O Brasil já tem o domínio de todas as etapas de produção da vacina
contra o vírus da gripe influenza (H1N1). O anúncio será feito hoje, em
Brasília, pelo ministro Alexandre Padilha, da Saúde.
O Instituto Butantan, responsável pelas vacinas brasileiras, chegou a
produzir 6,5 milhões de doses aplicadas na campanha de imunização deste
ano no país, ou 15% do total. Nos últimos anos, o laboratório francês
Sanofi Pasteur transferiu a tecnologia que tornou possível a fabricação. A previsão é que, em 2015, o Butantan consiga produzir o suficiente para
abastecer toda a demanda nacional. O país hoje fabrica 21 vacinas, ou
94% do total usado no Brasil. [A Sanofi Pasteur, divisão vacinas do grupo Sanofi-Aventis, é a maior empresa mundial totalmente dedicada a vacinas para uso humano.]
A Gripe H1N1
Dr. Drauzio Varella
A gripe H1N1, ou influenza A, é provocada pelo vírus H1N1 da
influenza do tipo A. Ele é resultado da combinação de segmentos
genéticos do vírus humano da gripe, do vírus da gripe aviária e do vírus
da gripe suína, que infectaram porcos simultaneamente.
O período de incubação varia de 3 a 5 dias. A transmissão pode
ocorrer antes de aparecerem os sintomas. Ela se dá pelo contato direto
com os animais ou com objetos contaminados e de pessoa para pessoa, por
via aérea ou por meio de partículas de saliva e de secreções das vias
respiratórias. Experiências recentes indicam que esse vírus não é tão
agressivo quanto se imaginava.
Segundo a OMS e o CDC (Center for Deseases Control), um centro de
controle de enfermidades, nos Estados Unidos, não há risco de esse vírus
ser transmitido através da ingestão de carne de porco, porque ele será
eliminado durante o cozimento em temperatura elevada (71º Celsius).
Sintomas
Os sintomas da gripe H1N1 são semelhantes aos causados pelos vírus de
outras gripes. No entanto, requer cuidados especiais a pessoa que
apresentar febre alta, acima de 38º, 39º, de início repentino, dor
muscular, de cabeça, de garganta e nas articulações, irritação nos
olhos, tosse, coriza, cansaço e inapetência. Em alguns casos, também
podem ocorrer vômitos e diarreia.
Diagnóstico
Existem testes laboratoriais rápidos que revelam se a pessoa foi
infectada por algum vírus da gripe. No caso do H1N1, como se trata de
uma cepa nova, o resultado demora aproximadamente 15 dias. No entanto,
nos Estados Unidos, já foram desenvolvidos “kits” para diagnóstico, que
aceleram o processo de identificação do H1N1.
Vacina
A vacina contra a influenza tipo A é feita com o vírus (H1N1) da doença
inativo e fracionado. Os efeitos colaterais são insignificantes se
comparados com os benefícios quepode trazer na prevenção de uma doença
sujeita a complicaçõesgraves em muitos casos.
Existe ainda uma vacina com ação trivalente, pois imuniza contra o H1N1e o H3N2 da influenza A e contra o da influenza B.
É bom lembrar que avacina contra gripe sazonal que está sendo
distribuída atualmente no Brasil foi preparada a partir de uma seleção
de subtipos de vírus que representavam ameaça antes de aparecer o H1N1,
uma variante nova de vírus influenza tipo A.
Tratamento
É de extrema importância evitar a automedicação. O uso dos remédios sem
orientação médica pode facilitar o aparecimento de cepas resistentes à
medicação Os princípios ativos fosfato de oseltamivir e zanamivir,
presentes em alguns antigripais (Tamiflu e Relenza) e já utilizados no
tratamento da gripe aviária, têm-se mostrado eficazes contra o vírus
H1N1, especialmente se ministrados nas primeiras 48 horas, que se seguem
ao aparecimento dos sintomas.
Recomendações
Para proteger-se contra a infecção ou evitar a transmissão do vírus, o Center for Disease Control (CDC) [dos EUA] recomenda:
* Lavar frequentemente as mãos com bastante água e sabão ou desinfetá-las com produtos à base de álcool;
* Jogar fora os lenços descartáveis usados para cobrir a boca e o nariz, ao tossir ou espirrar;
* Evitar aglomerações e o contato com pessoas doentes;
* Não levar as mãos aos olhos, boca ou nariz depois de ter tocado em objetos de uso coletivo;
* Não compartilhar copos, talheres ou objetos de uso pessoal;
* Suspender, na medida do possível, as viagens para os lugares onde haja casos da doença;
* Procurar assistência médica se surgirem sintomas que possam ser confundidos com os da infecção pelo vírus da influenza tipo A.
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