[A notícia de que uma médica cubana abandonou o programa Mais Médicos e irá pedir refúgio no Brasil está sendo objeto de informações desencontradas na imprensa brasileira. O jornal Estadão informa que ela entrou ontem com um pedido de asilo nos EUA na embaixada americana em Brasília -- ver notícia a seguir. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]
A médica cubana que abandonou o programa Mais Médicos e se refugiou no gabinete da liderança do DEM na Câmara dos Deputados entrou ontem com um pedido de asilo na Embaixada dos Estados Unidos. O governo norte-americano ainda não respondeu à solicitação de Ramona Matos Rodríguez, de 51 anos. Ontem, a médica disse que pediria asilo ao governo brasileiro.
Ramona disse ter deixado no sábado passado a cidade paraense de Pacajá, onde outros seis estrangeiros atenderiam pelo Mais Médicos, e viajou para Brasília. A médica declarou ter decidido abandonar o programa ao descobrir que o salário pago aos profissionais de outras nacionalidades era de R$ 10 mil, valor que não teria sido informado pelas autoridades cubanas. Ela disse que recebe apenas US$ 400 mensais depositados no Brasil.
Fontes revelaram que a profissional procurou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) ontem à tarde, após ficar sabendo que o partido estava disposto a ajudar os médicos cubanos insatisfeitos com as condições oferecidas pelo programa. A médica passou a noite na sala de reuniões da bancada, onde dormiu num sofá.
Já a Folha de S. Paulo também de hoje dá outra versão. Ela informa que Ramona também pediu auxílio do governo norte-americano no sábado. Ela afirmou ao jornal que já havia solicitado um visto americano na embaixada do país em Brasília. Os Estados Unidos possuem um programa específico para a concessão do documento a profissionais de Cuba --foi por meio dele que médicos cubanos em missão na Venezuela obtiveram permissão para ingressar em solo norte-americano.
Já o Globo informa que o pedido de refúgio da médica cubana vai levar meses para ser julgado [coisa de país que não se dá ao respeito -- certamente ela poderá ser atendida pelos EUA muito antes que pelo Brasil]. Ao protocolar o pedido de refúgio, a cubana receberá um número que será seu principal documento de permanência no Brasil. Até seu caso ser avaliado pelo Conare, ela poderá transitar livremente pelo Brasil, trabalhar e pagar impostos. Como provavelmente sua autorização para atuar como médica será cassada pelo Ministério da Saúde, já que a cubana abandonou o Mais Médicos, se quiser exercer a medicina Ramona terá que se submeter ao Revalida, exame para certificar diplomas de médicos estrangeiros e de brasileiros formados no exterior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário