terça-feira, 17 de abril de 2012

Escândalo de prostituição envolvendo agentes do Serviço Secreto e militares americanos se amplia

Ultimamente, parece que militar americano virou sinônimo de confusão -- o fato novo do dia é o escândalo de militares e agentes do Serviço Secreto americanos, em missão oficial, levando um bando de prostitiutas para um hotel em Cartagena, na Colômbia, segundo reportagem do The Washington Post que traduzo a seguir.

Investigadores agora suspeitam que não menos de 21 prostitutas foram levadas por pessoal do Serviço Secreto e militares americanos para o Hotel Caribe, em Cartagena (Colômbia) na semana passada durante uma noite de bebedeira, um aumento dramático no número de mulheres anteriormente revelado por funcionários do governo [americano].

Esses funcionários disseram que 11 agentes do Serviço Secreto e 9 militares são suspeitos de má conduta, ocorrida antes da visita do presidente Obama ao país para uma reunião econômica de cúpula internacional. Inicialmente, os relatórios sinalizavam que os militares, alguns dos quais ficaram confinados em seus quartos depois que o escândalo aflorou, haviam simplesmente violado o toque de recolher, enquanto que os membros do Serviço Secreto tinham se envolvido com prostitutas.

Mas, a senadora Susan Collins (republicana, do Maine) informou hoje que o diretor do Serviço Secreto Mark Sullivan lhe disse que de 20 a 21 mulheres foram levadas para o hotel na quarta-feira passada, à noite, por agentes e militares. Ela disse que Sullivan concordou em fornecer-lhe e a outros legisladores informações atualizadas sobre a investigação da agência.

Dois dos membros do Serviço Secreto são agentes seniors, pagos com os mais altos salários do governo federal, de acordo com um funcionário do Congresso que está a par da investigação. Os dois agentes, aos quais o funcionário se referiu como "G-14s", estão no topo do Plano Geral, o sistema utilizado para pagar empregados federais. Dependendo de onde os agentes estejam baseados, e de outros fatores, eles ganham tanto quanto US$ 110 mil anuais, senão mais.

Nas informações que presta diariamente, o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney, disse que Obama "confia" em Sullivan e esperará os resultados de uma investigação interna antes de discutir sobre o futuro da agência. "Sullivan agiu rapidamente em resposta a esse incidente, e está supervisionando uma investigação enquanto conversamos", disse Carney. "Esse incidente tem que ser investigado, e está sendo investigado. Precisamos ver o que a investigação revela. Não vamos especular sobre as conclusões a que ela possa chegar".

Collins, uma republicana de destaque no Comitê de Assuntos de Segurança Doméstica e Governamental, do Senado, afirmou que Sullivan lhe disse que "caráter é a qualidade mais importante para um agente do Serviço Secreto. Se os fatos se confirmarem o que foi relatado, isso é uma inacreditável falta de caráter e quebra de segurança, e, potencialmente, é extremamente sério".

As acusações deflagraram um exame minucioso da cultura do Serviço Secreto  -- pela qual agentes casados têm sido ouvidos dizer, quando da decolagem de aeronaves, que seu lema é "rodas p'ra cima, anéis fora" -- e estão gerando questionamentos tanto na agência quanto no Pentágono sobre descuidos institucionais no nível mais alto do aparato de segurança do presidente. "Estamos constrangidos", disse o gen. Martin E. Dempsey, o presidente da Junta de Chefes de Estafe, a jornalistas num encontro no Pentágono ontem. "Prejudicamos o chefe, porque ninguém fala de outra coisa que tenha acontecido na Colômbia que não seja esse incidente".

Ao mesmo tempo, surgiram detalhes da festança da quarta-feira que levou ao escândalo. Pessoas em Cartagena familiarizadas com o assunto disseram que alguns agentes do Serviço Secreto pagaram US$ 60 por cabeça aos proprietários do Pleyclub, um clube de striptease em uma área industrial de Cartagena, para levar pelo menos duas mulheres de volta ao Hotel Caribe, onde a equipe avançada de Obama estava hospedada. Na manhã seguinte,  uma das mulheres exigiu um pagamento adicional de US$ 170, começando uma discussão com um agente que chamou a atenção no hotel, disseram fontes de Cartagena.

De acordo com o registro do Pleyclub na câmara local de comércio, um dos proprietários do clube chama-se Michael Adam Hardy, que funcionários da câmara descrevem como sendo canadense ou americano.

Na segunda-feira, o Serviço Secreto revogou as licenças ou permissões de segurança máxima de todos os 11 agentes que estão sob investigação, disse o porta-voz Edwin Donovan. A revogação de tais licenças não é incomum, ele enfatizou, e essas licenças podem ser restabelecidas depois de concluídas as investigações internas, dependendo de seus resultados.

Todos os agentes do Serviço Secreto chamados para deixar a Colômbia usaram voos comerciais de volta para Miami, antes de serem enviados para Washington para entrevistas com funcionários da agência no sábado, de acordo com um funcionário do Congresso familiarizado com a investigação. Pelo menos um funcionário adicional do Serviço Secreto foi interrogado na Colômbia nas horas que se seguiram ao incidente, mas verificou-se que não estava envolvido e sua permanência no país foi autorizada, disseram funcionários do Congresso, que não foram autorizados a falar publicamente sobre detalhes da investigação.

Em uma carta a todos os empregados da agência, Sullivan, o diretor, enfatizou que "é imperativo ... agir sempre, tanto pessoal como profissionalmente, de uma maneira que respeite a seriedade e as consequências de nossa missão".

Hotel Caribe, em Cartagena (Colômbia), onde ocorreu o escândalo de prostituição descrito no texto acima - (Foto: The Washington Post).


Um comentário:

  1. Olá Vasco,

    Parabéns pela seleção de temas do teu blog. E pela qualidade das excelentes traduções.

    Se me permitir, sugiro apenas incluir mais informações sobre a origem dos artigos. Por exemplo data e página em que foi publicado.

    Um abraço,
    Daniel

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