Um fenômeno político que vem varrendo o país há uma década, o NPA infelizmente resolveu se destacar pela absoluta falta de ética no exercício da política, pela torpeza na condução da coisa pública, pelo acobertamento escancarado e debochado de pilantras e malfeitores, pelo uso sistemático da mentira e da hipocrisia como norma de conduta. Apesar de estar na gênese dos piores escândalos da história da República -- do mensalão à história escabrosa de Rosemary Noronha -- o NPA conseguiu estabelecer no seu entorno uma rede de proteção inexpugnável, que o tem mantido longe dos tentáculos da justiça e da polícia, apesar de todas as evidências escancaradas e escandalosas contra ele.
Engana-se quem pensa que o NPA foi estragado pela política e pelo poder. Ambos apenas exacerbaram o que ele já tinha de ruim no DNA. Para ajudar a memória dos esquecidos, trago de volta a público dois momentos emblemáticos do mau caráter que é o NPA. O primeiro é o famoso vídeo em que ele agride com expressão de baixo calão a cidade de Pelotas e seus habitantes, e o faz com a fisionomia de quem acaba de dizer uma piadinha "esperta". O segundo vídeo, de uma entrevista de José Dirceu ao lado de Guido Mantega, ele é visto fazendo o que costuma fazer com perfeição: arrastando-se pela parede, para não ser flagrado junto às más companhias que sempre lhe foram diletas.
No segundo vídeo acima, observem que logo no comecinho o NPA, de camisa verde, se esgueira pela parede para não ser filmado. Observem também o estilão mafioso de José Dirceu na condução da conversa.
A ausência do NPA no banco dos réus do mensalão, ou mesmo como testemunha de qualquer dos lados, é um desses mistérios insondáveis que mancham até as togas dos ministros do STF. No escândalo de Rosemary, permanece também sem nenhuma explicação o fato da Polícia Federal não ter sequer esboçado quebrar o sigilo telefônico da pilantra apadrinhada do NPA -- embora esteja evidente que as conversinhas do NPA e de sua afilhada já devem ter sido ouvidas e reouvidas inúmeras vezes. E, certamente, não devem tratar do preço do chuchu na feira ...
Quem quiser conhecer a sequência cronológica dos escândalos da década petista, envolvendo o NPA e sua curriola, deve ler o livro "Década Perdida -- Dez anos de PT no poder", de Marco Antonio Villa (Editora Record, 2013).
A revista Veja que está nas bancas dá forte destaque ao livro "Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado", a ser lançado esta semana, de autoria do ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior. A denúncia mais suave contra o NPA no resumo feito pela revista é a de que ele foi informante do Dops na época da ditadura, quando o pai do autor do livro, o falecido senador Romeu Tuma, chefiava esse setor. Como tanto a revista como o autor do livro não são flores para se cheirar sem proteção, é bom aguardar a publicação do livro para ver a dimensão dos podres envolvendo os governos petistas, o NPA e o PT.
Mas, o destino dessas denúncias deve ser o mesmo das centenas de outras: a lata de lixo. Além da muralha de proteção que o cerca, o NPS é beneficiado pela famosa "inércia da justiça" -- se ninguém apresentar formalmente uma queixa ou denúncia contra ele, nossa justiça nem se coça. Um juíz pode até ver o vídeo de um estupro que não se mexerá, a menos que alguém o force a isso. Isso vale até para afrontas à Constituição e para os ministros do STF -- policiais militares e bombeiros estão carecas de violentar hiperbolicamente o Art. 142, § 3°, inciso IV da Constituição Federal, inclusive com vandalismo contra bens públicos, e o STF se fez e se faz de morto, apesar de ser o principal guardião da Carta Magna.
Salvo um tsunami ético e moral neste país, nosso destino é aturar mais um ano de cinismo, hipocrisia, maus exemplos, pilantragens e impunidade do NPA. Até quando?!
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