Três desses mundos novos são classificados como "super-Terras", o que significa que têm entre uma e dez vezes a massa da Terra. Se, como o nosso planeta, forem rochosos e tiverem atmosfera e lagos ou oceanos de água, é concebível que possam abrigar e sustentar vida.
Como a Gliese 667C faz parte de um sistema triplice, quem estiver em uma das estrelas verá suas duas companheiras como estrelas diurnas muito brilhantes. À noite, elas brilharão tão intensamente como uma lua cheia na Terra.
Estudos anteriores haviam identificado três planetas orbitando a estrela, incluindo um na zona habitável. Os demais planetas foram descobertos quando astrônomos reexaminaram dados anteriores, e fizeram novas observações com uma variedade de telescópios.
O cientista-chefe, Dr. Guilhem Anglada-Escuda, da Universidade de Gottingen na Alemanha, disse: "Havíamos identificado antes três sinais fortes na estrela, mas era possível que planetas menores estivessem escondidos entre os dados. Reexaminamos os dados existentes, acrescentamos algumas observações recentes e utilizamos dois métodos de análise diferentes feitos especialmente para lidar com a detecção de sinais multiplanetários. Ambos os métodos conduziram ao mesmo resultado: há cinco sinais muito seguros, certos, e até sete planetas de massa baixa em órbitas de curto período à volta da estrela".
A Gliese 667C é menor, menos brilhante e mais fria que o Sol, tendo pouco mais de um terço de sua massa. Como consequência, sua zona habitável -- onde as condições são tépidas mas não escaldantemente quentes -- é relativamente próxima. Isso é útil para os astrônomos, porque as limitações da tecnologia disponível tornam difícil detetar planetas menores semelhantes à Terra em órbitas mais distantes.
Os astrônomos acreditam que a zona habitável da estrela está lotada -- não há mais órbitas estáveis e de longa existência disponíveis dentro dela, que possam conter outros planetas.
Se a Terra orbitasse o Sol à mesma distância, ela seria excessivamente quente para abrigar vida. Mas, condições muito mais amenas podem existir em planetas que circulam à volta de estrelas mais escuras e frias como a Gliese 667C.
Como as estrelas de massa baixa compõem cerca de 80% das estrelas da nossa galáxia, a Via Láctea, os astrônomos têm esperança de que elas possam permitir uma colheita rica de outros planetas potencialmente habitáveis e de órbitas próximas. "O número de planetas potencialmente habitáveis em nossa galáxia será muito maior, se pudermos esperar encontrar vários deles orbitando cada estrela de massa baixa", disse o co-pesquisador Dr. Rory Barnes, da Universidade de Washington (EUA). "Em vez de examinar 10 estrelas para buscar um único planeta potencialmente habitável, agora sabemos que podemos examinar apenas uma estrela e encontrar vários desses planetas".
As descobertas, liberadas pelo Observatório do Sul Europeu, estão previstas para serem publicadas na revista Astronomy and Astrophysics. Embora os planetas sejam demasiados pequenos para serem vistos com um telescópio, eles podem ser detetados buscando-se o efeito de sua gravidade sobre a estrela. O "puxão" gravitacional de um planeta em órbita faz uma estrela "oscilar", o que, por sua vez, provoca uma flutuação no comprimento de onda de sua luz. Medindo essa minúsculas alterações os astrônomos podem calcular a órbita e a massa do planeta.
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