaraty. Desde então a diretoria da Eletrobrás vê-se manietada e impossibilitada de defender seus interesses (que são os nossos, como consumidores) nessa negociata que fere nossa inteligência e nosso orgulho de país que queira ter um mínimo de auto-estima. Se pautar seu exercício no cargo por essa atitude com relação a Itaipu, nosso atual chanceler vai nos levar a crer que seu sobrenome "Patriota" é pura gozação.
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Israel vai vender aviões teleguiados ao Brasil
Notícia recebida de um dileto amigo, a quem agradeço.
20/01/2011
JERUSALÉM - A empresa de fabricação de armas israelense Elbit Systems anunciou nesta quarta-feira que venderá à Força Aérea brasileira aviões teleguiados de vigilância.
Os aviões sem piloto (drones) Hermes 450 serão entregues pela filial brasileira da Elbit Systems Aeroeletrônica Ltd, indicou a empresa em um comunicado.
A Elbit não informou o número de aviões teleguiados que serão vendidos, nem o montante do contrato.
A empresa está "orgulhosa de ter sido eleita pela Força Aérea brasileira, o que atesta a qualidade de nossos aviões teleguiados", declarou o presidente da Elbit, Joseph Ackerman.
Segundo ele, o Hermes, um avião teleguiado de tamanho médio, é utilizado em 20 países.
Israel é o primeiro exportador mundial de aviões teleguiados.
Os aviões sem piloto (drones) Hermes 450 serão entregues pela filial brasileira da Elbit Systems Aeroeletrônica Ltd, indicou a empresa em um comunicado.
A Elbit não informou o número de aviões teleguiados que serão vendidos, nem o montante do contrato.
A empresa está "orgulhosa de ter sido eleita pela Força Aérea brasileira, o que atesta a qualidade de nossos aviões teleguiados", declarou o presidente da Elbit, Joseph Ackerman.
Segundo ele, o Hermes, um avião teleguiado de tamanho médio, é utilizado em 20 países.
Israel é o primeiro exportador mundial de aviões teleguiados.
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Abelhas estão morrendo, em proporções assustadoras
Têm sido cada vez mais frequentes as notícias de morte em massa de abelhas, nos EUA e em outras partes do mundo, a ponto de já existirem campanhas na Internet para que se inicie um processo ou mecanismo de salvamento desses insetos (no Brasil essa campanha vem sendo promovida pelo mesmo site que lançou a campanha que gerou a Lei da Ficha Limpa). O problema parece começar a adquirir proporções assustadoras.
O governo americano acaba de liberar o resultado de um estudo sobre o assunto, feito pelo Laboratório de Pesquisa de Abelhas do Departamento de Agricultura, informando que a origem desse problema está no uso de inseticidas neonicotinóides, compostos relativamente novos que reproduzem as propriedades da nicotina que provocam a morte de insetos e que têm sido cada vez mais usados em plantações nos EUA, na Grã-Bretanha e ao redor do mundo. Inexplicavelmente, a descoberta do estudo americano ficou retida, sem divulgação, por dois anos.
A Bayer, a gigantesca empresa química alemã que desenvolveu os inseticidas e fabrica sua grande maioria, insiste em que eles são seguros para as abelhas desde que usados adequadamente (este "adequadamente" é que é o problema!), mas o fato é que eles já estão sendo amplamente ligados à mortandade desses insetos. Essa nova geração de inseticidas tem sido responsabilizada por tornar as abelhas mais suscetíveis a doenças, mesmo quando eles são aplicados em doses mínimas, provocando o colapso de colônias que tem dizimado abelhas no mundo. Leia mais.
O governo americano acaba de liberar o resultado de um estudo sobre o assunto, feito pelo Laboratório de Pesquisa de Abelhas do Departamento de Agricultura, informando que a origem desse problema está no uso de inseticidas neonicotinóides, compostos relativamente novos que reproduzem as propriedades da nicotina que provocam a morte de insetos e que têm sido cada vez mais usados em plantações nos EUA, na Grã-Bretanha e ao redor do mundo. Inexplicavelmente, a descoberta do estudo americano ficou retida, sem divulgação, por dois anos.
A Bayer, a gigantesca empresa química alemã que desenvolveu os inseticidas e fabrica sua grande maioria, insiste em que eles são seguros para as abelhas desde que usados adequadamente (este "adequadamente" é que é o problema!), mas o fato é que eles já estão sendo amplamente ligados à mortandade desses insetos. Essa nova geração de inseticidas tem sido responsabilizada por tornar as abelhas mais suscetíveis a doenças, mesmo quando eles são aplicados em doses mínimas, provocando o colapso de colônias que tem dizimado abelhas no mundo. Leia mais.
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Mudança climática teria contribuido para a queda do Império Romano
O jornal Le Monde de ontem publica um resumo de um interessante estudo divulgado na revista Science sobre a influência que a mudança climática teria exercido em um período da história, em particular sobre a queda do Império Romano.
Antigamente, a grandeza e a decadência dos impérios eram atribuídas à vontade dos deuses, mas em realidade isso talvez devesse ser creditado à variabilidade do clima. É o que tende a provar um estudo de 9.000 amostras de madeira, dos anéis ou círculos que atestam a idade das árvores, que demonstra que os verões brandos foram sem dúvida a chave para o crescimento do poderio do império romano, ao passo que as secas prolongadas, as ondas de frio e outras alterações climáticas teriam tido influência em movimentos de subversão históricos, nas invasões bárbaras que aceleraram o desmoronamento de Roma e na peste negra que dizimou uma grande parte da Europa medieval. As amostras citadas foram recolhidas nos últimos trinta anos, por arqueólogos que analisam os chamados "anéis ou círculos de crescimento" das árvores para determinar a idade de sítios antigos (uma técnica denominada dendrocronologia).
Os pesquisadores conseguiram levantar dados sobre o clima europeu desde 2.500 anos atrás. Com isso, conseguiram evidenciar uma correlação entre os eventos históricos e as evoluções climáticas mostrando, por exemplo, que nos períodos de estabilidade social e de prosperidade -- como quando da ascensão do Império Romano entre 300 AC e 200 DC -- a Europa passou por verões quentes e, sobretudo, úmidos, ideais para a agricultura. Condições climáticas similares acompanharam o apogeu da Europa medieval, entre os séculos XI e XIII. Inversamente, os períodos de instabilidade climática correspondem a épocas mais atribuladas no lado político. As mudanças climáticas que afetam principalmente a produção agrícola constituem-se em fatores que "amplificam as crises políticas, sociais e econômicas", avalia o estudo. Leia mais no artigo do Le Monde referido no início desta postagem.
