domingo, 1 de abril de 2012

Afirmação de ex-ministro da Pesca causa desconforto ao PT

A bruxa está solta no Congresso. O falso moralista do Senado, Demóstenes Torres, está que é lama só, não dá nem p'ra chegar perto. Agora, surge mais uma história nebulosa envolvendo o PT e Ideli Salvatti, ministra de Dilma, denunciada pelo ex-ministro petista do ministério onde teria ocorrido a mutreta. Será que vai cair mais um ministro do governo, da lista de paparicados de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata? Aguardemos o próximo capítulo. Enquanto isso, o melhor é apressar o fim de Demóstenes.

Criou desconforto ao PT a declaração do ex-ministro da Pesca, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), de que houve um "malfeito" na iniciativa da pasta de arrecadar dinheiro para o partido em Santa Catarina de uma empresa contratada pelo governo. A afirmação aumentou as pressões para que o caso seja investigado.

O líder do PSDB, Álvaro Dias (PR) voltou a defender nesta sexta-feira que o episódio seja investigado pelo Conselho de Ética da Presidência da República. "Um ex-ministro já testemunha afirmando que houve um malfeito. Isso aumenta a responsabilidade do governo no dever de esclarecer os fatos", cobrou o tucano.

Sucessor da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, no Ministério da Pesca, Luiz Sérgio disse que não é função de ministério arrecadar dinheiro para candidaturas ou para partidos. O comentário Luiz Sérgio sobre a gestão dos antecessores, igualmente petistas, criou desconforto sobretudo porque Ideli Salvatti é coordenadora política do governo.

"Não há porque caracterizar como um malfeito, o ministério não pediu contribuição (para a campanha), foi o PT", afirmou o líder do partido na Câmara, Jilmar Tatto (SP), reforçando argumento do presidente do PT, Rui Falcão. "Além disso, a doação é voluntária", complementou, lembrando que, por essas e outras, o PT defende o financiamento público das campanhas. 

O "malfeito"

Após ser contratada para construir lanchas-patrulha de mais de R$ 1 milhão cada para o Ministério da Pesca - que não tinha competência para usar tais embarcações -, a empresa Intech Boating foi procurada para doar ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina R$ 150 mil. O comitê financeiro do PT catarinense bancou 81% dos custos da campanha a governador, cuja candidata foi a atual coordenadora política do governo, ministra Ideli Salvatti, em 2010.

Ex-militante do PT, o dono da empresa, José Antônio Galízio Neto, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que a doação não foi feita por afinidade política, embora se defina como filiado da época de fundação do partido em São Bernardo do Campo (SP). "O partido era o partido do governo. A solicitação de doação veio pelo Ministério da Pesca, é óbvio. E eu não achei nada demais. Eu estava faturando R$ 23 milhões, 24 milhões, não havia nenhum tipo de irregularidade. E acho até hoje que, se precisasse fazer novamente, eu faria", disse o ex-publicitário paulista. Logo em seguida, na entrevista, ele passou a atribuir o pedido de doação a um político local.

Derrotada na eleição, Ideli preencheu a cota do PT de Santa Catarina no ministério de Dilma Rousseff, justamente na pasta da Pesca. Em cinco meses no cargo, antes de mudar de gabinete para o Planalto, a ministra pagou o restante R$ 5,2 milhões que a empresa doadora à campanha petista ainda tinha a receber dos cofres públicos. Nesta quinta, a assessoria da ministra negou "qualquer ligação" entre Ideli e a Intech Boating, alegando que a doação não foi feita diretamente à campanha, mas ao comitê financeiro do PT. Em nota, a assessoria da ministra destaca que as contas da campanha foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

José Antônio Galízio Neto afirmou que ainda restavam na empresa quatro das embarcações encomendadas. Uma delas seguiria ainda ontem para a Marinha, destino definido no início deste ano, quando a auditoria do TCU processava as conclusões.  As encomendas do ministério foram feitas entre 2009 e 2010, em licitações supostamente dirigidas, diz o TCU. No último dia de mandato, o então ministro Altemir Gregolin contratou mais cinco lanchas, quando 14 delas já estavam prontas e sem uso no estaleiro em Santa Catarina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 Deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), ex-ministro da Pesca, que denunciou o "malfeito" no Ministério, que respinga na sua sucessora Ideli Salvatti (PT-SC) - (Foto: Google).

Ideli Salvatti (PT-SC), ex-ministra da Pesca e hoje titular da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal, poderia ter sido beneficiada pelo "malfeito" no seu ex-ministério - (Foto: Google).

2 comentários:

  1. É Vasco

    Da lista de 10 (os dedos das duas mãos) que eu supunha sérios em todo Legislativo já estou considerando somente os dedos de uma só mão...e por enquanto!
    Está mais do que na hora de acabar com o financiamento particular de campanhas.
    Corrompe demais, os falsos moralistas se comprometem a deixar roubar, a aumentar impunemente os preços de tudo a ajudarem os "coitados dos empresários" que querem isenção fiscal para contrapor a "desindustrialização" para manter sua reserva de mercado.
    E...como ninguém é de ferro, metem a mão no dinheiro público, tungado antecipadamente de nós em forma de impostos.

    Cupolillo

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  2. E o pior é que, se renunciar, Demóstenes só fica inelegível se for enquadrado na Ficha Limpa e, para isto, tem que ser julgado e condenado. Como, mesmo renunciando, é promotor público, corremos o risco do espírito corporativo falar mais alto e/ou o processo se arrastar indefinidamente.

    Por outro lado, não pode ser válida e aceita contribuição alguma para partido ou político, proveniente de empresa ou pessoa física com contrato assinado ou em andamento de qualquer espécie com o governo.

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