sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O que era desconfiança virou fato: governo federal financia badernas do MST

No dia 12 de fevereiro corrente 15.000 manifestantes do MST fizeram um congresso em Brasília em comemoração aos 30 anos do movimento, com tentativa de invasão do STF e de hostilidades à embaixada americana. No dia seguinte, 13/2, fiz a postagem "TV estatal celebra 30° do MST e faz apologia do movimento".  Nela, comentava, entre outras coisas, a caixa preta do financiamento às atividades do MST, tomando como referência os gastos para levar, acampar, alimentar e dar um mínimo de atendimento sanitário àquelas 15.000 pessoas. Na realidade, a caixa não era tão preta já que a própria postagem revelava um substancial auxílio do governo federal ao MST em passado recente.

Hoje a tal caixa preta embranqueceu bastante, ficou quase transparente -- não fosse a ojeriza dos petistas e de Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) à palavra "transparência". Ontem, segundo o jornal Estadão, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, defendeu o financiamento do governo ao Congresso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizado há 10 dias em Brasília. Gilberto classificou de "ideológicas e políticas" a revelação de que Caixa Econômica Federal, BNDES e Petrobras haviam patrocinado uma feira agroecológica realizada durante o congresso e comparou o financiamento ao que é dado a feiras agropecuárias em diversas cidades do País.

Ainda segundo o Estadão, Gilberto defendeu o MST, afirmando que o governo considera o movimento legítimo e não o vê como um mal e defendeu as ações. "Eu quero dizer de maneira clara que não se pode confundir o MST com baderneiros. O MST não é um movimento de baderneiros, é um movimento legítimo e responsável por uma realização importante no País no processo de reforma agrária e, mais do que isso, hoje responsável pela produção de alimentos orgânicos, em cooperativa em todo o País".

Aí, digo eu e não o Estadão, a tal democracia nos obriga a ouvir um energúmeno sem estofo chamado Gilberto Carvalho, cujos únicos méritos são ter carteirinha do PT e ser um fidelíssimo capacho e vaca de presépio do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula), dizer que é legítimo e democrático um movimento que tenta invadir a sede da Suprema Corte do país. E esse paspalho confirma com todas as letras que essa manifestação em Brasília foi financiada pelo governo federal. Fica pois o país ciente de que o Poder Executivo financiou uma tentativa de invasão da sede do Poder Judiciário e um ato violento de hostilidade à embaixada de um país amigo. Esse é o conceito de democracia de sarjeta dos petistas e do governo Dilma NPS, com a agravante do uso de dinheiro do contribuinte. 

Na mesma reportagem citada acimaEstadão revelou que a Petrobras patrocinou a Mostra Nacional de Cultura Camponesa, realizada dentro do tal 6º Congresso Nacional do MST, com R$ 650 mil e a Caixa Econômica Federal e o BNDES colaboraram com um total de R$ 550 mil para o evento, por meio de patrocínios para a Associação Brasil Popular (Abrapo). O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aplicou R$ 448,1 mil para montar a estrutura da feira agroecológica. Só nessa tacada foram R$ 1.648.100,00 de dinheiro estatal para financiar um movimento social cujas manifestações são invariavelmente caracterizadas por invasões e vandalismo de instalações privadas e/ou públicas.  

Segundo o jornalista Carlos Alberto Sardenberg no Globo de hoje, perguntada sobre os R$ 650 mil para o MST a Petrobras disse que o dinheiro se destinava a uma mostra de cultura camponesa, parte do congresso, e que o patrocínio se alinha com o programa da estatal na direção de uma “produção inclusiva e sustentável”. Como disse o jornalista, essa justificativa de petróleo "inclusivo e sustentável" envolvendo o MST é fantástica. Eu diria que quem disse e/ou escreveu isso já deixou as quatro patas indelevelmente marcadas na calçada da fama asinina.

Ver também:

Em qualquer país decente os fatos acima seriam suficientes para pelo menos demitir e prender um bocado de gente, quando não para ensejar um pedido de impeachment de Dilma NPS. A doação do BNDES, então, é caso de polícia mesmo -- é outro exemplo de uso indecente de uso do banco para fins politiqueiros (ver postagem anterior sobre o BNDES). O problema é que temos uma oposição incompetente e covarde, um TCU omisso e um Ministério Público Federal ausente de suas atribuições.


