Não é preciso fuçar muito para descobrir que as importações de petróleo têm muita culpa nesse cartório. Em julho, por exemplo, nossas importações mais do que dobraram (aumentaram em mais de 140%), enquanto as exportações caíram em 50%.
Os governos petistas montaram um esquema infalível para acabar com a Petrobras: do lado da demanda, estimulam a produção de carros e o consumo de combustível com a redução do IPI (e, de quebra, ferrando com o nosso meio ambiente). Do lado da receita, represam e sufocam artificialmente os preços dos combustíveis.
Depois que o PT se aboletou no Planalto e nas estatais -- e especialmente na Petrobras, em que cedeu algum espaço para o PMDB, outro câncer da nossa política -- nossa conta petróleo se deteriorou rapidamente. Responsável por 80% do petróleo extraído pela Petrobras, a Bacia de Campos chegou ao seu pior nível de produção em cinco anos, como mostrou o Estado de S. Paulo (20/11). Só neste ano, a queda de produção de petróleo da Bacia de Campos já impôs à Petrobrás perda de receitas que podem chegar a R$ 7 bilhões. É o preço que a empresa e seus acionistas pagam porque, nos últimos anos, a manutenção das plataformas não foi feita de maneira adequada, o que exige, hoje, paradas mais longas do que as previstas dessas unidades. Isso, obviamente, afeta sua produção. São as consequências de um modelo de gestão da estatal que, desde a chegada do PT ao poder, atendeu aos interesses políticos do governo, deixando de lado decisões estratégicas essenciais e até mesmo o planejamento adequado de suas atividades no médio prazo.
Os compromissos da Petrobras, atuais e vindouros (pré-sal), estão simplesmente acima da capacidade financeira da empresa, o que a vem obrigando a vender ativos para fazer caixa. Para poder investir no pré-sal, por exemplo, ela fechará 38 empresas no exterior até 2015. Em agosto deste ano, a empresa anunciou a venda de US$ 2,1 bilhões de ativos em programa de desinvestimentos.
Como consequência natural dessa lambança toda, a Petrobras despencou e contaminou o Ibovespa nesta segunda-feira. As ações da empresa caíram ao seu menor nível desde 30 de agosto. O mercado se frustrou com o resultado da reunião do conselho de administração da empresa, na última sexta-feira. Não saiu o tão esperado mecanismo de ajuste de preços e, além disso, a alta anunciada para a gasolina e para o diesel ficou abaixo do esperado.
Só hoje, a Petrobras perdeu R$ 20 bi em valor de mercado. Até o início deste ano, ela havia perdido 40% de seu valor em 3 anos.
Contra números e fatos não há argumentos. Com Dilma NPS comandando a economia no andar de cima, e Guido Mantega no andar de baixo, qualquer coisa diferente de um desastre completo já será um milagre.
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