[Ver postagem anterior.]
8 Perguntas essenciais
1. É possível obter as quantidades mínimas necessárias de vitamina D somente pela alimentação?
Não. A variedade de alimentos ricos em vitamina D é muito pequena, e fica impossível manter uma alimentação equilibrada (e portanto saudável) a partir de uma dieta baseada em salmão, gema de ovo ou shitake. "O brasileiro consome cerca de um décimo da vitamina D recomendada", diz a endocrinologista Marise Lazaretti. Além disso, o modo de preparo dos alimentos interfere na quantidade de vitamina D neles contida. Quando frito, o salmão perde até 50% do micronutriente se comparado a quando ele é assado, cozido ou grelhado.
2. Há pelo menos vinte anos os médicos advertem que tomar sol sem proteção constitui fator de risco para o câncer de pele. Agora, defendem a ideia de que, para obtermos a vitamina D necessária para o bom funcionamentio do organismo, devemos abrir mão do protetor. O que fazer, afinal?
O argumento de que o organismo só produz vitamina D mediante a exposição solar sem proteção não deve ser interpretado como um "liberou geral". Estatelar-se sob o sol, sem nenhum cuidado, é proibidíssimo. Recomenda-se que, no verão brasileiro, a duração dos banhos de sol para a obtenção de vitamina D varie de 1 a 45 minutos, conforme o tipo da pele, a latitude e o horário [ver postagem anterior]. Alguns dermatologistas argumentam que, apesar de não existirem estudos sobre o assunto, os banhos de sol desprotegidos, ainda que rápidos, podem sim deflagrar o câncer de pele. Todos são unânimes, no entanto, ao condenar categoricamente a prática por pessoas com histórico de câncer de pele na família ou que já tenham sido vítima da doença.
3.Qual é o melhor sol para a síntese da vitamina D?
É aquele que os dermatologistas mais temem -- o sol de verão, do meio-dia às 2 da tarde, sem proteção. Durante a manhã e no fim da tarde, o percurso dos raios solares através da atmosfera é oblíquo e, portanto, a intensidade da radiação é menor. Além disso, os raios são mais fortes na linha do Equador, dada a perpendicularidade do Sol em relação à Terra. Dependendo do fator de proteção do filtro solar, os protetores disponíveis hoje no mercado podem reduzir em até 99% a fabricação de vitamina D [atentar para o que está escrito acima e não abusar do sol!].
4. Por que o tempo de exposição ao sol varia também conforme a pele?
Quanto mais escura for a pele, mais difícil será a produção de vitamina D pelo organismo. Essa dificuldade se explica pela presença em maiores quantidades de melanina, o pigmento natural da pele, que funciona como uma espécie de filtro contra a radiação solar. Os negros, por exemplo, precisam ficar dez vezes mais tempo expostos ao sol sem proteção para que produzam o mesmo volume de vitamina D que as pessoas de pele clara.
5. É preciso expor todo o corpo ao sol para a produção adequada de vitamina D?
Basta expor os braços e as pernas ao sol, três vezes por semana. Isso corresponde a deixar aproximadamente 25% da área total do corpo sob a radiação solar. Quando se está de biquini ou calção, a porção do corpo descoberta chega a 75%, o que diminui consideravelmente a necessidade de exposição ao sol sem proteção. A radiação diretamente sobre o rosto sem filtro está terminantemente proibida. Do ponto de vista de produção de vitamina D não faz diferença, já que o rosto não chega a 10% da área total do corpo.
6. O sol que tomamos enquanto estamos no trânsito é suficiente para a síntese de vitamina D?
Os raios ultravioleta do tipo B (UVB), aqueles capazes de ativar a síntese de vitamina D, não conseguem atravessar o vidro. Nos dias nublados, há uma redução de até 50% na produção de vitamina D. A poluição é também outro obstáculo. Um estudo feito na Índia revelou que, nas cidades com ar mais poluído, as pessoas produzem 54% menos de vitamina D do que em cidades limpas.
7. Os idosos produzem vitamina D na mesma intensidade que os mais jovens?
Não. Com o avançar da idade, o organismo funciona em um ritmo mais lento. A quantidade de vitamina D produzida por uma pessoa de 70 anos é, em média, um quarto da que é sintetizada por um jovem de 20 anos. "Por isso, a indicação de suplementação aumenta conforme a idade", diz Sérgio Schalka, dermatologista da Universidade deSão Paulo (USP).
8. É possível substituir o sol pela suplementação de vitamina D?
Sim. A suplementação é muito comum em regiões do Hemisfério Norte onde o sol é mais escasso. Nesses locais, durante o inverno, a síntese de vitamina D pode ser completamente interrompida [observar a resposta à pergunta 1!].
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