Bando de juízes se forma no STF e decide que mensaleiros eram uma curriola e não uma quadrilha

Anotem bem estes nomes:

  • Carmen Lúcia
  • Dias Toffoli
  • Luís Roberto Barroso
  • Ricardo Lewandowski
  • Rosa Weber
  • Teori Zavascki
Eles compõem o bando de juízes que se formou no STF e derrubou a tese de que os mensaleiros não eram membros de uma quadrilha e sim coautores de malfeitos, pilantragens, safadezas e crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, que agiam soltos e descordenados, sob o comando talvez de Belzebu mas jamais de José Dirceu.

Há quem diga que ontem, no STF, uma quadrilha livrou outra quadrilha, mas acho que isso é carregar demais nas tintas. Eu diria que, defintivamente, um bando -- talvez adrede articulado --  de togados de méritos abaixo da média livrou a cara de uma quadrilha de marginais e contraventores políticos. 

Na lista aí de cima a única surpresa para mim foi Carmen Lúcia, que eu tinha em nível mais decente. Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski sempre foram votos de cabresto do PT, destacando-se sempre por sua subserviência canina ao NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) e por sua incompetência jurídica, com currículos que no máximo os levariam para juizados de pequenas causas em rodoviárias do interior.

Rosa Weber é dessas senhoras de jeitão simpático, cara de vovozona, com um delicioso sotaque sulista mas que quando abre a boca para proferir seus votos no Supremo nos causa uma tristeza e uma vergonha tão pungentes! Luís Roberto Barroso e Teori Zavascki são os verdadeiros arquitetos cerebrais das alterações ocorridas no STF a favor dos mensaleiros, cumprindo à risca a missão que nesse sentido explícita ou implicitamente lhes foi passada por Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias), que os nomeou.

Desde que foram prolatadas as sentenças condenatórias dos mensaleiros, a Justiça como um todo e o STF em particular têm sido recorrente e sistematicamente ridicularizados. Ora é com as mordomias e regalias dos mensaleiros no presídio da Papuda, ora é com a avacalhação das multas impostas pelo STF aos condenados, transformadas em objetos de revide civil pelas vaquinhas na internet. À parte as deploráveis e reincidentes cenas de pugilato verbal entre alguns ministros, a decisão de ontem foi mais um golpe terrível na imagem do STF e da Justiça. A verborrágica argumentação do sexteto togado transformou a formação de quadrilha em algo tão exclusivo, requintado e sofisticado que, doravante, dificilmente alguém de anel no dedo será enquadrado nesse crime. É mais uma contribuição togada ao aperfeiçoamento do crime organizado no país.

Em 21/11/2013 escrevi que "com esse andar da carruagem, vamos acabar pedindo aos mensaleiros que nos perdoem". O que parecia simples gozação começa a assumir ares de profecia, e pode transformar-se em sombria e trágica realidade -- com a ajuda do sexteto do início desta postagem, corremos ainda o sério risco de termos que indenizar mensaleiros por danos morais (e "lucros cessantes") ...

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ela fala pelo Brasil, para desgraça nossa

[O tema desta postagem me foi trazido pelo amigo Agenor, a quem agradeço.

Os dois governantes petistas que têm comandado o país nos últimos 11 anos têm vários traços em comum, mas vou destacar apenas um por causa do tema desta postagem: tanto o NPA (Nosso Pinóqio Acrobata) quanto Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) se expressam pessimamente. Com uma diferença nada sutil: o NPA, malandrão esperto, tem consciência disso e até o explora a seu favor, já a Dama de Ferrugem, que tem complexo de papisa e se julga infalível, não admite sua ignorância vernacular nem que a vaca tussa.

Aliás, essa falta de autocrítica da ex-guerrilheira faz-me lembrar de uma viagem oficial dela à Argélia quando ministra de Minas e Energia, de cuja comitiva participei. Havia uma reunião dela com empresários argelinos em Argel às 09h00, e pouco depois das 8h00 um diplomata do Itamaraty lhe entregou no café da manhã o texto de seu discurso. Ela olhou o texto e reclamou: "Em português?! De jeito nenhum, vou falar em francês!" O diplomata ficou com as cores do arco-íris e lhe explicou que o protocolo determinava que ela falasse em seu idioma, mas Dilma NPS cortou-o bruscamente e insistiu em sua decisão. O pessoal do Itamaraty na delegação teve que fazer a jato uma tradução do texto para o francês, e a madame o leu num francês macarrônico que constrangeu toda a comitiva e, lógico, causou má impressão aos presentes.

