quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ela fala pelo Brasil, para desgraça nossa

[O tema desta postagem me foi trazido pelo amigo Agenor, a quem agradeço.

Os dois governantes petistas que têm comandado o país nos últimos 11 anos têm vários traços em comum, mas vou destacar apenas um por causa do tema desta postagem: tanto o NPA (Nosso Pinóqio Acrobata) quanto Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) se expressam pessimamente. Com uma diferença nada sutil: o NPA, malandrão esperto, tem consciência disso e até o explora a seu favor, já a Dama de Ferrugem, que tem complexo de papisa e se julga infalível, não admite sua ignorância vernacular nem que a vaca tussa.

Aliás, essa falta de autocrítica da ex-guerrilheira faz-me lembrar de uma viagem oficial dela à Argélia quando ministra de Minas e Energia, de cuja comitiva participei. Havia uma reunião dela com empresários argelinos em Argel às 09h00, e pouco depois das 8h00 um diplomata do Itamaraty lhe entregou no café da manhã o texto de seu discurso. Ela olhou o texto e reclamou: "Em português?! De jeito nenhum, vou falar em francês!" O diplomata ficou com as cores do arco-íris e lhe explicou que o protocolo determinava que ela falasse em seu idioma, mas Dilma NPS cortou-o bruscamente e insistiu em sua decisão. O pessoal do Itamaraty na delegação teve que fazer a jato uma tradução do texto para o francês, e a madame o leu num francês macarrônico que constrangeu toda a comitiva e, lógico, causou má impressão aos presentes.

A última façanha da ex-guerrilheira como oradora troglodita foi em recente reunião de cúpula União Europeia-Brasil em Bruxelas, como comenta o jornal Estado de S. Paulo em editorial do dia 26 deste, transcrito abaixo. Vocês verão que a fala de Dilma NPS é idêntica a essas redações ridículas e idiotas que circulam pela internet como sendo de exames do Enem, etc. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Até mesmo o lusófono presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, deve ter tido sérias dificuldades para entender os dois discursos da presidente Dilma Rousseff proferidos em Bruxelas a propósito da cúpula União Europeia (UE)-Brasil. Não porque contivessem algum pensamento profundo ou recorressem a termos técnicos, mas, sim, porque estavam repletos de frases inacabadas, períodos incompreensíveis e ideias sem sentido.

Ao falar de improviso para plateias qualificadas, compostas por dirigentes e empresários europeus e brasileiros, Dilma mostrou mais uma vez todo o seu despreparo. Fosse ela uma funcionária de escalão inferior, teria levado um pito de sua chefia por expor o País ao ridículo, mas o estrago seria pequeno; como ela é a presidente, no entanto, o constrangimento é institucional, pois Dilma é a representante de todos os brasileiros - e não apenas daqueles que a bajulam e temem adverti-la sobre sua limitadíssima oratória.

Logo na abertura do discurso na sede do Conselho da União Europeia, Dilma disse que o Brasil tem interesse na pronta recuperação da economia europeia, "haja vista a diversidade e a densidade dos laços comerciais e de investimentos que existem entre os dois países" - reduzindo a UE à categoria de "país".

Em seguida, para defender a Zona Franca de Manaus, contestada pela UE, Dilma caprichou: "A Zona Franca de Manaus, ela está numa região, ela é o centro dela (da Floresta Amazônica) porque é a capital da Amazônia (...). Portanto, ela tem um objetivo, ela evita o desmatamento, que é altamente lucrativo - derrubar árvores plantadas pela natureza é altamente lucrativo (...)". Assim, graças a Dilma, os europeus ficaram sabendo que Manaus é a capital da Amazônia, que a Zona Franca está lá para impedir o desmatamento e que as árvores são "plantadas pela natureza".


Dilma continuou a falar da Amazônia e a cometer desatinos gramaticais e atentados à lógica. "Eu quero destacar que, além de ser a maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica, mas, além disso, ali tem o maior volume de água doce do planeta, e também é uma região extremamente atrativa do ponto de vista mineral. Por isso, preservá-la implica, necessariamente, isso que o governo brasileiro gasta ali. O governo brasileiro gasta um recurso bastante significativo ali, seja porque olhamos a importância do que tiramos na Rio+20 de que era possível crescer, incluir, conservar e proteger." É possível imaginar, diante de tal amontoado de palavras desconexas, a aflição dos profissionais responsáveis pela tradução simultânea.
Ao falar da importância da relação do Brasil com a UE, Dilma disse que "nós vemos como estratégica essa relação, até por isso fizemos a parceria estratégica". Em entrevista coletiva no mesmo evento, a presidente declarou que queria abordar os impasses para um acordo do Mercosul com a UE "de uma forma mais filosófica" - e, numa frase que faria Kant chorar, disse: "Eu tenho certeza que nós começamos desde 2000 a buscar essa possibilidade de apresentarmos as propostas e fazermos um acordo comercial".
Depois, em discurso a empresários, Dilma divagou, como se grande pensadora fosse, misturando Monet e Montesquieu - isto é, alhos e bugalhos. "Os homens não são virtuosos, ou seja, nós não podemos exigir da humanidade a virtude, porque ela não é virtuosa, mas alguns homens e algumas mulheres são, e por isso que as instituições têm que ser virtuosas. Se os homens e as mulheres são falhos, as instituições, nós temos que construí-las da melhor maneira possível, transformando... aliás isso é de um outro europeu, Montesquieu. É de um outro europeu muito importante, junto com Monet".

Há muito mais - tanto, que este espaço não comporta. Movida pela arrogância dos que acreditam ter mais a ensinar do que a aprender, Dilma foi a Bruxelas disposta a dar as lições de moral típicas de seu padrinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Acreditando ser uma estadista congênita, a presidente julgou desnecessário preparar-se melhor para representar de fato os interesses do Brasil e falou como se estivesse diante de estudantes primários - um vexame para o País.

[Depois dessa baboseira ridícula, o aconselhável para quem não votou nessa energúmena ex-guerrilheira é anexar ao passaporte uma declaração multilingue dizendo que não votou em Dilma NPS e, portanto, não tem absolutamente nada a ver com as sandices que ela diga.]

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