quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A importância da vitamina D (II)

[Ver postagem anterior.]

Dos tipos câncer de pele, o sol está associado ao mais comum deles, com 25% dos 518.000 casos da doença no país. Não se trata da versão mais letal dos tumores de pele, o melanoma. A radiação solar nada tem a ver com esse tipo de câncer. Ao que tudo indica, aliás, conforme os mais avançados estudos sobre o assunto, o sol pode até ser fator de proteção contra o melanoma.

O protetor solar dos sonhos seria aquele capaz de nos proteger do sol e, ao mesmo tempo, permitir a produção de vitamina D pelo organismo. Mas isso, por enquanto, parece impossível para os especialistas. Afinal, o mesmo raio UVB que causa câncer é o que deflagra a síntese da vitamina -- e como separar uma ação da outra? Os estudos mais avançados em termos de proteção solar investigam a fabricação de produtos compostos de nanopartículas, os filtros inteligentes. Ao penetrarem as camadas mais profundas da pele, eles teriam ação prolongada e dispensariam a necessidade de reaplicar o protetor a cada duas horas e sempre depois do mar e da piscina.

Apesar da fartura de sol no Brasil, a escassez de vitamina D na população é preocupante. "Cerca de 50% dos brasileiros com menos de 50 anos apresentam deficiência de vitamina D", diz Marise Lazaretti, chefe do Grupo de Doenças Osteometabólicas da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo. Entre os idosos, o contingente chega a 80%. Esse é, em grande parte, o resultado de anos de medo da exposição solar. Há de se levar em conta ainda que a vida urbana nos afasta do convívio com o sol. Vivemos trancados nos escritórios, presos no trânsito. As crianças ficam muito tempo diante da televisão e do computador. Nessas condições, em casos de deficiência, é necessário recorrer à suplementação com cápsulas de vitamina D. Não é possível garantir essas doses extras por meio de dieta. São poucas as fontes ricas em vitamina D, capazes de assegurar uma alimentação diária equilibrada. Para alcançar níveis suficientes, por exemplo, seriam necessárias três latas de sardinha, duas postas generosas de salmão ou de 50 a 100 gemas de ovo todos os dias.

Há dois tipos de vitamina D: o ergocalciferol (ou vitamina D2), de origem vegetal, e o colecalciferol (ou vitamina D3), encontrado nos animais e produzido também pelos seres humanos. Os suplementos podem ser feitos a partir de qualquer uma dessas fontes e são igualmente eficazes. No Canadá, onde, em algumas regiões, o inverno chega a durar sete meses, por determinação do governo a indústria alimentícia produz leites e margarinas enriquecidos com vitamina D. Produtos desse tipo são comuns também nos EUA e na Europa. No Brasil, aparecem timidamente nas gôndolas.

Os médicos começaram a se preocupar com a falta de vitamina D no início da Revolução Industrial, em meados do século XVIII. À medida que as famílias trocavam o trabalho no campo pelas fábricas, afastavam-se da energia solar e começaram a ter problemas de saúde. Datam desse período os primeiros relatos médicos de raquitismo, problema ósseo decorrente da deficiência da vitamina comum em crianças. A doença não só retardava o crescimento como deixava suas vítimas mais suscetíveis a infecções, como a tuberculose. O raquitismo atingiu proporções epidêmicas na Europa e em alguns estados americanos mais ao norte. De cada 100 crianças que moravam em regiões industrializadas, oitenta sofriam da doença. No início do século XX, o banho de sol era prescrito pelos pediatras tal qual remédio. Quase dois séculos depois, a medicina volta a eleger a vitamina D como um dos mais potentes aliados da boa saúde.

Uma das frentes mais interessantes de pesquisas é aquela que investiga o papel da substância na prevenção a vários tipos de câncer -- mama, intestino, próstata e ovário, entre outros. A vitamina D funciona como uma espécie de sentinela da multiplicação celular. No caso de proliferação exagerada das células, ela induziria à apoptose -- mecanismo de defesa no qual as células potencialmente malignas "cometem suicídio". Graças a esse poder da vitamina D, especialistas sugerem que os banhos de sol controlados poderiam prevenir, só nos EUA, 185.000 novos casos de câncer todos os anos.

Posição do Brasil em relação ao Trópico de Capricórnio - (Fonte: Google).

