Há gente que mesmo com tempo p'ra pensar faz besteira, de afogadilho então suas lambanças são hiperbólicas -- este é o caso típico, específico, inequívoco e cristalino da nossa doce e terna Dona Dilma, nossa Dama de Ferrugem. Política e civicamente cega, surda e muda, levou duas semanas para ouvir o rugido das massas humanas que foram às ruas pacificamente -- salvo lamentáveis exceções -- contra uma enormidade de problemas que afligem diretamente a vida e a economia do povo e do país, todos eles com origem ou raiz, ou ambos, nos 10 anos de governo petista do qual nossa sempre sorridente ex-guerrilheira tem sido personagem de proa. A esmagadoria maioria desses problemas tem as 39 impressões digitais conjuntas do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) e dela.
Nossa economista de formação e péssima aprendiz de político, sentindo-se acuada -- o que para ela é inadmissível -- saiu-se com um monstrengo de ideia de convocar uma Constituinte para fazer a reforma política, fingindo esquecer que isso cria bolor há anos no Congresso Nacional, com o apoio ostensivo do PT e do PMDB, os dois principais partidos de apoio do governo. Em menos de 24 h, massacrada por juristas e políticos, teve que reconhecer que fizera mais uma besteira na vida e voltou atrás, desistindo da Constituinte.
Acontece que a Natureza nos é profundamente ingrata, dotando de fecundidade ilimitada criaturas que deveriam ser interditadas, autorizando-se-lhes no máximo ficar numa cadeira de balanço, sem nada por perto. Assim foi com nossa Dama de Ferrugem. Abortado o primeiro rato, saiu-se imediatamente com um segundo, o tal do plebiscito. Nossa doce ex-guerrilheira não concebe a ideia de ser derrotada ou perder a iniciativa do que quer que seja. Do alto de sua autocracia, de seu autoritarismo absurdo e desmedido, nossa democrata de araque decidiu jogar o país na aventura de um plebiscito. Se lhe pedirem para definir essa consulta popular e delinear-lhe o conteúdo, nossa supersimpática presidente terá no mínimo duas reações: a primeira, de quase pular na jugular do questionante por desaforado, a segunda de ficar mareada com o completo bloqueio de seu raciocínio, já que não tem a menor ideia do conteúdo desse plebiscito e muito menos do que poderá dele resultar.
O plebiscito é dessas aberrações que trazem, indelével e ostensivo, o DNA de sua genitora. Não tem absolutamente nada que o recomende e justifique. Não tem pé nem cabeça, seu timing e o prazo para sua conclusão -- 3 de outubro vindouro -- são irreais e injustificáveis, e seu custo será gigantesco para um resultado que só Deus sabe que validade e utilidade terá. O que, exatamente, se vai perguntar nessa consulta? Quem definirá seu conteúdo, de modo a lhe garantir um mínimo de correção e honestidade? Quem garante que o povo estará devidamente orientado sobre a variedade e a complexidade das múltiplas opções de reformas políticas possíveis ou disponíveis, de modo a transmitir um mínimo de confiabilidade ao resultado? Brinca com fogo quem diz que o plebiscito objetiva "traçar diretrizes, um norte" para o Congresso gerar a reforma. Logo esse Congresso, contra o qual as multidões têm mostrado repúdio nas ruas?! Um Congresso que está sentado sobre esse tema há pelo menos uma década? Esse Congresso que compartilha com o Palácio do Planalto um gigantesco, público, imundo e insensível balcão de negociatas de todos os tipos e gêneros, se lixando para a opinião pública? Essa porcaria que nos custa caro, muito caro?!
Ratos são animaizinhos simpáticos, mas extremamente nocivos à saúde física, mental e cívica de quem com eles convive. Para desgraça nossa, é a população que mais tem crescido em Brasília nos último 10 anos.
Esses dois ratinhos têm um objetivo imediato: o de fazer calar a "odienta" opinião pública, por motivos óbvios. Esses ratinhos visam fingir que há sensibilidade do governo com relação ao que é pleiteado. Depois... é só esticar o silêncio popular com um conjunto de ações difusas que não produzam quaisquer resultados.
ResponderExcluirFalta ainda criar um "grupo de trabalhos". Lembro que o camelo nada mais é do que um cavalo criado por um "grupo de trabalhos".