Antigamente, a grandeza e a decadência dos impérios eram atribuídas à vontade dos deuses, mas em realidade isso talvez devesse ser creditado à variabilidade do clima. É o que tende a provar um estudo de 9.000 amostras de madeira, dos anéis ou círculos que atestam a idade das árvores, que demonstra que os verões brandos foram sem dúvida a chave para o crescimento do poderio do império romano, ao passo que as secas prolongadas, as ondas de frio e outras alterações climáticas teriam tido influência em movimentos de subversão históricos, nas invasões bárbaras que aceleraram o desmoronamento de Roma e na peste negra que dizimou uma grande parte da Europa medieval. As amostras citadas foram recolhidas nos últimos trinta anos, por arqueólogos que analisam os chamados "anéis ou círculos de crescimento" das árvores para determinar a idade de sítios antigos (uma técnica denominada dendrocronologia).
Os pesquisadores conseguiram levantar dados sobre o clima europeu desde 2.500 anos atrás. Com isso, conseguiram evidenciar uma correlação entre os eventos históricos e as evoluções climáticas mostrando, por exemplo, que nos períodos de estabilidade social e de prosperidade -- como quando da ascensão do Império Romano entre 300 AC e 200 DC -- a Europa passou por verões quentes e, sobretudo, úmidos, ideais para a agricultura. Condições climáticas similares acompanharam o apogeu da Europa medieval, entre os séculos XI e XIII. Inversamente, os períodos de instabilidade climática correspondem a épocas mais atribuladas no lado político. As mudanças climáticas que afetam principalmente a produção agrícola constituem-se em fatores que "amplificam as crises políticas, sociais e econômicas", avalia o estudo. Leia mais no artigo do Le Monde referido no início desta postagem.
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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
China vende aviões militares à Bolívia, sem o veto dado pelos EUA ao Brasil para operação idêntica
Há alguns poucos anos a Embraer tentou vender seus aviões Super Tucanos de treinamento e interceptação para a Colômbia e a Venezuela, mas o negócio foi vetado pelos EUA -- um dos argumentos esdrúxulos alegados para o veto estava o de que aqueles aviões contêm equipamentos de tecnologia americana ... Mais uma vez, fomos tratados como gentalha e engolimos outro sapo "made in USA".
Eis que surge a China, com quem os americanos falam mais fino, e vende sem veto para a Venezuela e a Bolívia seu avião K8, de características praticamente idênticas às dos Super Tucanos. A Venezuela já opera sua esquadrilha, e a Bolívia começa a receber suas unidades em abril próximo. Resultado da "brilhante" estratégia americana e da nossa subserviência: o Brasil perdeu um negócio e uma posição estratégica, os EUA não tiveram outro ganho senão o de manter sua prepotência e nos humilhar mais uma vez, e a grande ganhadora nessa história é mais uma vez a China que, além de ganhar dinheiro, garantiu um importantíssimo espaço estratégico na aviação militar sul-americana. Quando criaremos vergonha na cara?!!
Eis que surge a China, com quem os americanos falam mais fino, e vende sem veto para a Venezuela e a Bolívia seu avião K8, de características praticamente idênticas às dos Super Tucanos. A Venezuela já opera sua esquadrilha, e a Bolívia começa a receber suas unidades em abril próximo. Resultado da "brilhante" estratégia americana e da nossa subserviência: o Brasil perdeu um negócio e uma posição estratégica, os EUA não tiveram outro ganho senão o de manter sua prepotência e nos humilhar mais uma vez, e a grande ganhadora nessa história é mais uma vez a China que, além de ganhar dinheiro, garantiu um importantíssimo espaço estratégico na aviação militar sul-americana. Quando criaremos vergonha na cara?!!
O caça subsônico Changdu-K8W-Karakorum vendido pela China à Venezuela e à Bolívia (este da foto é da Força Aérea Venezuelana).
Mais um processo contra o Google, desta vez na Espanha
O Google, através de sua filial espanhola, está sendo processado na Justiça da Espanha, que quer obrigá-lo a apagar os dados pessoais de cinco cidadãos listados em seu site. Na audiência realizada hoje de manhã, a primeira do gênero na Europa, foi examinada a solicitação de cinco pessoas para que, sob a ótica da proteção de dados e da privacidade, o Google cancele de seu índice a informação a elas referente que aparece em vários boletins oficiais e meios de comunicação. O processo foi aberto pela Agência de Proteção de Dados, órgão regulador da privacidade na Espanha, à qual o Google espanhol não reconhece o direito de jurisdição sobre ele, alegando que quem se encarrega do serviço de tratamento de seus dados é sua matriz, Google Inc., sediada nos EUA.
O advogado do Google argumenta que os sites de busca são apenas um reflexo dos conteúdos dos servidores, limitando-se a armazenar as informações que eles disponibilizam, que o responsável pelos conteúdos é o proprietário da página web, e que retirar essa informação é um tipo de "censura". Veja mais.
O advogado do Google argumenta que os sites de busca são apenas um reflexo dos conteúdos dos servidores, limitando-se a armazenar as informações que eles disponibilizam, que o responsável pelos conteúdos é o proprietário da página web, e que retirar essa informação é um tipo de "censura". Veja mais.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Uma moção no Conselho de Segurança da ONU contra a colonização israelense
Em nome dos países árabes, o Líbano deverá apresentar formalmente hoje no Conselho de Segurança da ONU o projeto de uma resolução condenando a colonização israelense. O texto, patrocinado principalmente pelo grupo dos não-alinhados e pela organização da conferência islâmica, circula desde 21 de dezembro e poderá ser votado nos próximos dias.
Os palestinos, que têm o status de observadores na ONU, pensavam inicialmente aproveitar o debate mensal dos 15 países-membros do Conselho sobre o Oriente Próximo (previsto para amanhã, dia 19) para submeter a resolução a voto, mas mudaram de idéia diante da ameaça de veto pelos americanos e resolveram seguir na tentativa de convencer os EUA sobre a boa fundamentação de sua iniciativa. Segundo Nawaf Salam, embaixador libanês junto à ONU, "jamais, nos anais do Conselho de Segurança, um projeto de resolução foi apresentado com tanto apoio" (mais de 100 países-membros). Leia mais.
