[Eis aí um ótimo efeito colateral das privatizações dos aeroportos: elas abrirão um rombo nos cofres da Infraero, como noticia hoje o jornal Valor Econômico. Quem sabe assim ela fecha de vez e a gente fica livre desse cabide de empregos superineficiente?!]
A privatização do Galeão, no Rio, e de Confins, em Belo Horizonte,
deverá abrir um rombo nos cofres da Infraero. Para compensar essas
perdas, o presidente da estatal, Gustavo do Vale, definiu um arsenal de
medidas, entre elas a renegociação de contratos com prestadores de
serviços e um plano de demissões voluntárias para 2,9 mil empregados.
De janeiro a abril de 2012, quando nenhum grande aeroporto havia sido
concedido à iniciativa privada, a Infraero teve lucro operacional de R$
375 milhões. No primeiro quadrimestre de 2013, com três aeroportos já
privatizados - Guarulhos, Viracopos e Brasília -, o lucro caiu para R$
65 milhões. Sem Galeão e Confins, segundo Vale, esse resultado teria
virado um prejuízo de R$ 60 milhões.
O momento mais crítico, para as contas da Infraero, será a partir do fim
de 2014, quando se dará a efetiva transferência do total das operações
para os grupos privados ganhadores dos leilões. Nesse momento, as
receitas do Galeão e de Confins deixarão de ir para o caixa da estatal
e, por outro lado, os três primeiros aeroportos privatizados ainda não
estarão rendendo dividendos aos seus acionistas - a Infraero preserva
49%.
Guarulhos, Viracopos e Brasília correspondiam a 36% das receitas da
Infraero. Galeão e Confins significam 23% de toda a arrecadação que
restou. A Infraero terá, segundo Vale, "um período de vacas magras" e
poderá apresentar prejuízo já em 2013, ficando mais dependente de
aportes do Tesouro.
"Sabíamos que viria um período de vacas magras pela frente", reconhece
Vale. Segundo ele, é "possível" que a Infraero tenha prejuízo
operacional já em 2013, mas lucros acumulados nos exercícios anteriores
"dão sustentação" ao custeio da estatal nos próximos anos. A tendência
da estatal é ficar mais dependente de aportes do Tesouro [ou seja, do nosso suado dinheirinho!]. O último
aporte, no valor de R$ 300 milhões, saiu no dia 11 deste mês. Todo o
dinheiro vai para a integralização do capital das sociedades de
propósito específico (SPEs) que detêm as concessões dos aeroportos.
O Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), de acordo com ele, financiará
os investimentos nas instalações mantidas pela Infraero. Vale diz ter a
garantia do Palácio do Planalto de que as obras nos aeroportos mantidos
com a empresa ficarão livres de contingenciamento. "Não está faltando
absolutamente nada. Não teremos mais recursos próprios para fazer
investimentos, mas os recursos virão do FNAC".
Os grupos privados que pretendem disputar o Galeão, segundo estimativas,
terão de fazer investimento mínimo na obra em torno de R$ 1,5 bilhão. O
que realmente preocupa os investidores é o preço de realocar os
moradores das comunidades de Tubiacanga e de Vila Royal, na Ilha do
Governador, para construir a terceira pista do aeroporto. Todo o
processo de reassentamento dos moradores ficará como responsabilidade da
futura concessionária do Galeão. Em Tubiacanga, com 800 famílias o
gasto previsto é de R$ 75 milhões. Na Vila Royal, o reassentamento de
2,3 mil famílias custará R$ 234 milhões.
Principais projetos em execução pela Infraero (clique na imagem para ampliá-la) - (Fonte: Valor Econômico).
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