quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Ministro Lobão revela hoje o que Dona Dilma escondeu ontem

[Com o ar professoral e taxativo de sempre -- o que é fácil em se tratando de monólogo -- nossa eternamente simpática e afável ex-guerrilheira deitou falação sobre o setor elétrico, disse que a redução tarifária será ainda maior do que anunciara e desancou o que chamou de "pessimistas de plantão" que profetizaram possível racionamento à nossa frente. Falou só de superficialidades e, como sempre, omitiu fatos e escamoteou verdades. Como mentiras têm pernas curtas, hoje o ministro Lobão informou dados importantes que, por uma questão de honestidade e transparência, nossa simpática presidente teria que ter dito ontem. Vamos à reportagem de hoje do site do Globo.]

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu nesta quinta-feira que a destinação de R$ 8,46 bilhões do Tesouro Nacional para garantir a redução de 18% para residências e até 32% para indústrias não afetará os programas sociais do governo. Segundo o ministro Lobão, o Tesouro tem a receber entre US$ 14 bilhões e US$ 15 bilhões de Itaipu. [Falar de programa social nessa questão e nesta hora é desonestidade de argumentação, é fazer cortina de fumaça p'ra boi dormir. O fato a ser reconhecido é que o desconto real da tarifa é inferior ao anunciado, porque estamos todos pagando "por fora" para tê-lo. Esse montante de praticamente R$ 8,5 bilhões é muito dinheiro em qualquer parte do mundo -- são mais de 3 bilhões de euros (Portugal está soltando fogos porque conseguiu vender 2,5 bilhões de euros de sua dívida de longo prazo) e mais de 4 bilhões de dólares. Dona Dilma precisa ser honesta e informar corretamente ao povo quanto será realmente a redução de sua conta de luz, descontado esse montão de dinheiro do Tesouro Nacional. E é prudente ser também, além de honesto, cauteloso com a euforia sobre os resultados disso porque não é conveniente, principalmente no Brasil, contar com o ovo dentro da galinha. O governo disse antes que gastaria R$ 3 bi do Tesouro para conseguir a redução de 16% a 20% na tarifa, e agora confirma que gastará 2,8 vezes mais esse montante. Isso é falta de planejamento e de gestão, não esquecendo a falta de honestidade. Energia elétrica é apenas um dos itens -- importantíssimo sem dúvida, mas não é o único -- que encarece o custo Brasil. A ganância tributária dos petistas continua imbatível -- só em 2012 pagamos R$ 1 trilhão em tributos (mais de R$ 103 bi só em dezembro). É bom não querer saber o que foi feito com essa dinheirama, p'ra evitar um enfarte. Mas o que não foi feito no setor elétrico já dá p'ra sentir o tamanho da roubada em que estamos metidos.

O armário do setor elétrico está cheio de esqueletos e fantasmas, que o governo levianamente tenta esconder e que oneram tremendamente nossas tarifas, já escorchantes por conta da tributação. Não é preciso pesquisar muito para descobrir, ainda que qualitativamente, a barbaridade que tem sido o custo real da energia só no governo petista da nossa terna ex-guerrilheira: a energia não suprida com o festival de apagões, o atraso em obras de transmissão, o escândalo dos parques eólicos parados e ociosos por falta de linhas de transmissão (32 entre os 71 leiloados em 2009 -- só na Bahia há um parque de quase 300 MW, de (ir)responsabilidade da Chesf, que custou R$ 1,2 bi e que está parado desde julho de 2012), o desmonte financeiro do Grupo Eletrobras por conta da MP 579, e por aí vai. E a Dona Dilma tem ainda a cara de pau de querer dar lição de moral em termos de energia elétrica?!!]


O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, explicou que os recursos virão de créditos que o Tesouro tem da usina de Itaipu. Ele lembrou que os cofres públicos precisarão bancar uma parte da redução da conta de energia devido a um grupo de concessionárias que não fez acordo com o governo [porque se recusou a aceitar a quebra de contrato absurda proposta pelo governo via MP 579].



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