Os palestinos, que têm o status de observadores na ONU, pensavam inicialmente aproveitar o debate mensal dos 15 países-membros do Conselho sobre o Oriente Próximo (previsto para amanhã, dia 19) para submeter a resolução a voto, mas mudaram de idéia diante da ameaça de veto pelos americanos e resolveram seguir na tentativa de convencer os EUA sobre a boa fundamentação de sua iniciativa. Segundo Nawaf Salam, embaixador libanês junto à ONU, "jamais, nos anais do Conselho de Segurança, um projeto de resolução foi apresentado com tanto apoio" (mais de 100 países-membros). Leia mais.
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Mudança climática altera vida e dieta dos esquimós americanos
Estudo científico feito durante cinco anos sobre o lado humano do aquecimento global mostra que a mudança climática está alterando o estilo de vida e a dieta dos inuits, os esquimós americanos. Essa pesquisa mostra como o derretimento do gelo e as mudanças na vida selvagem estão impactando a vida e os meios de subsistência desse povo.
O deslocamento do gelo e a mudança dos padrões migratórios de animais como focas, leões-marinhos, e de tipos de baleias e de ursos polares, têm dificultado a caça desses animais que compõem uma grande parte da dieta dos inuits, que é basicamente de carne crua. Com isso, os inuits têm recorrido mais e mais a alimentos altamente processados, uma das descobertas mais impactantes da pesquisa, e com isso têm surgido mais problemas de obesidade e de cárie dentária, especialmente na faixa mais jovem da população. Leia mais.
O deslocamento do gelo e a mudança dos padrões migratórios de animais como focas, leões-marinhos, e de tipos de baleias e de ursos polares, têm dificultado a caça desses animais que compõem uma grande parte da dieta dos inuits, que é basicamente de carne crua. Com isso, os inuits têm recorrido mais e mais a alimentos altamente processados, uma das descobertas mais impactantes da pesquisa, e com isso têm surgido mais problemas de obesidade e de cárie dentária, especialmente na faixa mais jovem da população. Leia mais.
Mudanças no setor elétrico
Crescem os rumores de mudanças no setor elétrico, com a saída de José Antonio Muniz Lopes (apadrinhado por Sarney) da presidência da Eletrobras e sua substituição por Flavio Decat, ex-Diretor de Distribuição da empresa, por indicação de Dilma Rousseff. Essa mudança de cadeiras faria parte de um amplo acordo de "compensação" ao PMDB, envolvendo a manutenção de Sarney na presidência do Senado até 2012, a ida de José Antonio para a presidência da Eletronorte (para manter o quinhão de Sarney na área elétrica) e a garantia de que Renan Calheiros será o sucessor de Sarney na presidência do Senado, com o apoio do Planalto e do PT, como parte do processo de "reabilitação" de Renan. Veja aqui.
A administração de José Antonio à frente da Eletrobras pode ser considerada das melhores, senão a melhor, por que passou a empresa nos últimos anos pelo menos em termos de gestão. Ele conseguiu dar à empresa um papel de efetiva holding, "enquadrando" suas rebeldes subsidiárias (especialmente Furnas e Chesf), logrou dar início à sua internacionalização (embora com falhas, porque a empresa também nessa área continua atuando como braço estatal, ao contrario da Petrobras), conseguiu do governo a mesma flexibilidade que a da Petrobras com relação à Lei 8666 e teria logrado retirar a empresa do problema do superávit primário. Se confirmada, sua volta à Eletronorte, da qual já foi presidente, embute ônus e bônus -- entre os bônus está o de que ficará à frente daquela que se tornará a principal geradora do setor elétrico, responsável pelas usinas de Tucuruí, Jirau, Santo Antonio e Belo Monte, esta última a menina de seus olhos, um projeto que defende renhida e entusiasticamente há anos. Como ônus fica sua subordinação a Flavio Decat, com quem teve relações gélidas e formais enquanto este foi Diretor de Distribuição da Eletrobras. O estilo duro de Decat permite antever nova fase de afirmação para a holding, dentro de novos parâmetros, e um relacionamento mais tenso com as empresas controladas em um novo modelo de gestão, pelo menos em termos pessoais. Quem viver, verá.
A administração de José Antonio à frente da Eletrobras pode ser considerada das melhores, senão a melhor, por que passou a empresa nos últimos anos pelo menos em termos de gestão. Ele conseguiu dar à empresa um papel de efetiva holding, "enquadrando" suas rebeldes subsidiárias (especialmente Furnas e Chesf), logrou dar início à sua internacionalização (embora com falhas, porque a empresa também nessa área continua atuando como braço estatal, ao contrario da Petrobras), conseguiu do governo a mesma flexibilidade que a da Petrobras com relação à Lei 8666 e teria logrado retirar a empresa do problema do superávit primário. Se confirmada, sua volta à Eletronorte, da qual já foi presidente, embute ônus e bônus -- entre os bônus está o de que ficará à frente daquela que se tornará a principal geradora do setor elétrico, responsável pelas usinas de Tucuruí, Jirau, Santo Antonio e Belo Monte, esta última a menina de seus olhos, um projeto que defende renhida e entusiasticamente há anos. Como ônus fica sua subordinação a Flavio Decat, com quem teve relações gélidas e formais enquanto este foi Diretor de Distribuição da Eletrobras. O estilo duro de Decat permite antever nova fase de afirmação para a holding, dentro de novos parâmetros, e um relacionamento mais tenso com as empresas controladas em um novo modelo de gestão, pelo menos em termos pessoais. Quem viver, verá.
Superpopulação mundial: é ou não é uma ameaça?