A última façanha da ex-guerrilheira como oradora troglodita foi em recente reunião de cúpula União Europeia-Brasil em Bruxelas, como comenta o jornal Estado de S. Paulo em editorial do dia 26 deste, transcrito abaixo. Vocês verão que a fala de Dilma NPS é idêntica a essas redações ridículas e idiotas que circulam pela internet como sendo de exames do Enem, etc. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Até mesmo o lusófono presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, deve ter tido sérias dificuldades para entender os dois discursos da presidente Dilma Rousseff proferidos em Bruxelas a propósito da cúpula União Europeia (UE)-Brasil. Não porque contivessem algum pensamento profundo ou recorressem a termos técnicos, mas, sim, porque estavam repletos de frases inacabadas, períodos incompreensíveis e ideias sem sentido.

Ao falar de improviso para plateias qualificadas, compostas por dirigentes e empresários europeus e brasileiros, Dilma mostrou mais uma vez todo o seu despreparo. Fosse ela uma funcionária de escalão inferior, teria levado um pito de sua chefia por expor o País ao ridículo, mas o estrago seria pequeno; como ela é a presidente, no entanto, o constrangimento é institucional, pois Dilma é a representante de todos os brasileiros - e não apenas daqueles que a bajulam e temem adverti-la sobre sua limitadíssima oratória.

Logo na abertura do discurso na sede do Conselho da União Europeia, Dilma disse que o Brasil tem interesse na pronta recuperação da economia europeia, "haja vista a diversidade e a densidade dos laços comerciais e de investimentos que existem entre os dois países" - reduzindo a UE à categoria de "país".

Em seguida, para defender a Zona Franca de Manaus, contestada pela UE, Dilma caprichou: "A Zona Franca de Manaus, ela está numa região, ela é o centro dela (da Floresta Amazônica) porque é a capital da Amazônia (...). Portanto, ela tem um objetivo, ela evita o desmatamento, que é altamente lucrativo - derrubar árvores plantadas pela natureza é altamente lucrativo (...)". Assim, graças a Dilma, os europeus ficaram sabendo que Manaus é a capital da Amazônia, que a Zona Franca está lá para impedir o desmatamento e que as árvores são "plantadas pela natureza".


Dilma continuou a falar da Amazônia e a cometer desatinos gramaticais e atentados à lógica. "Eu quero destacar que, além de ser a maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica, mas, além disso, ali tem o maior volume de água doce do planeta, e também é uma região extremamente atrativa do ponto de vista mineral. Por isso, preservá-la implica, necessariamente, isso que o governo brasileiro gasta ali. O governo brasileiro gasta um recurso bastante significativo ali, seja porque olhamos a importância do que tiramos na Rio+20 de que era possível crescer, incluir, conservar e proteger." É possível imaginar, diante de tal amontoado de palavras desconexas, a aflição dos profissionais responsáveis pela tradução simultânea.
Ao falar da importância da relação do Brasil com a UE, Dilma disse que "nós vemos como estratégica essa relação, até por isso fizemos a parceria estratégica". Em entrevista coletiva no mesmo evento, a presidente declarou que queria abordar os impasses para um acordo do Mercosul com a UE "de uma forma mais filosófica" - e, numa frase que faria Kant chorar, disse: "Eu tenho certeza que nós começamos desde 2000 a buscar essa possibilidade de apresentarmos as propostas e fazermos um acordo comercial".
Depois, em discurso a empresários, Dilma divagou, como se grande pensadora fosse, misturando Monet e Montesquieu - isto é, alhos e bugalhos. "Os homens não são virtuosos, ou seja, nós não podemos exigir da humanidade a virtude, porque ela não é virtuosa, mas alguns homens e algumas mulheres são, e por isso que as instituições têm que ser virtuosas. Se os homens e as mulheres são falhos, as instituições, nós temos que construí-las da melhor maneira possível, transformando... aliás isso é de um outro europeu, Montesquieu. É de um outro europeu muito importante, junto com Monet".

Há muito mais - tanto, que este espaço não comporta. Movida pela arrogância dos que acreditam ter mais a ensinar do que a aprender, Dilma foi a Bruxelas disposta a dar as lições de moral típicas de seu padrinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Acreditando ser uma estadista congênita, a presidente julgou desnecessário preparar-se melhor para representar de fato os interesses do Brasil e falou como se estivesse diante de estudantes primários - um vexame para o País.

[Depois dessa baboseira ridícula, o aconselhável para quem não votou nessa energúmena ex-guerrilheira é anexar ao passaporte uma declaração multilingue dizendo que não votou em Dilma NPS e, portanto, não tem absolutamente nada a ver com as sandices que ela diga.]

