Ontem, nossa Dama de Ferrugem gastou nosso tempo e nosso dinheiro para não dizer nada que prestasse. Dona Dilma mostrou novamente que sua cultura política e cívica é como estrume de vaca: cobre uma área enorme, mas tem pouca profundidade. Só que o estrume da vaca serve de adubo e biocombustível, já o papo da madame ...
Vejamos suas propostas:
- Convocação de Constituinte para realização de reforma política -- Sem me envolver nas firulas constitucionais da proposta, já que há gente suficiente com e sem toga para discutir isso, acho essa nitidamente uma jogada escapista de quem só quer tumultuar o cenário e ganhar tempo. Estou com Carlos Veloso, ex-ministro do STF, que disse que isso "não passa de uma medida para enganar a população. Não seria necessária Constituinte para fazer reforma política". P'ra começar, pensar em Constituinte em ano eleitoral só pode sair da cabeça de quem quer bagunçar o coreto. Segundo, reformar exatamente o quê e como? Qual é exatamente a pauta e quem a define -- o Executivo apenas?! Dos 30 partidos oficializados no Brasil, o governo detém 22 em sua base de coalizão, ou seja 73,3% da força partidária do país. Os 22 partidos da base aliada (PT, PMDB, PC do B, PRB, PSB, PR, PTB, PV, PDT, PP PDB, PT do B, PRTB, PRP, PMN, PHS, PTN, PSC, PTC, PSD, PSDC e PSL) detêm a maior parte das prefeituras do país. Com Dilma, o PT já acumulou 10 anos no poder e tem pelo menos mais dois pela frente. É facílimo entender porque não se fez nem se faz reforma política e um monte de outras coisas importantes para nosso povo. É só perguntar a qualquer manifestante nas ruas. -- A ideia de convocar uma Constituinte nasceu e se cristalizou exclusivamente dentro do Palácio do Planalto (e, obviamente, com os 19 dedos de mais "alguém"), sem a participação de ninguém do Congresso. Esse é o perfil de quem preside o Brasil e diz ter lutado por uma democracia em nosso país. Recentemente, Dona Dilma criou seu 39˚ministério, o que dá uma média de 1,3 ministério por partido em geral ou 1,77 ministério por partido aliado -- na média ponderada, o PT certamente leva a melhor (para ele, pior para nós).
- Responsabilidade fiscal ("manter os gastos públicos sob controle, para assegurar a estabilidade econômica") -- Esta proposta é de um cinismo e de uma hipocrisia repugnantes! Nossa Dama de Ferrugem tem zero de moral para falar nisso. Seu governo tem se revelado um irresponsável maquiador de contas públicas, a ponto de levar publicamente um puxão de orelha do FMI por causa disso (ver também postagem de fevereiro de 2013). Ela usa o dinheiro público como bem entende, como se fosse seu -- basta ver o envolvimento do BNDES e da Caixa com as empresas de Eike Batista e sua determinação para que a Petrobras se envolva no salvamento da OGX, do mesmo Eike. Aliás, o uso do dinheiro público com as empresas de Eike no governo Dilma é caso de polícia. A desoneração fiscal prevista para 2013 e 2014 supera os R$ 52 bilhões, beneficiando setores da indústria escolhidos a dedo por Dona Dilma -- com destaque absoluto para a indústria automobilística -- enquanto setores vitais da economia como infraestrutura, educação, saúde, saneamento e segurança não tiveram nem têm o mesmo tratamento privilegiado. O PAC, além de um blefe, revelou-se um enorme ralo do dinheiro público e uma prova inequívoca da incompetência da Dama de Ferrugem como gestora. Seu governo estimulou ao máximo a compra de carros e se lixou para a infraestrutura de transportes. O TCU denunciou que o governo é perdulário na compra de passagens aéreas. Como a lista é enorme, encerro lembrando que o NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) e Dona Dilma criaram dez estatais, quatro das quais (40%) só no governo Dilma -- essa é a responsabilidade fiscal real da nossa Dama de Ferrugem. Não pode falar em responsabilidade fiscal e controle de gastos públicos quem viaja para o exterior e esbanja o dinheiro público em acomodações luxuosas em hotéis caríssimos e comitivas exageradas, como ocorreu em Roma e na África do Sul.
- Mobilidade urbana ("ampliar desonerações da União para óleo diesel e prover mais R$ 50 bi para obras, com prioridade para metrôs") -- Essa é mais uma prova inequívoca da administração por eructação da Dama de Ferrugem. Primeiro, ela entope as ruas de carros com subsídios à indústria automobilística e à compra desses veículos, sem ligar a mínima para os problemas que isso acrescenta ao transporte urbano. Depois, premida pelo rugido das ruas, resolve adotar alguma solução tomada meio que na região onde se localiza o fêmur. E, como o cobertor brasileiro é curto (e o do petismo além de curto é enviesado), a desoneração do diesel vai pesar no nosso bolso (via Tesouro Nacional) e no da Petrobras. Também nesse setor, a década petista é uma década perdida.