No dia 15 deste mês fiz uma postagem que mencionava um recente e extenso relatório do Instituto de Engenheiros Mecânicos (IEM) inglês, divulgado pelo jornal The Independent, que afirma que a superpopulação mundial é um desafio maior para o planeta que as mudanças climáticas. Hoje, o mesmo jornal publica um artigo assinado por Dominic Lawson que contradiz aquele relatório e afirma que é um mito essa história de que a população da Terra é uma bomba-relógio. O interessante -- para não dizer estranho -- é que o autor cita aquele mesmo Instituto como avalista desta afirmativa. Segundo Lawson, o próprio líder do grupo de autores do relatório do IEM, Tim Fox, contradizendo seu próprio texto, afirma que "podemos enfrentar o desafio de alimentar 9 bilhões de pessoas pela utilização de tecnologias existentes". Como exemplo, o Sr. Fox cita o caso da África, onde nada menos que a metade da produção de alimentos é destruída antes de chegar ao mercado local -- com refrigeração e boas estradas pode-se evitar essa gigantesca perda.
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Para Rubens Ricupero, um pouco de sobriedade não faz mal
Pode-se discordar das posições políticas e das opiniões de Rubens Ricupero, ex-secretário-geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), ex-embaixador brasileiro em Washington e Ministro da Fazenda no governo de Fernando Henrique Cardoso, atual diretor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), mas para criticá-lo é preciso conhecê-lo -- por isto, acho que não se deve perder sua entrevista na edição do dia 16 p.p. do Correio Braziliense.
Entre outros comentários, ele acha que o governo exagera ao ressaltar a importância que o Brasil está adquirindo no cenário internacional, daí recomendar que "um pouco de sobriedade não faz mal". Na sua opinião os EUA se recuperarão e manterão a liderança mundial, considera que o G-20 já está institucionalizado como a instância política mais alta para a coordenação dos grandes temas da economia internacional e acha que a atual crise ainda vai durar muito tempo -- na melhor das hipóteses uns 4 anos, podendo chegar entre 7 a 10 anos. O euro enfrenta sérios problemas, mas deverá sobreviver; o dólar ainda vai ser a moeda de reserva global, mas serão intensificadas as discussões sobre um novo sistema monetário.
Entre outros comentários, ele acha que o governo exagera ao ressaltar a importância que o Brasil está adquirindo no cenário internacional, daí recomendar que "um pouco de sobriedade não faz mal". Na sua opinião os EUA se recuperarão e manterão a liderança mundial, considera que o G-20 já está institucionalizado como a instância política mais alta para a coordenação dos grandes temas da economia internacional e acha que a atual crise ainda vai durar muito tempo -- na melhor das hipóteses uns 4 anos, podendo chegar entre 7 a 10 anos. O euro enfrenta sérios problemas, mas deverá sobreviver; o dólar ainda vai ser a moeda de reserva global, mas serão intensificadas as discussões sobre um novo sistema monetário.
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Dilma decide reexaminar a questão da compra de caças para a FAB, diz o francês Le Monde
Segundo o jornal francês Le Monde de hoje, citando fontes próximas do Planalto, a presidente Dilma Rousseff vai reexaminar o conjunto de ofertas para o rearmamento da FAB, envolvendo caças da Suécia (Gripen), da França (Rafale) e dos EUA (F-18, da Boeing). Envolvendo 36 caças e um valor não inferior a 4 bilhões de dólares (3 bilhões de euros), essa compra vem sendo protelada há mais de um ano e quase foi decidida a favor da oferta francesa por Lula, que acabou transferindo a decisão para sua sucessora.
Embora mais cara, a proposta francesa garantiria uma maior transferência de tecnologia, questão de honra defendidfa pelo Brasil. A oferta sueca seria afetada pelo menor prestígio militar da Suécia face aos EUA e à França, em termos de uma aliança estratégica, e a proposta americana esbarra na resistência dos EUA a uma maior transferência de tecnologia. Na semana passada, ao receber senadores americanos (entre os os quais John McCain, derrotado por Obama), a presidente teria reforçado o interesse brasileiro em uma maior transferência de tecnologia. Leia mais.
Embora mais cara, a proposta francesa garantiria uma maior transferência de tecnologia, questão de honra defendidfa pelo Brasil. A oferta sueca seria afetada pelo menor prestígio militar da Suécia face aos EUA e à França, em termos de uma aliança estratégica, e a proposta americana esbarra na resistência dos EUA a uma maior transferência de tecnologia. Na semana passada, ao receber senadores americanos (entre os os quais John McCain, derrotado por Obama), a presidente teria reforçado o interesse brasileiro em uma maior transferência de tecnologia. Leia mais.
O JAS-39 da Gripen.
O Rafale, da Dassault.
O F-18 Super Hornet, da Boeing.
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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Ex-banqueiro suiço entrega ao WikiLeaks os dados secretos de 2.000 contas bancárias
O WikiLeaks pode estender seus tentáculos para a área bancária, causando novo tipo de danos. Um antigo responsável pelas operações do banco de negócios suiço Julius Baer no paraíso fiscal das ilhas Caimán, Rudolf M. Elmer, entregou em Londres a Julian Assange, responsável pelo WikiLeaks, dois discos com os dados de 2.000 contas secretas pertencentes a uns 40 políticos, a "pilares da sociedade" e a homens de negócios, "gente que fez fortuna nas artes e nos conglomerados internacionais nos dois lados do Atlântico".
Em uma coletiva de imprensa, Assange e Elmer declararam que os dados se referem a operações secretas realizadas entre 1999 e 2009 com o intuito de burlar o fisco. Tais dados se originam de três bancos, incluindo o Julius Baer, e afetam vários países, incluindo EUA, Reino Unido, Alemanha, Áustria, e alguns da Ásia. Leia mais.
Julian Assange e Rudolf Elmer, durante a entrega em Londres dos dados das contas bancárias.
Em uma coletiva de imprensa, Assange e Elmer declararam que os dados se referem a operações secretas realizadas entre 1999 e 2009 com o intuito de burlar o fisco. Tais dados se originam de três bancos, incluindo o Julius Baer, e afetam vários países, incluindo EUA, Reino Unido, Alemanha, Áustria, e alguns da Ásia. Leia mais.
Julian Assange e Rudolf Elmer, durante a entrega em Londres dos dados das contas bancárias.
Dúvidas sobre o presidente chinês Hu Jintao
Na semana em que o presidente chinês Hu Jintao visitará os EUA, para tentar reduzir as tensões entre os dois países, crescem as dúvidas no governo Obama sobre o seu real poder de decisão e sua efetiva autoridade no governo chinês. Admite-se a possibilidade de que ele seja o líder mais fraco da era comunista, e de que não consiga impor sua autoridade de modo a evitar que as relações com os americanos sejam menos conflitantes.