Ministro do STJ suspende todas as ações que questionam correção do FGTS

[Somando-se à disputa pela correção da poupança pelos planos Bresser, Verão, etc, a questão do ressarcimento ou não de correção passada do FGTS parece ter acrescentado nova dose de nervosismo na banca e sua pressão sobre o Judiciário a esse respeito se mostra bem presente, pelo menos para retardar sua decisão, como relata a reportagem abaixo do Estado de S. Paulo de ontem, 26/2. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.] 

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves suspendeu nesta quarta-feira, 26, o trâmite de todas as ações relativas à correção de saldos do FGTS por outros índices que não a Taxa Referencial (TR). Segundo nota divulgada pelo STJ, a decisão alcança ações coletivas e individuais em todas as instâncias da Justiça Federal e da Justiça dos Estados, inclusive juizados especiais e turmas recursais.

A Caixa Econômica Federal (CEF), que pediu a suspensão, estima serem mais de 50 mil ações sobre o tema em trâmite no Brasil. Dessas, quase 23 mil já tiveram sentença, sendo 22.697 favoráveis à CEF e 57 desfavoráveis. Ainda haveria em trâmite 180 ações coletivas, movidas por sindicatos, e uma ação civil pública, movida pela Defensoria Pública da União.

O saldo do FGTS é atualizado todo dia 10 de cada mês, respeitando a fórmula de 3% ao ano mais Taxa Referencial. Na ponta do lápis, o rombo criado pelo descolamento entre o atual modelo de reajuste e os índices de preços está na casa dos bilhões. Só neste ano, R$ 6,8 bilhões deixaram de entrar no bolso dos trabalhadores até fevereiro, segundo cálculos do Instituto FGTS Fácil, organização não governamental que presta auxílio aos trabalhadores. Em 2013, a cifra chegou a R$ 27 bilhões.

A TR é calculada pelo Banco Central e tem como base a taxa média dos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) prefixados, de 30 dias a 35 dias, oferecidos pelos 30 maiores bancos do País. A redução da taxa básica de juros, a Selic, a partir de 1999, foi diminuindo o valor da TR e fez com que o reajuste do FGTS não conseguisse nem repor as perdas com a alta dos preços da economia.


O rombo do FGTS - Gráfico: O Estado de S. Paulo

Insegurança jurídica. O STJ esclarece que a medida vale até o julgamento, pela Primeira Seção do Tribunal, do Recurso Especial 1.381.683. A avaliação do ministro é que a "suspensão evita a insegurança jurídica pela dispersão jurisprudencial potencial nessas ações" [ah, o que seria do nosso vernáculo sem esse juridiquês!...].

O processo agora seguirá para o Ministério Público que terá 15 dias para dar seu parecer. Depois, o ministro do STJ elaborará seu voto e levará o caso para julgamento da Primeira Seção do Tribunal.

Em tese, a decisão a ser tomada pelo STJ deverá ser seguida pelas instâncias inferiores da Justiça. Envolvendo um sindicato, o recurso a ser analisado pelo STJ foi classificado como repetitivo. O ministro observou que a providência tem o objetivo de garantir uma prestação jurisdicional homogênea a processos que tratam do mesmo tema e evitar uma dispendiosa e desnecessária movimentação do aparelho judiciário.

"Sob esse enfoque, ressoa inequívoca a necessidade de que todas as ações judiciais, individuais e coletivas, sobre o tema sejam suspensas até o final do julgamento deste processo pela Primeira Seção", afirmou o ministro.

Benedito Gonçalves determinou a expedição de ofícios para os presidentes dos tribunais de Justiça (TJs) e dos tribunais regionais federais (TRFs) para que seja comunicada a suspensão das ações judiciais sobre o assunto em todo o País, incluindo os Juizados Especiais.

Precatórios. Recentemente, o STF concluiu que os precatórios - títulos de dívida emitidos pelo governo para pagar quem ganhou ações na Justiça contra o poder público - não poderiam ter sido atualizados pela TR. O caso dos precatórios é considerado por muitos advogados como um precedente para justificar uma eventual mudança no índice de correção dos saldos do FGTS, o que garantiria o direito a uma atualização de acordo com a inflação.

Nesta semana, o juiz federal Djalma Moreira Gomes, da 25.ª Vara Federal, determinou que os depósitos do FGTS da conta de um trabalhador sejam corrigidos desde 1999 pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e não pela TR, como é adotado atualmente. De acordo com informações da Justiça Federal em São Paulo, essa é a primeira decisão a favor da correção do FGTS no Estado.
Ver também:

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Que tipo de instrumento virou o BNDES nas mãos dos petistas, especialmente no governo Dilma NPS?

