Onde a vitamina D está
O Sol é a principal fonte do nutriente. Sua quantidade é medida em Unidade Internacional (UI). -- 1 UI equivale a 0,00025 miligrama.
Fontes Quantidade diária Total de vitamina D
SOL 5 a 10 minutos 7.000 UI (*)
Alimentos
Óleo de fígado 1 colher de sopa 1.360 UI
de bacalhau
Cogumelo shitake 50 gramas 800 UI
Salmão 1 filé (100 gramas) 794 UI
Atum 1 posta (100 gramas) 154 UI
Ovo (gema) 1 unidade 26 UI
(*) Braços e pernas, sem protetor solar, três vezes por semana, conforme a cor da pele, a latitude, a estação do ano e o horário.
... e quanto precisamos dela -- A recomendação da dose diária de vitamina D varia de acordo com a idade.
Até 1 ano -- de 400 a 1000 UI
1 ano até 18 anos -- de 600 a 1.000 UI
A partir dos 19 anos -- 1.500 a 2.000 UI
Como a exposição adequada ao sol estimula a produção de vitamina D pelo organismo ...
1. De todos os tipos de raio solar, apenas o ultravioleta B (UVB) está relacionado à síntese de vitamina D. Abundante entre as 10 h da manhã e as 16 h, é aquele que, em excesso, nos deixa vermelhos como pimentão, e o principal fator de risco para o câncer de pele.
2. Ao incidirem sobre as células da epiderme (a camada mais superficial da pele), os raiosUVB transformam um derivado do colesterol, o 7-DHC, em colecalciferol (a vitamina D3), uma forma inativa da vitamina D.
3. Pela corrente sanguínea, a D3 chega ao fígado. Lá, ela é convertida em 25-hidroxivitamina D (ou 250HD). Uma curiosidade: para a análise da quantidade de vitamina D no organismo, os especialistas usam a dosagem de 250HD no sangue.
4. A 250HD chega então aos rins, onde é finalmente convertida em vitamina D. Dos rins, a vitamina vai para todo o organismo. Nos intestinos, estimula a produção de proteínas responsáveis pela absorção de cálcio pelos ossos.
5. Pesquisas recentes comprovam que praticamente todos os órgãos e tecidos do corpo possuem receptores para a vitamina D. Células da mama, próstata, cólon, pulmão, cérebro, entre outras, são capazes tanto de responder à ação da vitamina D que vem dos rins quanto de transformar a 250HD, proveniente do fígado, em vitamina D.
Cuidados precoces
Durante as férias, o tempo que a garotada fica sob o sol costuma aumentar. Na praia, na piscina ou no clube, os pequenos não podem ficar expostos sem proteção. "As crianças possuem uma pele mais fina que a dos adultos, e seu sistema produtor de melanina não está completamente amadurecido", diz o dermatologista Adilson Costa, da PUC de Campinas (SP). Pigmento natural da pele, a melanina funciona como uma espécie de filtro solar. Por causa dos componentes químicos dos protetores, as crianças só podem usar esse tipo de protetor a partir dos 2 anos. Antes dessa idade, a proteção ideal se faz com guarda-sol, roupa e chapéu.
O sol mais seguro é o de antes das 10h e depois das 16h. E como fica a vitamina D em meio a tanta proteção? Quase 10% das crianças e dos jovens de até 21 anos nos EUA possuem deficiência da substância. Um estudo recente mostrou que as crianças com doenças graves são, em sua maioria, as que têm os maiores deficits de vitamina D. "É correto o pediatra solicitar que a criança seja submetida a exames de dosagem de vitamina D no sangue", diz Herstin Taniguchi Abagge, presidente do departamento científico de dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Em caso de escassez, é preciso recorrer à suplementação.
Muito além dos ossos
Até recentemente, a vitamina D era associada sobretudo à construção de um esqueleto forte. Pesquisas mais recentes indicam que ela é essencial para o bom funcionamento de todo o organismo.
Ossos -- A vitamina D é crucial para a absorção de cálcio pelos ossos. Uma pessoa com deficiência do micronutriente aproveita menos de 30% do cálcio proveniente dos alimentos. A falta do mineral pode levar ao raquitismo na infância e à osteoporose na velhice.
Mama, próstata, intestino e ovário -- Envolvida no processo de multiplicação celular, a vitamina D controla a proliferação de células cancerosas. Dessa forma, a sua deficiência está associada à ocorrência de vários tipos de câncer -- de mama, próstata, intestino e ovário. Nas regiões mais ensolaradas, sobretudo as que estão próximas à linha do Equador, a incidência de tais doenças é, em média, 50% menor.
Tecido adiposo -- A falta de vitamina D está associada a um aumento do risco de obesidade, já que ela interfere na ação da leptina, o hormônio da saciedade. Além disso, os gordos têm dificuldade para absorver o micronutriente. As células de gordura funcionam como uma espécie de rede para as moléculas da vitamina D que, ao ficarem retidas no tecido adiposo, não cumprem a contento suas funções no organismo.
Sistema imunológico -- O micronutriente tem efeitos anti-inflamatórios, antimicrobianos e antivirais. Ele é capaz de reforçar as defesas naturais do corpo e, com isso, diminuir o risco de infecções. Vários estudos sugerem que, nas dosagens adequadas, a vitamina D tem ação preventiva contra uma série de doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, o diabetes tipo 1 e a artrite reumatoide.
Músculos -- A falta de vitamina D contribui para a perda de força muscular e, consequentemente, o aumento do risco de quedas e fraturas.
Sistema cardiovascular -- A vitamina D desempenha um papel crucial na saúde cardiovascular. Participa do controle das contrações do músculo cardíaco, essenciais para o bombeamento do sangue; influencia a produção de renina, o principal hormônio regulador da pressão arterial; e permite o relaxamento dos vasos sanguíneos, diminuindo os perigos da hipertensão. Além disso, quando os níveis de vitamina D estão baixos, há o risco de acúmulo de cálcio nas paredes das artérias, o que favorece o risco de formação de placas de ateroma. Com isso, é maior a possibilidade de desenvolvimento de insuficiência cardíaca, infarto e derrame. Pessoas com níveis baixos de vitamina D têm risco 60% maior de ter doenças cardiovasculares.
Pâncreas -- Níveis adequados de vitamina D estão associados a uma redução no risco de diabetes tipo 2. Sua deficiência prejudica a produção de insulina no pâncreas, hormônio que regula as taxas de açúcar no sangue.
O risco do excesso
- A intoxicação de vitamina D por meio da exposição solar ou dos alimentos é impossível de acontecer. Casos de overdose por abuso no consumo de suplementos são considerados raros pelos especialistas.
- Para que a intoxicação ocorra, é preciso ingerir, por no mínimo seis meses, mais de 10.000 UI de vitamina D por dia (cerca de sete vezes a recomendação diária).
- Entre os sintomas causados pelo excesso de vitamina D estão náusea, vômito, perda de apetite, constipação, aumento da frequência urinária, aumento da sede, desorientação e perda de peso.
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