terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Desta vez o ministro Luiz Fux acertou na bola

[O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), cumpriu uma trajetória nada ortodoxa para entrar nesse tribunal e sua passagem por ele também tem tido seus momentos fora de esquadro, como por exemplo o fato dele ter aceitado a relatoria de um processo polêmico de um seu amigo advogado, a acusação de plágio num livro de que foi coautor e seu envolvimento pouco canônico para aumentar as chances de sua filha entrar para o TJ-RJ.  Não são flores que perfumam uma imagem. Mas, eis que de repente ele resolve enfrentar a esculhambação absurda das greves de servidores públicos neste país -- como nos relata a Folha de S. Paulo de ontem -- e aí ganha pontos, muitos pontos. O que, evidentemente, não o redime das mazelas apontadas acima. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta segunda-feira (2) que é "demagogia" e "desatino" permitir a greve de servidores públicos.


Em seminário sobre direito no Rio, ele criticou a Constituição de 1988 por ter aprovado o direito de greve para os funcionários dos Três Poderes.  "A Constituição Federal, a meu ver num rasgo demagógico, permitiu a greve dos servidores públicos", disse Fux. "A verdade é que a greve do servidor público não tem nenhuma eficácia. Ela só prejudica aqueles que dependem do serviço público", afirmou.

O ministro Luiz Fux afirma que é "desatino" permitir a greve de servidores públicos. - (Foto: Nelson Jr./STF).

O ministro criticou a greve dos professores no Rio e as manifestações de rua promovidas por funcionários das redes estadual e municipal. "Tudo o que (isso) consegue é facilitar a infiltração de black blocs e destruir a nossa belíssima cidade do Rio de Janeiro", disse.

Em outubro, Fux revogou o corte de ponto dos professores no Rio e promoveu reunião de conciliação entre o sindicato da categoria e representantes do Estado e da prefeitura.

O ministro do STF não quis falar sobre as prisões de réus condenados no processo do mensalão. Ele participou do seminário "Panorama atual da mediação e da arbitragem no Brasil", na sede da Associação Comercial do Rio.

[Greve de servidor público é por definição uma irresponsabilidade e uma excrescência, e como tal tem que ser tratada. Servidor público é, na sua grande maioria, um apaniguado respaldado por um emprego que lhe é para todos os efeitos vitalício, e que lhe dá subsistência seja ele expedito e eficiente, ou modorrento e coçador. Greve no Brasil, principalmente no serviço público de qualquer esfera, virou recurso de primeira e não de última instância. E, só excepcionalmente, não azucrina a vida da população, não rouba de crianças e adultos seu período escolar, não deixa a população sem transporte, sem segurança, sem polícia, sem bombeiro, sem atendimento médico, e não termina em baderna e vandalismo, com a destruição de patrimônios públicos. E esses safados, invariavelmente, ainda exigem receber os dias em que badernaram!

Está ainda por aparecer quem terá peito de enfrentar essa situação.  No final de 2011 as greves públicas -- especialmente entre policiais e bombeiros -- foram tantas, tão violentas e tão absurdas que Dilma NPS (Nosso Pinóquio de Saias) chegou a pensar em fazer uma lei de greve para o setor público mas, p'ra variar, ficou só na vontade. E, enquanto ninguém enquadra esses baderneiros de salário vitalício, o país sofre em todas as suas facetas.]



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