O assunto desta postagem me foi trazido por meu caríssimo amigo Luiz Melo, a quem agradeço.

Em seu site, o BNDES assim se define: "O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), empresa pública federal, é hoje o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as dimensões social, regional e ambiental". E prossegue: "Desde a sua fundação, em 1952, o BNDES se destaca no apoio à agricultura, indústria, infraestrutura e comércio e serviços, oferecendo condições especiais para micro, pequenas e médias empresas. O Banco também vem implementando linhas de investimentos sociais, direcionados para educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano".

O problema com o BNDES nessa década petista são os sinais mais do que evidentes de seu uso politiqueiro, de baixo mérito e baseado em critérios opacos e fajutos, especialmente no governo Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias). Com seu método tradicional de lamber o dedo indicador e espetá-lo no ar para ver p'ra que lado o vento sopra, antes de tomar suas decisões econômico-financeiras, nossa ex-guerrilheira decidiu eleger certas empresas como "campeãs nacionais" e determinou que os cofres do BNDES se escancarassem para elas. A lista de lambanças é respeitável, e o dinheiro do BNDES (leia-se do contribuinte) foi para o ralo como investimento rentável. Os exemplos são vários: a fusão da Portugal Telecom com a Oi, o frigorífico JBS, a Marfrig, a LBR (Lácteos Brasil, que acabou pedindo recuperação judicial), a Fibria, etc. Mas, nada superou o nível absurdo de exposição com que o BNDES se envolveu com as empresas de Eike Batista. Quem pesquisar com "eike" ou "bndes" no blogue encontrará várias postagens sobre o atoleiro em que esse banco estatal se meteu por decisão e imposição de Dilma NPS -- ver, por exemplo, a postagem de 14/4/2013.

O fracasso dessa política de apadrinhamento de setores da nossa economia pelo BNDES, com base em critérios e decisões ditados pela cartomante e o fígado de Dilma NPS, foi tão retumbante, tão explícito e tão inequívoco que o próprio governo teve que mudar seu desregramento no uso do banco  para patrocínio dos tais "campeões nacionais".

O BNDES não é um banco estatal qualquer, não apenas por seu porte -- no ano fiscal de 2012 ele desembolsou quase o dobro do Banco Mundial (US$ 68 bi contra US$ 35,3 bi) -- mas porque é um instrumento social e politicamente extremamente poderoso e importante para a implementação de políticas de governo. Daí a estranheza gerada na escolha dos beneficiários de várias de suas linhas de crédito. No final de 2011, por exemplo (primeiro ano de governo de Dilma NPS) o BNDES fechou um financiamento de R$ 430 milhões para o hospital Sírio-Libanês (SP), um estabelecimento de ponta e dos mais caros do país. 

Tanto o NPA quanto Dilma NPS foram tratar-se no Sírio-Libanês quando tiveram câncer, ele de laringe (diagnosticado em outubro de 2011) e ela um câncer linfático (diagnosticado em abril de 2009). Dá p'ra acreditar que o financiamento do BNDES a esse hospital é pura e simples coincidência?... Quem quiser entender um pouco mais as relações entre os governos petistas [a partir do primeiro mandato do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula)], o SUS e o hospital Sírio-Libanês deve ler a postagem "Lula, o câncer, o SUS e o Sírio".

O empréstimo ao Sírio-Libanês fazia parte do programa do Ministério da Saúde de estímulo aos principais hospitais do Brasil, entre eles o Sírio-Libanês (SP), o Albert Einstein (SP), o Alemão Oswaldo Cruz (SP), o HCor (SP), o Samaritano (SP) e o Moinhos de Vento (RS) -- esta lista abriga a fina flor dos nosocômios do país, a elite máxima de nossos hospitais. As condições, estabelecidas em março de 2011 entre o BNDES e o Sírio-Libanês foram de quatro anos de carência, prazo total de 12 anos para pagar, com taxa de correção de 8% ao ano. A contrapartida do Sírio junto à entidade seria a destinação de 5% do valor da linha de crédito para o SUS. Registre-se a merreca da contrapartida destinada ao SUS, que é voltado basicamente ao atendimento do povão.

Pela placa mostrada na foto abaixo, vê-se que no financiamento ao Sírio-Libanês foi usado o FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador, cuja arrecadação é uma das fontes de recursos para o BNDES através da Lei Complementar nº 19, de 25 de junho de 1974.




