sábado, 7 de abril de 2012

Governo vai afrouxar regras para aprovar médicos formados no exterior

Estranhamente, a notícia  abaixo, apesar da sua importância e da sua gravidade, só foi noticiada no jornal O Estado de S. Paulo, no dia 3 deabril. Qual a razão disso?!

O governo vai afrouxar as regras para que médicos formados no exterior trabalhem no Brasil. A ideia é flexibilizar a exigência ou até dispensar estrangeiros e brasileiros graduados em faculdades como as da Bolívia, por exemplo, de fazer o exame para revalidação do diploma (Revalida), tido hoje como a principal barreira para a entrada de profissionais de baixa qualidade no mercado brasileiro.  [Era só o que nos faltava! Quer dizer que a saída do problema para a Dª Dilma é nivelar por baixo, é essa a visão que ela tem de como deve ser atendida a saúde da população?! O PT já está há nove anos no poder, não equacionou também o problema da educação superior no país, e agora quer fazer essa meia-sola absurda e ridícula?! Quer dizer que a ideia da ilustre economista ex-guerrilheira é fazer do Brasil um refúgio de médicos de qualidade e formação inferiores às dos nossos?! Onde passa um boi, passa a boiada -- daqui a pouco Dª Dilma vai querer fazer o mesmo com as demais profissões de nível superior em que somos ou estamos carentes!...]

A estratégia começou a ganhar contornos no último mês, após a presidente Dilma Rousseff encomendar um plano para ampliar rapidamente a oferta de profissionais de saúde. O plano é trabalhar em duas frentes: ampliar os cursos de Medicina e, enquanto a nova leva de profissionais não se forma, incentivar o ingresso de profissionais que cursaram faculdades estrangeiras.

A estimativa oficial é de que haja 291,3 mil médicos no Brasil ou 1,6 para cada mil habitantes. Nos Estados Unidos, a relação é de 2,5 por mil e no Uruguai, 3,3 por mil [estes dois exemplos são péssimos -- o dos EUA, por sua concepção geral de educação superior, de saúde em geral, e de seu poderio econômico; o do Uruguai, porque a população do país é inferior ou quase igual à metade da população da cidade do Rio de Janeiro]. O cardiologista e ex-ministro da Saúde Adib Jatene defende a adoção de uma estratégia que tenha foco na qualidade do profissional. "O País precisa de mais médicos, mas não a qualquer custo." Isso vale tanto para a criação de novos cursos quanto para a admissão de formados no exterior. "É preciso que novas vagas para Medicina sejam criadas em locais com estrutura, com hospitais de apoio e professores de qualidade", avalia. 

Por ordem da Casa Civil, um levantamento das alternativas para facilitar o visto de trabalho de médicos formados no exterior está em curso. Os Ministérios da Saúde e da Educação trabalham para criar opções para o exame de validação do diploma. Uma das ideias é a criação de uma espécie de estágio para graduados em uma lista de faculdades, ainda em elaboração. Remunerado pelo governo, o curso teria duração de até dois anos. Nesse período, o profissional trabalharia na rede pública, principalmente no Programa de Saúde da Família (PSF). Parte da equipe defende que, ao fim da preparação, o profissional tenha o direito de seguir trabalhando no País, sem fazer a prova para validar o diploma.  [Não sei se os ilustres estrategistas petistas estão se lembrando de que, além de aprimorar sua formação profissionalmente deficiente (pelo menos em relação à nossa), esses médicos importados têm indispensavelmente que dominar bastante razoavelmente o português, caso contrário é fácil imaginar o diálogo maluco que será cada consulta de um brasileiro com esses senhores ...]

Resistência. A proposta enfrenta resistência no Conselho Federal de Medicina e até no governo. Mas há setores que defendem flexibilização maior: a validação automática do diploma do exterior para médicos formados num determinado grupo de faculdades. Além de aspectos técnicos, a equipe avalia detalhes jurídicos para pôr em prática as medidas.

O governo, que sabe ser preciso propor alterações na lei, nega-se a falar sobre o assunto, mas técnicos trabalham a toque de caixa para atender ao pedido de Dilma. Quinta-feira, em Nova Deli, ela voltou a apontar a carência de profissionais e adiantou que o País terá de fazer esforço para ampliar o atendimento.

A carência de profissionais é acentuada em regiões como a Norte. A disparidade é enorme entre o SUS e a rede privada, que concentra pessoal. O problema atinge principalmente as especialidades médicas. Atualmente, 24% das vagas de residência médica não são ocupadas. Na medicina de família e intensiva, a ociosidade alcança 70%.  O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D'Ávila, contesta as estatísticas oficiais. "Estudos mostram que no País não há falta de profissionais, mas uma distribuição desigual." Para ele, o problema não se revolve com a abertura de escolas ou regras mais flexíveis. "Imagine as consequências de deixar uma pessoa sem boa formação. Vamos ofertar um profissional mal preparado só porque a população vive em áreas afastadas? Por que depende do SUS?" [P'ra esse tipo de pergunta o governo faz sempre ouvidos de mercador. Enquanto a sociedade é mantida absurdamente à margem dessa discussão, a área acadêmica já está se mexendo. Estudantes de Medicina da UFRJ fizeram greve,  e entidades médicas se coordenaram para entregar aos Ministérios da Saúde e da Educação um manifesto contra a revalidação automática de diplomas de Medicina obtidos em países estrangeiros. Precisamos todos, médicos e ppopulação brasileiros, ficar atentos a essa pilantragem e pressionar como possíbel o governo, para que abandone essa ideia de importaÇào -- sem deixar de lado, porém, um planejamento de médio e longo prazos para formação e retenção dos médicos e outros profissionais em nosso país.]

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