segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Cresce a rejeição a protestos, diz a Folha de S. Paulo

Assim como água mole em pedra dura tanto dá até que fura, a paciência humana e cidadã se esgota com o repetir insano de atos de barbárie e vandalismo como os que têm caracterizado as manifestações públicas de protesto no país desde junho passado. Todo e qualquer possível mérito democrático originalmente existente nesses protestos foi absoluta e definitivamente destruído bela boçalidade de grupos de mascarados -- e também de não mascarados -- que optaram pela violência troglodita como instrumento único e absoluto de suas reivindicações. A paciência do cidadão comum, que não comunga dessa estupidez e quer ver seus problemas solucionados pela via democrática, já dá sinais explícitos de atingir seu limite, como nos relata a seguir a Folha de S. Paulo de hoje pela reportagem de Fabiano Maisonnave e Vanessa Correa resumida a seguir. 

De acordo com esse jornal, o índice de apoio dos brasileiros a essa onda de protestos iniciada em junho passado atingiu seu índice mais baixo, de acordo com uma pesquisa Datafolha realizada nos dias 19 e 20 deste mês. Registre-se que no dia 10 havia morrido o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, vitimado por um rojão num protesto na Central do Brasil, no Rio. Por esse levantamento, o índice de aprovação a tais movimentos que era de 81% no final de junho chegou agora a 52%.

Já os que se opõem a esse tipo de protestos passaram de 15% para 42% no mesmo período.



Datafolha protestos e Copa - (Gráfico: Editoria de Arte/Folhapress - Fonte: Folha de S. Paulo).

O percentual de apoio cai quando se refere à realização de manifestações durante a Copa do Mundo -- apenas 32% dão seu apoio a isso, enquanto 63% o rejeitam.

Outros dados da pesquisa:
  • o apoio aos protestos varia de acordo com a região do país: é de 60% no Sul, 55% no Sudeste e 45% no Nordeste;
  • 72% dos entrevistados com curso superior apoiam os protestos, contra 37% dos que possuem apenas ensino fundamental (o que, digo eu e não a pesquisa, mostra que nossas universidades estão formando espíritos de porco e não lideranças que prestem);
  • entre os mais favoráveis às manifestações estão os possíveis votantes em Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB): 59% e 58%, respectivamente (o que, digo eu e não a pesquisa, depõe contra o eleitorado desses cidadãos) -- o percentual de apoio entre os eleitores de Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) é de 47% (quem diria -- falo eu e não a pesquisa -- eleitor da Dama de Ferrugem dando lição nos demais!...).
Opiniões de especialistas sobre os resultados da pesquisa -- acho sempre interessante conhecer essas opiniões porque algumas delas dão um ar de ficção científica aos fatos ...:
  • segundo eles, o foco maior contra tarifas e contra a Copa nessas manifestações teria reduzido o apoio popular. Na opinião de Marcelo Kunrath, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador de um grupo de estudos de movimentos sociais, "isso limita a parcela da população que se identifica com essas demandas". Ainda segundo ele, as depredações contribuem para o afastamento da população em relação aos protestos.
  • Para David Fleischer, professor de Ciências Políticas da Universidade de Brasília, o apoio popular diminuiu porque o poder público não teve o cuidado de diferenciar manifestação e violência. Ainda segundo ele, haveria uma tendência da população em associar o que está acontecendo com o período da ditadura militar, como resultado da tendência da mídia e dos comentaristas de enquadrar as manifestações como terrorismo (esta associação -- falo eu e não a pesquisa -- de "terrorismo" com ditadura militar no caso presente me soa um prodígio de fertilidade de imaginação desse especialista).




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