Alguns fatos recentes que fazem os americanos desconfiarem que Hu Jintao possa estar sendo baipassado por setores rivais dentro do governo chinês, ou então esteja enganando os EUA (esta última hipótese me parece a mais provável): - no seu recente encontro com o Secretário de Defesa Robert Gates em Pequim na semana passada ele aparentou desconhecer que naquele exato momento a força aérea de seu país estava testando pela primeira vez seu caça "invisível", o que praticamente esvaziou a visita da autoridade americana; - há anos os americanos vêm insistindo para que o Sr. Hu reveja o valor da moeda chinesa, exerça mais controle sobre a Coréia do Norte, afrouxe a pressão sobre os dissidentes e faça com que seu país pare de copiar ilegalmente a tecnologia americana. O presidente chinês dá sinais de compartilhar dessas preocupações e de que atuará sobre aqueles problemas, que no entanto só fazem piorar, reforçando a desconfiança americana em relação ao presidente chinês. Leia mais.
Alguns fatos recentes que fazem os americanos desconfiarem que Hu Jintao possa estar sendo baipassado por setores rivais dentro do governo chinês, ou então esteja enganando os EUA (esta última hipótese me parece a mais provável): - no seu recente encontro com o Secretário de Defesa Robert Gates em Pequim na semana passada ele aparentou desconhecer que naquele exato momento a força aérea de seu país estava testando pela primeira vez seu caça "invisível", o que praticamente esvaziou a visita da autoridade americana; - há anos os americanos vêm insistindo para que o Sr. Hu reveja o valor da moeda chinesa, exerça mais controle sobre a Coréia do Norte, afrouxe a pressão sobre os dissidentes e faça com que seu país pare de copiar ilegalmente a tecnologia americana. O presidente chinês dá sinais de compartilhar dessas preocupações e de que atuará sobre aqueles problemas, que no entanto só fazem piorar, reforçando a desconfiança americana em relação ao presidente chinês. Leia mais.
domingo, 16 de janeiro de 2011
Brasil cresce de importância para as montadoras de automóveis
O Brasil é hoje o terceiro maior mercado para quatro grandes grupos automobilísticos -- Ford, General Motors, Renault e Volkswagen -- e o maior para a Fiat. Com os inéditos 3,5 milhões de carros novos vendidos em 2010 o país consolidou-se como o quarto maior mercado do planeta, e tem ajudado as montadoras aqui instaladas a amenizar os problemas financeiros de suas matrizes nos EUA e na Europa.
A Fiat do Brasil ultrapassou a matriz italiana há dois anos e é a que mais vende carros da fábrica no mundo -- em 2010 foram 760,5 mil vendidos no país e, nesse período, sua participação no mercado global da empresa passou de 30,5% para 35%. Números expressivos vêm sendo registrados também para os demais fabricantes.
No setor de caminhões, o Brasil é o principal mercado para a Scania desde 2007. Os 15,4 mil caminhões aqui vendidos em 2010 corresponderam a 29% de tudo o que o grupo sueco vendeu -- em 2005 essa contribuição era de 9,9%. Leia mais.
A Fiat do Brasil ultrapassou a matriz italiana há dois anos e é a que mais vende carros da fábrica no mundo -- em 2010 foram 760,5 mil vendidos no país e, nesse período, sua participação no mercado global da empresa passou de 30,5% para 35%. Números expressivos vêm sendo registrados também para os demais fabricantes.
No setor de caminhões, o Brasil é o principal mercado para a Scania desde 2007. Os 15,4 mil caminhões aqui vendidos em 2010 corresponderam a 29% de tudo o que o grupo sueco vendeu -- em 2005 essa contribuição era de 9,9%. Leia mais.
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A tragédia na Região Serrana do Estado do Rio
É difícil avaliar na sua completa dramaticidade a extensão da tragédia que se abateu sobre a Região Serrana do Estado do Rio, mais particularmente sobre Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e pequenas cidades circunvizinhas -- sem falar nas suas zonas rurais. É emocionante ver o contagiante movimento de solidariedade da sociedade nessas horas, se organizando e improvisando por conta própria porque também nessa hora o poder público desaparece. É pena que só o emocional prevaleça, e o racional fique bloqueado -- não se tem notícia de nenhuma ação legal pública contra a omissão e a negligência das autoridades!
Duro e revoltante é constatar novamente a omissão e a irresponsabilidade das autoridades públicas, especialmente as estaduais e as municipais, e ouvir outra vez suas sandices -- sobre a responsabilidade federal nessa tragédia ver postagem anterior. O Sr. Sérgio Cabral, p'ra não perder o cacoete, disse que o problema se deve à ocupação irregular das encostas, como se encostas fossem terra de ninguém, livres de qualquer legislação e de qualquer cuidado prévio. O governador não aprendeu absolutamente nada com as tragédias ambientais de mesma natureza das de agora, de Angra dos Reis e da Ilha Grande de exatamente há um ano atrás. É enorme a chance de que também na Região Serrana não se faça agora nada p'ra valer em termos corretivos e preventivos, expondo-a a novos riscos se chuvas torrenciais ocorrerem no início do ano que vem.
Surge a notícia incrível de que em Areal ninguém morreu, simplesmente porque a prefeitura local, de posse do mesmíssimo alerta meteorológico que as outras prefeituras receberam (mas nada fizeram com ele), botou um carro com alto-falante circulando por toda a cidade, avisando a população e instando-a a deixar suas casas por um lugar mais seguro. Por que as demais cidades não fizeram o mesmo?! A Austrália passa por uma inundação gigantesca (a área alagada é superior à dos Estados de S. Paulo e Rio), mas só teve 25 ou 27 mortos, fruto de um rigoroso sistema de alerta e treinamento -- pode-se alegar que as condições topográficas e a densidade demográfica da região atingida (a região australiana alagada é plana) são bem distintas da nossa Região Serrana, mas isso não tira o mérito dos australianos e da lição que nos dão.