Diante da sabida, escancarada, indecente e revoltante crise profunda e crônica por que passa a saúde pública no país desde há tempos, pergunta-se: que tipo de critério e escala de valores -- se existente, o que não parece ser o caso -- faz com que essa tal Dilma NPS decida destinar milhões do nosso principal banco estatal para financiar os principais hospitais privados do país?! Em que mundo vive essa madame, que a faz não só ignorar o descalabro que vem flagelando ininterruptamente a saúde pública no país há uma década (pelo menos) como também a mentir descaradamente a esse respeito e a privilegiar estabelecimentos hospitalares de uma elite do país?!

Não tenho a menor dúvida quanto ao bom e correto uso que o Sírio-Libanês e os demais hospitais citados fizeram do dinheiro público que receberam, mas é óbvio ululante que os milhões com que foram financiados pelo BNDES cairiam como uma luva e seriam mais que bem-vindos e abençoados nas redes federal e estaduais de saúde pública do país. O SUS seria obviamente também um excelente destino para essa dinheirama. É mais uma demonstração -- depois dos chamegos com a indústria automobilística -- da atração da ex-guerrilheira pela alta burguesia da economia nacional (sem falar de suas farrinhas pessoais em Lisboa e em Roma ...).

Tudo aí de cima refere-se aos financiamentos do BNDES dentro do Brasil. A atenção agora se volta para os enormes financiamentos do banco a empresas brasileiras para obras em Cuba e Angola, por exemplo. Como sói acontecer em praticamente tudo em que petista mete a mão, esses empréstimos cheiram mal e sintomaticamente foram blindados pelo governo de Dilma NPS com uma cortina de absoluto silêncio e regras rígidas de "confidencialidade" que, alega o governo, são impostas pela legislação dos países beneficiados com tais financiamentos. O problema é que esses financiamentos não passaram pelo crivo do Congresso Nacional, como manda a Constituição Federal, e carecem portanto de legitimidade. Essa é mais uma lambança no rosário de malfeitos de Dilma NPS, envolvendo o principal banco de fomento do país.



Milhas aéreas viram moeda de troca -- o difícil é viajar com elas ...

[As tais milhas aéreas para os chamados viajantes frequentes viraram um embuste -- constam de suas faturas e seus extratos, mas na hora de se transformarem em passagens geralmente viram miragens (ver postagem: "Milhagens inúteis"). Aliás, isso vale praticamente para todos os tipos de milhagens e "bônus". Aí, as malandras das empresas geradoras dessas milhas e bônus, em conluio com seus parceiros comerciais, transformaram essas "vantagens" em moeda para a compra de quase tudo -- exceto passagens ... Fico me perguntando: não há nisso uma trapaça contra o consumidor e seus direitos, ao se configurar uma promessa cada vez mais difícil de ser concretizada? Vejamos a reportagem de Danielle Nogueira sobre isso no Globo de hoje.]

Voar com milhas acumuladas em viagens anteriores ou com compras feitas com cartão de crédito deixou de ser a única opção para os clientes dos programas de fidelidade das principais companhias aéreas do país. As milhas tornaram-se uma verdadeira moeda de troca. Com elas já é possível comprar ingressos para ir ao cinema e a shows, adquirir geladeiras e móveis para mobiliar a casa e até fazer doações a instituições de caridade.

Nesse novo mercado, TAM e Gol travam uma briga paralela à disputa pela venda de passagens. Seus programas de fidelidade cresceram e deram origem a empresas independentes: Multiplus e Smiles. O sucesso da estratégia é tamanho que essas empresas tem se mostrado mais rentáveis que as aéreas que a criaram e que ainda mantêm seu controle. A TAM tem 72,85% da Multiplus e a Gol tem 57,3% da Smiles. Ambas acumulam prejuízos em seus balanços, enquanto as duas novatas exibem resultados positivos.

A primeira a inovar nesse segmento foi a TAM, que criou a Multiplus em 2009. A Smiles surgiu como empresa independente apenas em 2012. Hoje, a Multiplus tem 460 parceiros e 12 milhões de participantes. A Smiles fica atrás nos números. São 9,7 milhões de participantes e 215 parceiros, incluindo outras aéreas como a Air France e a espanhola Iberia.

