O sétimo continente
Hugo Jalinière -- Sciences et Avenir, junho de 2013, pág. 85
Um ano após uma tentativa abortada, uma expedição patrocinada pelo Cnes, a agência espacial francesa, e dirigida pelo explorador guianense Patrick Deixonne, deveria partir novamente no final de maio para abordar o "sétimo continente", essa gigantesca placa de dejetos plásticos suposta flutuar sobre o Oceano Pacífico [o conceito de continentes já não se restringe mais aos clássicos cinco continentes de outrora, comportando diferentes concepções e variando de quatro a sete continentes, conforme representação abaixo retirada da Wikipédia (clique na imagem para ampliá-la].
Esses detritos de plástico se aglutinam no ponto de encontro das correntes marinhas, que giram à volta de si mesmas sob o efeito da rotação da Terra e formam um imenso vórtice chamado "giro". No total, milhões de toneladas de dejetos procedentes das costas litorâneas e dos rios flutuam nos cinco principais giros distribuídos por todos os oceanos, com a força centrípeta aspirando lentamente os detritos para o centro de cada giro.
O giro do Pacífico Norte, entre a Califórnia e o Havaí, é um dos mais importantes, com uma superfície de cerca de 3,4 milhões de km² [40% da área do Brasil]. Mas, essa "sopa" é constituída essencialmente de microdejetos decompostos, mantidos em suspensão sobre a água, às vezes em camadas de 30 m de altura. Muito dificilmente detetável por satélites, essa poluição só é visível quando observada a partir de navios e barcos. Um captador [o termo francês -- "capteur"-- é aplicado a dispositivo para absorver a energia solar, ou ser por ela ativado] idealizado por alunos do curso de engenharia do Icam [sigla francesa do Instituto Católico de Artes e Ofícios] será testado [na missão de Patrick Deixonne citada acima], o que deverá permitir distinguir na água o que é plástico e o que é plâncton, possibilitando cartografar as zonas poluídas com base nas imagens via satélite, o que seria um fato inédito no mundo.
[Fotos de poluição marinha (clique nas imagens para ampliá-las):
Fonte: Google.]
"-- e as reações das autoridades e do público em geral lhes são inversamente proporcionais.]"
ResponderExcluirEssa é que é a verdade! E os economistas céticos (só os céticos) se enquadram tanto no público como nas autoridades. A eles pouco interessa se o planeta se degrada progressivamente. Mais vale (e unicamente) que o PIB cresça, custe o que custar). Um legado de dejetos, para as próximas gerações, é plenamente aceitável.
Se existe...não sei, se funciona...não sei, mas o tema "Preservação do Planeta" tem que fazer parte das agendas dos dirigentes dos países,através da ONU.
ResponderExcluirComo meros e mortais habitantes, precisamos fazer o nosso papel de divulgar e estimular as mudanças necessárias.
Com relação às mudanças legítimas (na sua maioria de fundo/causa econômicas)que a humanidade já realizou, onde piorou para poder mudar, temo que esta ordem não funcione com a natureza, pois poderá ser tarde demais.
Luiz Cláudio