Cuidados diferentes para cada tipo de pele

Pele tipo 1 -- Pele muito branca, olhos azuis ou verdes, cabelos loiros ou ruivos e sardas (exemplo: Julianne Moore).

Julianne Moore - (Foto: Google).

Consequências da exposição solar -- Sempre queima e nunca bronzeia.

Tempo necessário para a produção de vitamina D (sem filtro solar) -- Em minutos, três vezes por semana:
Acima do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 3 a 5 (das 08h às 11h); 1 a 5 (das 11h às 15h); 3 a 5 ( das 15h às 18h).
Abaixo do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 5 10 (das 08h às 11h); 1 a 5 (das 11h às 15h); 5 a 10 (das 15h às 18h).

Fator de proteção que deve ser utilizado imediatamente depois desse período: 30


Pele tipo 2 -- Pele branca, olhos claros e cabelos loiros ou castanho-claros (ex.: Fiorela Mattheis).

Fiorella Mattheis - (Foto: Google).

Consequências da exposição solar -- Queima facilmente e tem dificuldade para bronzear.

Tempo necessário para a produção de vitamina D (sem filtro solar) --
Em minutos, três vezes por semana:
Acima do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 5 a 10 (das 08h às 11h);  2 a 8 (das 11h às 15h); 5 a 10 (das 15h às 18h).
Abaixo do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 10 a 15 (das 08h às 11h); 5 a 10 (das 11h às 15h); 10 a 15 (das 15h às 18h).

Fator de proteção que deve ser utilizado imediatamente depois desse período: 30


Pele tipo 3 -- Pele branca, olhos e cabelos castanhos (ex.: Flávia Alessandra).

Flávia Alessandra - (Foto: Google).

Consequências da exposição solar -- Queima e depois bronzeia gradualmente.

Tempo necessário para a produção de vitamina D (sem filtro solar) --
Em minutos, três vezes por semana:
Acima do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 10 a 15 (das 08h às 11h); 5 a 10 (das 11h às 15h); 10 a 15 (das 15h às 18h).
Abaixo do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 10 a 20 (das 08h às 11h); 10 a 15 (das 11h às 15h); 10 a 15 (das 15h às 18h).

Fator de proteção que deve ser utilizado imediatamente depois desse período:15


 Pele tipo 4 -- Pele moreno-clara, olhos castanhos e cabelos castanho-escuros (ex.: Débora Nascimento).

Débora Nascimento - (Foto: Google).

Consequências da exposição solar -- Queima pouco e sempre bronzeia.

Tempo necessário para a produção de vitamina D (sem filtro solar) --
Em minutos, três vezes por semana:
Acima do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 15 a 20 (das 08h às 11h); 10 a 15 (das 11h às 15h); 15 a 20 (das 15h às 18h).
Abaixo do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 15 a 30 (das 08h às 11h); 15 a 20 (das 11h às 15h); 15 a 30 (das 15h às 18h).

Fator de proteção que deve ser utilizado imediatamente depois desse período:15


Pele tipo 5 -- Pele morena, olhos escuros e cabelos escuros ex.: Sheron Menezzes).

Sheron Menezzes - (Foto: Google).


Consequências da exposição solar -- Raramente queima e sempre bronzeia.

Tempo necessário para a produção de vitamina D (sem filtro solar) --
Em minutos, três vezes por semana:
Acima do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 20 a 25 (das 08h às 11h); 15 a 20 (das 11h às 15h); 20 a 25 (das 15h às 18h).
Abaixo do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 30 a 40 (das 08h às 11h); 20 a 25 (das 11h às 15h); 30 a 40 (das 15h às 18h).

Fator de proteção que deve ser utilizado imediatamente depois desse período: 8.


Pele tipo 6 -- Pele negra, olhos escuros e cabelos escuros (ex.: Cris Vianna).

Cris Vianna - (Foto: Google).

Consequências da exposição solar --Nunca queima e sempre bronzeia.

Tempo necessário para a produção de vitamina D (sem filtro solar) --
Em minutos, três vezes por semana:
Acima do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 20 a 30 (das 08h às 11h); 15 a 20 (das 11h às 15h); 20 a 30 (das 15h às 18h).
Abaixo do Trópico de Capricórnio (ver mapa acima): 30 a 45 (das 08h às 11h); 20 a 30 (das 11h às 15h); 30 a 45 (das 15h às 18h).

Fator de proteção que deve ser utilizado imediatamente depois desse período: 8.






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