Ambas funcionam da mesma forma: o cliente acumula pontos (no caso da Multiplus) ou milhas (no caso da Smiles) ao usar o serviço ou comprar produtos nos parceiros da rede. Esses pontos ou milhas vão para uma conta única e podem ser resgatados para uso dos serviços ou aquisição de mercadorias de outros parceiros.

As primeiras parcerias foram fechadas com empresas relacionadas ao setor de turismo, como agências de viagens, hotéis e locadoras de automóveis. Depois vieram as parcerias com o varejo. Quem pretende aproveitar o calor para trocar de ar-condicionado, por exemplo, não precisa desembolsar um tostão se conseguir acumular 68.900 pontos no Multiplus, que tem parceria com o Ponto Frio. No Smiles, é possível comprar uma geladeira por 132.930 na Magazine Luiza.


"O resgate por passagens aéreas tem um componente emocional e racional. A pessoa quer se dar um presente e ao mesmo tempo percebe a viagem como algo de valor, que vale a pena ser trocado pelas milhas. Mas aos poucos percebemos que o varejo também tem sido procurado. O participante pode acumular pontos ao adquirir produtos nos parceiros e também trocar por produtos nessas lojas. Nossa intenção é dar maior amplitude na hora do resgate", afirma Flávio Vargas, diretor financeiro de Relações com Investidores da Smiles.

Para ele, mudanças recentes no resgate de pontos da Gol, a principal parceira do Smiles, pode acabar levando mais pessoas a trocarem milhas por produtos no varejo. Pelas novas regras da Gol, ganha mais milhas quem pagar mais pelo bilhete. Logo, quem voa com as passagens mais baratas vai gastar mais tempo para juntar a milhagem que acumulava antes, um estímulo a trocá-la por itens que consomem menos milhas que o bilhete aéreo. Antes a pontuação dependia do trecho voado.

De apoio ao Doutores da Alegria a carnaval em Salvador

Nessa nova realidade dos programas de fidelidade, também é possível comprar produtos em farmácias (com exceção de remédios) ou garantir o lazer do fim de semana. Com 1.038 milhas da Smiles compra-se um ingresso para assistir a filmes nas salas de cinema do grupo Severiano Ribeiro, Kinoplex e UCI. O inconveniente é que o ingresso é enviado pelo correio. Ou seja, o participante que quiser ir ao cinema no sábado, tem que fazer o resgate das milhas no site da Smiles no início da semana.

Na Multiplus também já dá para trocar pontos por alguns momentos de felicidade para crianças hospitalizadas. Com 2.100 pontos, ficam acertadas duas visitas por semana da ONG Doutores da Alegria ao longo de um ano inteiro a crianças em hospitais públicos de Recife ou São Paulo.

Mais recentemente, a ênfase das empresas têm sido em promover experiências exclusivas para seus clientes. A Multiplus lançou esta semana a plataforma “resgates incríveis”. A primeira oferta deste novo produto foi o que empresa chamou de “O melhor carnaval da sua vida”. Por 60 mil pontos, os apaixonados por Carnaval puderam resgatar pacotes que incluíam passagem aérea, traslado e abadás para trios elétricos e camarotes em Salvador. A viagem será feita em um avião fretado, que também transportará famosos convidados pela jornalista de celebridades Joyce Pascowitch. Foram ofertados seis pacotes, com direito a acompanhante, que esgotaram em menos de um minuto.

"A Multiplus já programa outras ações inéditas, com produtos e experiências únicas para os participantes da rede", diz Alexandre Moshe Parczew, diretor de Marketing e Vendas da Multiplus.

A Smiles não quer ficar para trás e também vem inovando nos lançamentos. Este ano clientes Smiles poderão usar milhas na compra de ingresso para shows de Roberto Carlos no Brasil. A compra será feita a partir de abril pelo site www.ingressorapido.com.br/smiles e cada cliente poderá comprar até seis ingressos por show. Ainda não está definida a quantidade de milhas por ingresso.

Passagens aéreas ainda são preferência

Apesar do amplo leque de possibilidade de resgate, as passagens aéreas ainda são a preferência dos clientes. Elas representam 90% do total de pontos resgatados no Multiplus e 98% no Smiles. Atentos a esse comportamento, as duas empresas também já permitem a compra e renovação de milhas que expiraram.

A pioneira nessa frente foi a Smiles, que em novembro passado anunciou a possibilidade de compra de milhas pelo sistema PayPal. Pelas regras do programa, cinco mil milhas saem por R$ 50, por exemplo. O Smiles também passou a transmitir a transferência de milhas para terceiros, limitadas a 40 mil milhas. Antes, era possível apenas emitir o bilhete no nome de outra pessoa. Essas transações também contribuem para inibir o comércio ilegal de milhas.