Duro e revoltante é constatar novamente a omissão e a irresponsabilidade das autoridades públicas, especialmente as estaduais e as municipais, e ouvir outra vez suas sandices -- sobre a responsabilidade federal nessa tragédia ver postagem anterior. O Sr. Sérgio Cabral, p'ra não perder o cacoete, disse que o problema se deve à ocupação irregular das encostas, como se encostas fossem terra de ninguém, livres de qualquer legislação e de qualquer cuidado prévio. O governador não aprendeu absolutamente nada com as tragédias ambientais de mesma natureza das de agora, de Angra dos Reis e da Ilha Grande de exatamente há um ano atrás. É enorme a chance de que também na Região Serrana não se faça agora nada p'ra valer em termos corretivos e preventivos, expondo-a a novos riscos se chuvas torrenciais ocorrerem no início do ano que vem.
Surge a notícia incrível de que em Areal ninguém morreu, simplesmente porque a prefeitura local, de posse do mesmíssimo alerta meteorológico que as outras prefeituras receberam (mas nada fizeram com ele), botou um carro com alto-falante circulando por toda a cidade, avisando a população e instando-a a deixar suas casas por um lugar mais seguro. Por que as demais cidades não fizeram o mesmo?! A Austrália passa por uma inundação gigantesca (a área alagada é superior à dos Estados de S. Paulo e Rio), mas só teve 25 ou 27 mortos, fruto de um rigoroso sistema de alerta e treinamento -- pode-se alegar que as condições topográficas e a densidade demográfica da região atingida (a região australiana alagada é plana) são bem distintas da nossa Região Serrana, mas isso não tira o mérito dos australianos e da lição que nos dão.
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Sinais de liberalização dos EUA em relação a Cuba
Depois de quase 50 anos de embargo econômico americano, Cuba vê agora sinais claros de liberalização do governo Obama. Os EUA anunciaram hoje novas medidas de intercâmbio com Cuba que aprofundam a política de abertura planejada por Obama -- entre tais medidas se incluem a liberação de contatos e atividades na ilha por organizações religiosas, autorização para o intercâmbio de tipo acadêmico (incluindo cursos de formação), e permissão para que os cubanos residentes nos EUA enviem dinheiro ao seu país, mesmo que não tenham parentesco com os destinatários. Essas medidas despertaram reações opostas na colônia cubana radicada nos EUA, com os radicais se opondo à sua concretização.
O Washington Post publicou dois artigos sobre o assunto, este e um outro. Parece, finalmente, que começa a prevalecer o bom senso entre os americanos e talvez se inicie pela via democrática o que um embargo cruel não logrou obter em 50 anos -- o regime não caiu, a população tem sido tremendamente castigada, e o país atraiu apoios indesejáveis e indesejados como por exemplo o da União Soviética (que quase gera um conflito armado com os EUA) em priscas eras, e mais recentemente o de Hugo Chávez, entre outros.
O Washington Post publicou dois artigos sobre o assunto, este e um outro. Parece, finalmente, que começa a prevalecer o bom senso entre os americanos e talvez se inicie pela via democrática o que um embargo cruel não logrou obter em 50 anos -- o regime não caiu, a população tem sido tremendamente castigada, e o país atraiu apoios indesejáveis e indesejados como por exemplo o da União Soviética (que quase gera um conflito armado com os EUA) em priscas eras, e mais recentemente o de Hugo Chávez, entre outros.
sábado, 15 de janeiro de 2011
Fundação alemã, financiadora do WikiLeaks, diz que doações "nunca estiveram tão fortes como agora"
A Wau Holland Foundation, da Alemanha, afirmou em entrevista de um seu diretor ao site Spiegel Online que até agora não recebeu qualquer pressão do governo alemão para interromper o financiamento ao WikiLeaks, que continuará a fazê-lo e que o movimento de doações para esse fim está forte como nunca. Em doações que valem em média 25 euros cada -- mas já tiveram um doador de mais de 50.000 euros -- ela já recebeu desde 2009 um pouco mais de 900.000 euros e já repassou ao WikiLeaks mais de 370.000 euros.
Na entrevista, Hendrick Fulda -- membro da diretoria daquela Fundação -- fala da atitude da PayPal, do Mastercard e do Visa, que se viram forçados a interromper o fluxo financeiro para o WikiLeaks e do tipo de controle que a Wau Holland faz com a liberação do dinheiro (o que inclui até os gastos de Julian Assange com passagens e hotéis). Leia mais.
Na entrevista, Hendrick Fulda -- membro da diretoria daquela Fundação -- fala da atitude da PayPal, do Mastercard e do Visa, que se viram forçados a interromper o fluxo financeiro para o WikiLeaks e do tipo de controle que a Wau Holland faz com a liberação do dinheiro (o que inclui até os gastos de Julian Assange com passagens e hotéis). Leia mais.
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União Europeia quer limitar a sete anos a primazia do Google sobre livros digitalizados
A pedido da Comissão Europeia (CE), um Comitê de Sábios apresentou nesta semana em Bruxelas um relatório -- que a CE utilizará para ajudar as instituições culturais europeias a entrar na era digital -- em que se solicita que se limite a 7 anos o "uso preferencial do material digitalizado concedido aos participantes do setor privado". O grande participante desse setor não é outro senão o Google, que no âmbito de seu programa Google Livros já digitalizou mais de 10 milhões de obras, muitas delas oriundas de bibliotecas europeias.
O mesmo relatório citado acima recomenda que antes de 2016 estejam digitalizadas e disponíveis online todas as obras-primas da cultura europeia de domínio público. Leia mais.
O mesmo relatório citado acima recomenda que antes de 2016 estejam digitalizadas e disponíveis online todas as obras-primas da cultura europeia de domínio público. Leia mais.
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Sony fecha fábrica de 18 milhões de CDs/mês nos EUA
A concorrência da Internet fez mais um estrago na indústria de fabricação de CDs: a Sony decidiu fechar sua fábrica de CDs em Nova Jersey (EUA), que tem capacidade para fabricar 18 milhões de unidades por mês, e produzia também discos de vinil -- 300 trabalhadores serão despedidos. Embora as vendas de discos de vinil venham crescendo, as de CDs vêm baixando e só no biênio 2008 - 2009 a queda foi de 18%.
Especula-se se esse pode ser o início do desaparecimento do CD como o conhecemos -- essa indústria começou a funcionar maciçamente em 1982, sob o comando da Philips e da Sony, e desbancou a indústria do vinil. Leia mais.