- Saúde ("contratação de médicos estrangeiros, construção de hospitais e unidades de saúde básica, abertura de 11,4 mil novas vagas para cursos de graduação de médicos e mais de 12,4 mil para médicos residentes") -- Nada disso é para curto ou médio prazo, a menos que se considere que meia-sola é solução. Além disso, a importação de médicos portugueses e/ou espanhóis, descontando as questões corporativas, é de resultado duvidoso tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. Como a democracia da Dona Dilma é autocrática, ela não leu Mané Garrincha e não combinou com o matuto brasileiro no interiorzão do país como é que ele vai se explicar com esses médicos na hora das consultas -- seria cômico, se não fosse trágico. Como economista de formação, nossa Dama de Ferrugem deveria entender de vetores, pelo menos no lato sensu. Se não entende de vetores, deveria ter então uma certa noção de lógica para saber que não há efeito sem causa. Do alto nanomicrométrico de sua competência, nossa doce ex-guerrilheira vê a saúde pública com a mesma ótica do Bolsa Família. Do mesmo modo que comemora quando cresce este programa (quando deveria sentar no meio-fio do Planalto e chorar copiosamente), ela não se importa que o número de doentes cresça desde que haja médicos e hospitais para acolhê-los. É mais uma burrice da madame. O saneamento básico, por exemplo (só para citar um exemplo), cuja falta é um dos principais focos de doenças neste Brasil, nem sequer consta da agenda emergencial da nossa supersimpática presidente.
- Educação ["repassar 100% dos royalties do petróleo e 50% dos do pré-sal (União, estados e município)"] -- Mais um cinismo irritante da doce ex-guerrilheira. Para se ter uma ideia da importância da educação no governo dela, basta atentar para alguns fatos emblemáticos de seu governo: i) seus ministros da Educação: Fernando Haddad (parte da herança que chama de "bendita", recebida do NPA) e Aloizio Mercadante, dois incompetentes de gestões ôcas; - ii) ler o artigo "Um almoço para Einstein", do Prof. Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe-Ufrj; - iii) tomar ciência de que o Brasil ficou em penúltimo lugar no ranking global de educação feito em 2012; - iv) o Brasil terá de alfabetizar 3,5 milhões de adultos até 2015 para cumprir meta da ONU; - v) assim que assumiu o governo, em janeiro de 2011, Dona Dilma cortou R$ 3,1 bilhões da Educação, no bojo do corte linear de R$ 50 bi no orçamento do governo -- seis meses depois, em julho/2011, ela anuncia a disposição de injetar, via BNDES, R$ 4 bi no grupo Pão de Açúcar, evidenciando que para ela secos & molhados são mais importantes que a educação; - vi) quando o Plano Nacional de Educação de 2012 propôs destinar 10% do PIB para a Educação, o insuperável ministro da Fazenda de Dilma, Guido Mantega, disse que isso "quebraria o Estado".
- Corrupção ("propor nova legislação para qualificar a corrupção como crime hediondo") -- O problema da corrupção no Brasil não precisa de adjetivação nem de enquadramento legal especiais para ser resolvido, basta cumprir a legislação já existente e Dona Dilma está careca de saber disso. De corrupção, ela, o NPA e o PT sabem de sobra, por ação e/ou omissão. A corrupção tem grassado solta na década petista, e o que nossa Dama de Ferrugem tem feito na realidade é varrê-la p'ra debaixo do tapete -- corre o boato de que já quase impossível andar no gabinete da Presidência em Brasília, tantos são os calombos de corrupção no piso atapetado. A pocilga da corrupção brasileira é um arco da nossa sociedade, nela há representantes de todos os poderes constituídos -- e dos não constituídos também. -- Não pode posar de moralista anticorrupção quem montou um balcão fisiológico no Planalto pela reeleição, onde se é capaz de negociar qualquer coisa imaginável; quem blinda um ministro (Fernando Pimentel) contra a apuração de denúncias de corrupção e tráfico de influência; quem exonera um ministro (Carlos Lupi) por corrupção mas o mantém como conselheiro do BNDES e, depois, negocia com ele a indicação de gente do PDT para o governo; quem afrouxa a mão e baixa a cabeça para negociar com o indiciado Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara, a MP dos Portos (ou "MP dos Porcos" segundo o deputado Garotinho, especialista em pocilgas). Além de péssima gestora, nossa Dama de Ferrugem é uma atriz insuportavelmente ruim.
- PS -- Vou parar por aqui, antes que morramos todos afogados em bílis. Mas, só para fechar com chave marrom esse conto de terror, um lembrete: não soa estranho falar de combate à corrupção um governo que tem como um dos principais pilares de sua "base aliada" um partido chamado PMDB, que hoje domina o Congresso Nacional com os Três Mosqueteiros do mal (Renan Calheiros, Henrique Alves e Eduardo Cunha)?
Difícil mesmo, imaginar um pronunciamento mais desastrado, desatroso, amador, pueril, piegas. Lembrei-me bem do bloco de carnaval "Que COISA é essa?" ENGODO!
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