Entre dezembro e janeiro foi a vez da Multiplus anunciar novidades nessa área. Os participantes podem comprar até 50 mil pontos por ano, sempre em lotes de mil pontos. O valor varia com a quantidade escolhida e eventuais promoções. E os pontos expirados nos últimos 90 dias podem ser renovados mediante pagamento. As operações são feitas por meio do PagSeguro.

Parczew evita falar em competição entre as duas empresas. "A decisão de promover facilidades como compra e renovação de pontos tem o objetivo de contribuir com a experiência dos participantes. Para a Multiplus, é fundamental promover o engajamento do participante com a rede, uma vez que sabemos que o participante que realiza seu primeiro resgate, acumula 60% mais pontos do que aquele que nunca resgatou", disse.

Veja também:





 


 


 





 







 


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Cresce a rejeição a protestos, diz a Folha de S. Paulo

Assim como água mole em pedra dura tanto dá até que fura, a paciência humana e cidadã se esgota com o repetir insano de atos de barbárie e vandalismo como os que têm caracterizado as manifestações públicas de protesto no país desde junho passado. Todo e qualquer possível mérito democrático originalmente existente nesses protestos foi absoluta e definitivamente destruído bela boçalidade de grupos de mascarados -- e também de não mascarados -- que optaram pela violência troglodita como instrumento único e absoluto de suas reivindicações. A paciência do cidadão comum, que não comunga dessa estupidez e quer ver seus problemas solucionados pela via democrática, já dá sinais explícitos de atingir seu limite, como nos relata a seguir a Folha de S. Paulo de hoje pela reportagem de Fabiano Maisonnave e Vanessa Correa resumida a seguir. 

De acordo com esse jornal, o índice de apoio dos brasileiros a essa onda de protestos iniciada em junho passado atingiu seu índice mais baixo, de acordo com uma pesquisa Datafolha realizada nos dias 19 e 20 deste mês. Registre-se que no dia 10 havia morrido o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, vitimado por um rojão num protesto na Central do Brasil, no Rio. Por esse levantamento, o índice de aprovação a tais movimentos que era de 81% no final de junho chegou agora a 52%.

Já os que se opõem a esse tipo de protestos passaram de 15% para 42% no mesmo período.



Datafolha protestos e Copa - (Gráfico: Editoria de Arte/Folhapress - Fonte: Folha de S. Paulo).

O percentual de apoio cai quando se refere à realização de manifestações durante a Copa do Mundo -- apenas 32% dão seu apoio a isso, enquanto 63% o rejeitam.

Outros dados da pesquisa:
  • o apoio aos protestos varia de acordo com a região do país: é de 60% no Sul, 55% no Sudeste e 45% no Nordeste;
  • 72% dos entrevistados com curso superior apoiam os protestos, contra 37% dos que possuem apenas ensino fundamental (o que, digo eu e não a pesquisa, mostra que nossas universidades estão formando espíritos de porco e não lideranças que prestem);
  • entre os mais favoráveis às manifestações estão os possíveis votantes em Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB): 59% e 58%, respectivamente (o que, digo eu e não a pesquisa, depõe contra o eleitorado desses cidadãos) -- o percentual de apoio entre os eleitores de Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) é de 47% (quem diria -- falo eu e não a pesquisa -- eleitor da Dama de Ferrugem dando lição nos demais!...).
Opiniões de especialistas sobre os resultados da pesquisa -- acho sempre interessante conhecer essas opiniões porque algumas delas dão um ar de ficção científica aos fatos ...:
  • segundo eles, o foco maior contra tarifas e contra a Copa nessas manifestações teria reduzido o apoio popular. Na opinião de Marcelo Kunrath, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador de um grupo de estudos de movimentos sociais, "isso limita a parcela da população que se identifica com essas demandas". Ainda segundo ele, as depredações contribuem para o afastamento da população em relação aos protestos.
  • Para David Fleischer, professor de Ciências Políticas da Universidade de Brasília, o apoio popular diminuiu porque o poder público não teve o cuidado de diferenciar manifestação e violência. Ainda segundo ele, haveria uma tendência da população em associar o que está acontecendo com o período da ditadura militar, como resultado da tendência da mídia e dos comentaristas de enquadrar as manifestações como terrorismo (esta associação -- falo eu e não a pesquisa -- de "terrorismo" com ditadura militar no caso presente me soa um prodígio de fertilidade de imaginação desse especialista).