Economia do Brasil é fechada e importação é baixa, afirma o Banco Mundial

O Brasil é o país que menos importação faz no mundo em proporção do seu Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Banco Mundial (Bird). As informações mostram que a economia brasileira é fechada, apesar das reclamações de empresários sobre a concorrência externa.

Em 2011, segundo o Banco Mundial, o Brasil teve importações de bens e serviços equivalentes a 13% do PIB. Numa lista de 179 países, o Brasil é o que tem a menor relação entre importações e PIB. A grande maioria dos dados é de 2011, mas, no caso de alguns países, o dado é de anos anteriores (de 2007 a 2010).

No grupo dos Brics, por exemplo, a China tem importações de produtos e serviços de 27% do PIB, a Índia de 30% e a Rússia de 21% [na realidade 22%, a Veja se equivocou]. Entre as principais economias da América Latina, o México tem importações correspondentes a 32% [o correto é 33%] do PIB, a Argentina a 20% e a Colômbia a 17% [o informado pelo Banco Mundial é 20%]. Mesmo os Estados Unidos, que são a maior e mais diversificada economia do mundo, apresentam uma proporção de importações sobre o PIB de 16%, maior do que a brasileira [a Veja se equivocou: na lista do Banco Mundial, os EUA aparecem com 18% em 2011 -- os 16% citados pela revista referem-se a 2010. O contraste mais impressionante é com a Alemanha: a locomotiva da Europa e quarta maior economia do mundo importou em 2011 nada menos que 45% do seu PIB (contra 41% em 2010)! O Brasil está no patamar de 13% pelo menos desde 2008.].

[Toda política protecionista tem, inerentemente, um risco altíssimo de ser danosa e frequentemente de ser também burra -- em se tratando de governos do PT esses dois riscos foram e têm sido exarcebados. Sob a capa do protecionismo o país fica refém da corrupção, da obsolescência tecnológica e de prejuízos gigantescos, entre outros problemas. O protecionismo tem vários disfarces, todos já manjados e de domínio público. Para não me estender muito, citarei apenas dois exemplos emblemáticos de protecionismo burro que têm custado muito caro ao país:

• Conteúdo nacional -- este tem sido o biombo protecionista preferido do petismo que domina o país há uma década. Só com um navio, o petroleiro João Cândido, que  o NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) irresponsavelmente "lançou" ao mar em 2010 com palanque e o escambau, e a embarcação teve que retornar ao estaleiro porque não flutuaria com carga e lá ficou mais 2 anos, o prejuízo da Petrobras e do país foi incalculável (orçado inicialmente em US$ 120 milhões, seu custo cresceu astronomicamente e não foi divulgado -- só de lucro cessante é uma barbaridade). Com os 10 outros navios encomendados ao mesmo estaleiro do desastrado João Cândido, o EAS, o prejuízo da Petrobrás em dezembro de 2011 já era de mais de US$ 500 milhões.  O conceito "conteúdo nacional" é uma perigosa faca de dois gumes a ser usada com extremo cuidado, caso a caso, e -- como em qualquer contrato decentemente gerido -- com controle rígido de qualidade, cronograma, custo, etc, etc. Com rédea solta e sem controle, como gosta e faz o PT, só dá lambança e nós pagamos a conta.
• Indústria automobilística -- a queridinha da nossa sempre afável presidente. O governo petista da nossa ex-guerrilheira vem cumulando de benesses as montadoras aqui instaladas, praticamente sem exigência de contrapartida (a não ser o tal do "conteúdo nacional" e outros que tais, a médio ou longo prazos), e inferniza a vida das importadoras. O resultado mais evidente disso é que nossos carros são inseguros e ineficientes, porque o governo a rigor não se preocupa com isso. Recentementemente, fiz uma postagem sobre testes de segurança em carros nacionais realizados por uma instituição internacional, mostrando que alguns dos modelos produzidos aqui -- especialmente os "populares" --  por fabricantes recorrentemente beneficiados pelo governo estão, em termos de segurança, pelo menos 20 anos atrasados em relação a similares fabricados em países industrializados. Ou seja, o governo nos faz de otários e cobaias. E ainda se vangloria disso.] 

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