Especula-se se esse pode ser o início do desaparecimento do CD como o conhecemos -- essa indústria começou a funcionar maciçamente em 1982, sob o comando da Philips e da Sony, e desbancou a indústria do vinil. Leia mais.
Superpopulação mundial, desafio maior que as mudanças climáticas
Um extenso relatório publicado nessa quarta-feira pelo Instituto de Engenheiros Mecânicos ingleses adverte que o crescimento da população, especialmente nos países em desenvolvimento, significa o maior desafio do século 21 e que essa ameaça tem um valor destrutivo maior que as mudanças climáticas. O estudo estima que, nas próximas seis décadas, a população mundial passará dos cerca de 7 bilhões anuais para algo como 9,5 bilhões, crescendo anualmente 75 milhões de pessoas (o equivalente à população atual do Reino Unido).
Se não forem encontradas soluções tecnológicas para que os recursos cresçam no ritmo da população, haverá escassez de moradia, comida, água e recursos energéticos. Leia mais. Veja também outra postagem sobre a preservação do planeta, vinculada à alimentação da sua população.
Se não forem encontradas soluções tecnológicas para que os recursos cresçam no ritmo da população, haverá escassez de moradia, comida, água e recursos energéticos. Leia mais. Veja também outra postagem sobre a preservação do planeta, vinculada à alimentação da sua população.
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A guerra do tráfico no México
O número de vítimas da guerra do tráfico no México é impressionante: segundo relação detalhada fornecida pelo próprio governo mexicano na última quarta-feira, desde 2006 já morreram 34.612 pessoas na guerra contra o narcotráfico no país entre civis, policiais, militares e criminosos. Só em 2010 foram assassinadas 15.273 pessoas, confirmando que esse foi o ano mais violento da história recente do país. A lista oficial de criminosos mortos fornecida há um mês inclui 12.456 pessoas, embora ela só inclua os marginais presumidamente executados pelos cartéis rivais e não contemple os civis e os membros das forças de segurança também mortos.
O próprio presidente mexicano, Felipe Calderón, declarou recentemente que "2010 foi um ano de extrema violência, e marcou o início de um período de conflito brutal, feroz, violenta, precisamente entre o Cartel do Golfo e os Zetas, que foram seus aliados durante quase uma década". Leia mais.
O próprio presidente mexicano, Felipe Calderón, declarou recentemente que "2010 foi um ano de extrema violência, e marcou o início de um período de conflito brutal, feroz, violenta, precisamente entre o Cartel do Golfo e os Zetas, que foram seus aliados durante quase uma década". Leia mais.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Na Europa, os separatistas fazem muito mais atentados que os muçulmanos
Um estudo da Europol, a polícia internacional da União Europeia, liberado na segunda-feira desta semana pelo jornal francês L'Express, mostra que dos 294 atentados ocorridos na Europa em 2009 apenas um (na Itália) foi atribuído ao terrorismo muçulmano. Daquele universo de atentados, a imensa maioria -- 237 em 294 -- foi atribuída a movimentos separatistas, principalmente na França e na Espanha; os restantes se deveram a movimentos anarquistas (40 atentados) e de extrema-direita (4 atentados). Em números globais o número de atentados ou de tentativas vem baixando desde 2007: 581 atentados, efetivos ou abortados, nesse ano, 441 em 2008 e 294 em 2009, segundo o L'Express. Sete pessoas, todas das forças da ordem, foram mortas em um atentado em 2009.
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Afinal, em que pé estamos no Brasil quanto aos transgênicos?
Em postagem recente fiz comentário sobre as dúvidas que, para o grande público, ainda pairam sobre os alimentos transgênicos e seu uso no Brasil. O Jornal da Ciência (órgão da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) reproduziu ontem um interessante artigo do jornalista Marcelo Leite ("Estados Unidos podem rever liberalismo transgênico") publicado na "Folha de S. Paulo Online".
Menciona o autor que, quando surgiram as primeiras controvérsias sobre a liberação de organismos geneticamente modificados -- os transgênicos -- nos anos 1990, formaram-se duas escolas de regulação: a americana, muito liberal e baseada em verificação a posteriori, e a europeia, mais inclinada para o princípio da precaução e testes de segurança anteriores ao licensiamento. No Brasil, nenhum grupo prevaleceu inicialmente e estabeleceu-se uma disputa entre os biotecnólogos, partidários da tese americana, e os outros que queriam previamente se proteger contra riscos. Acabaram prevalecendo os primeiros, restando no segundo grupo alguns "heróis" -- entre os quais se incluem representantes do Judiciário e do Ministério Público -- que vêm perdendo todas as batalhas nesse campo.
Eis que, inesperadamente, um alento para o lado perdedor brasileiro pode vir exatamente da pátria do liberalismo transgênico, os EUA. É que lá se encontra em discussão na Justiça a licença ambiental de uma variedade de alfafa geneticamente modificada para resistir a herbicidas -- concedida em 2005, essa licença pode ser revogada se prevalecer a ação legal apresentada por opositores aos transgênicos. Leia mais.
Menciona o autor que, quando surgiram as primeiras controvérsias sobre a liberação de organismos geneticamente modificados -- os transgênicos -- nos anos 1990, formaram-se duas escolas de regulação: a americana, muito liberal e baseada em verificação a posteriori, e a europeia, mais inclinada para o princípio da precaução e testes de segurança anteriores ao licensiamento. No Brasil, nenhum grupo prevaleceu inicialmente e estabeleceu-se uma disputa entre os biotecnólogos, partidários da tese americana, e os outros que queriam previamente se proteger contra riscos. Acabaram prevalecendo os primeiros, restando no segundo grupo alguns "heróis" -- entre os quais se incluem representantes do Judiciário e do Ministério Público -- que vêm perdendo todas as batalhas nesse campo.
Eis que, inesperadamente, um alento para o lado perdedor brasileiro pode vir exatamente da pátria do liberalismo transgênico, os EUA. É que lá se encontra em discussão na Justiça a licença ambiental de uma variedade de alfafa geneticamente modificada para resistir a herbicidas -- concedida em 2005, essa licença pode ser revogada se prevalecer a ação legal apresentada por opositores aos transgênicos. Leia mais.
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Avanços da ciência, aqui e lá fora (33)
- Alerta no mar -- Ondas gigantes estão entre os fenômenos naturais mais difíceis de se prever, mas um novo sistema promete detectá-las com precisão e evitar prejuízos. Leia mais.
