O texto abaixo é da autoria de Carla Peralva e foi publicado ontem no blogue Link do jornal O Estado de S. Paulo.
Os apoiadores do Ato de Proteção e Compartilhamento de Inteligência
Cibernética (Cispa, na sigla em ingles) querem que a nova lei sobre
segurança na internet que está circulando no Congresso norte-americano
passe bem longe de qualquer associação com a Sopa, lei antipirataria que causou polêmica e motivou manifestações e blackouts online no ano passado.
A proposta do novo projeto de lei é melhorar o combate a crimes e
ataques online. Seus defensores reuniram jornalistas estrangeiros e
blogueiros de tecnologia nessa terça-feira, 10, em uma conferência
telefônica para assegurá-los de que a Cispa nada tem a ver com o ato que
pretende barrar a pirataria na web. Segundo eles, enquanto a Sopa trata
de questões relacionadas a direitos autorais, a Cispa “visa somente
proteger a rede norte-americana de computadores de ataques hackers em
nome da segurança nacional”. A Cispa pretende criar esforços nas empresas privadas e em agências do
governo para que haja maior troca de informações sigilosas ou não sobre
ataques hackers, como, por exemplo, formas de combate e prevenção,
tecnologias usadas e novas técnicas usadas por grupos criminosos.
Segundo o Mashable,
o deputado Mike Rogers, presidente Comitê de Inteligência da Câmara dos
Deputados e apoiador da Cispa, afirmou durante a reunião: “São leis
completamente diferentes. Compará-las é como comparar maças e laranjas.
(Na Cispa) Claramente, não há censura ou fechamento de sites. O governo
não tem nenhuma autoridade para fazer coisa alguma nesse sentido”.
Críticos da Cispa, como a Eletronic Frontier Foundation
argumentam que o texto é muito vago, o que pode dar margens para
abusos. Um dos medos de quem é contra a lei é que ela permita a criação
de um “estado de vigilância” dos usuários de internet em nome da busca
por possíveis criminosos.
Rogers diz, no entanto, que a Cispa está mais preocupada com a proteção
de propriedades intelectuais de produtos como fórmulas químicas, motores
mecânicos e peças automobilísticas do que com “arquivos de mp3, filmes e
músicas”. Segundo ele, informações industriais sigilosas estão sendo
roubadas por ataques hackers e usadas por empresas de fora dos Estados
Unidos, que acabam conseguindo uma posição vantajosa – de forma injusta –
no mercado [este argumento está me parecendo aquela história de botar o bode na sala ...].
Em comum, ambas as leis querem proteger propriedades intelectuais
norte-americanas aumentando a vigilância na internet. Já a maior
diferença está no amplo apoio conseguido pela Cispa até agora: mais de
100 entidades apoiam a lei, incluindo empresas de tecnologia como
Facebook e Microsoft.
Nenhum comentário:
Postar um comentário