- Veículo não tripulado trará segurança para a fronteira da Amazônia -- Implantar um sistema de segurança nas fronteiras da Amazônia e monitorar o meio ambiente por meio de veículo aéreo não tripulado (Vant) são apenas algumas das ações que serão desenvolvidas pelo Núcleo de Excelência em Desenvolvimento de Sistemas Embarcados para Veículos Aéreos Não Tripulados e Robôs Táticos Móveis, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Leia mais.
- Novo centro visa liderança em pesquisas com cana -- Praticamente estagnado tecnologicamente nos últimos dez anos, o setor sucroalcooleiro do Brasil votou e aprovou no dia 12/01/11 a transformação do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) em Sociedade Anônima. Com um dos maiores bancos genéticos de cana-de-açúcar do mundo, o CTC é "a menina dos olhos" do setor no Brasil. Leia mais.
Avanços da ciência, aqui e lá fora (32)
- Micróbios das florestas -- Um artigo de 2006, publicado na revista Science por um grupo de cientistas ligados a um Projeto Temático do Programa Biota-FAPESP, demonstrou que as plantas da Mata Atlântica têm uma diversidade impressionante de bactérias associadas: cada uma das espécies de árvores conta com uma comunidade distinta -- e única -- de centenas de espécies de bactérias. Um novo Projeto Temático, iniciado em 2009, teve como um dos achados mais importantes até agora a indicação de que a substituição de uma área de floresta por uma área de plantas cultivadas pode reduzir em mais de 99% a diversidade das bactérias associadas às superfícies das folhas. As consequências disso ainda estão sendo avaliadas. Leia mais.
- Tomografia verde -- Três equipamentos recém-chegados ao Centro de Tecnologias Florestais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) prometem trazer informações mais precisas no diagnóstico de árvores quanto à sua condição biológica e ao risco de queda. Leia mais.
Turquia pede a Israel para demitir Ministro do Exterior
O Primeiro-Ministro da Turquia recomendou com insistência a Israel que demita seu Ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, argumentando que ele é um empecilho à paz na região. O Sr. Lieberman não tem papas na língua e praticamente zero de tato ao emitir suas opiniões, não dando a mínima para o que pensa o Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu e, por isto mesmo, criando-lhe inúmeros e repetidos problemas. Ex-vigia de uma boate em Moldova (encarregado de retirar as pessoas indesejáveis), é objeto de uma acusação de assalto, e entre outras "amenidades" já disse que o Presidente do Egito Hosni Mubarak "pode ir para o inferno", já propôs que prisioneiros palestinos fossem jogados ao mar e se recusou a pedir desculpas à Turquia pela morte de ativistas turcos por soldados israelenses, na abordagem de um barco que se dirigia a Gaza. Leia mais.
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De 25 instituições de ensino superior com avaliação máxima pelo MEC mais da metade é pública
Pelo Índice Geral de Cursos (IGC) de 2009, divulgado ontem (13/01/11) pelo Ministério da Educação (MEC), apenas 25 instituições de ensino superior (IES) do país podem ser consideradas de excelência por terem alcançado índice 5 no IGC. Em 2009 foram avaliadas 2.137 IES e as que tiveram IGC 5 representam apenas 5,5% do total. Das 25 selecionadas, 14 são públicas e 11 são privadas e se concentram na Região Sudeste, com exceção de duas no Rio Grande do Sul e uma em Santa Catarina -- as três melhores do grupo considerado como de excelência são privadas. A primeira das 25 é a Escola Brasileira de Economia e Finanças (Ebef), do Rio de Janeiro (que é privada), e a 25ª é a UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, que é pública. Veja o ranking completo.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Um belo texto de uma escritora haitiana após um ano e um dia da catástrofe que praticamente destruiu seu país
Agradeço a um dileto amigo a oportunidade de ter conhecido esse belo texto da escritora haitiana Edwige Danticat, na edição que chegou às bancas da revista New Yorker. A tradução parcial que faço abaixo não tem a beleza do texto original.
Na tradição vodu haitiana alguns acreditam que as almas dos que morreram recentemente deslizam para os rios e correntes e lá ficam, sob a água, por um ano e um dia. Então, atraidas pela preces e canções rituais, elas emergem da água e os espíritos renascem. Esses espíritos reencarnados ocupam as árvores e, se você ouvir atentamente, escutará no vento seus calmos suspiros . Os espíritos podem também pairar sobre cadeias de montanhas, ou em grutas, ou em cavernas, onde vozes familiares farão eco às nossas próprias vozes quando as chamarmos. A comemoração de um ano e um dia é vista como uma enorme obrigação e um dever honroso para as famílias que acreditam nela e a praticam, em parte porque assegura uma continuidade transcendental do tipo que nos tem mantido, a nós haitianos, ligados aos nossos ancestrais por gerações, não importa onde vivamos.
"No Haiti, as pessoas nunca morrem realmente", me dizia minha avó quando eu era criança, o que parecia estranho porque no Haiti as pessoas sempre morriam, por alguma razão. Mas o que eu não entendia completamente é que no Haiti os espíritos das pessoas nunca realmente morrem. (Veja o texto completo).
Na tradição vodu haitiana alguns acreditam que as almas dos que morreram recentemente deslizam para os rios e correntes e lá ficam, sob a água, por um ano e um dia. Então, atraidas pela preces e canções rituais, elas emergem da água e os espíritos renascem. Esses espíritos reencarnados ocupam as árvores e, se você ouvir atentamente, escutará no vento seus calmos suspiros . Os espíritos podem também pairar sobre cadeias de montanhas, ou em grutas, ou em cavernas, onde vozes familiares farão eco às nossas próprias vozes quando as chamarmos. A comemoração de um ano e um dia é vista como uma enorme obrigação e um dever honroso para as famílias que acreditam nela e a praticam, em parte porque assegura uma continuidade transcendental do tipo que nos tem mantido, a nós haitianos, ligados aos nossos ancestrais por gerações, não importa onde vivamos.
"No Haiti, as pessoas nunca morrem realmente", me dizia minha avó quando eu era criança, o que parecia estranho porque no Haiti as pessoas sempre morriam, por alguma razão. Mas o que eu não entendia completamente é que no Haiti os espíritos das pessoas nunca realmente morrem. (Veja o texto completo).
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