A desvalorização do real deve fazer estragos no balanço da Petrobras.
Com o dólar cotado a R$ 2,20, o impacto no lucro do segundo trimestre
ficará perto de R$ 6,6 bilhões, segundo cálculo do Itaú BBA. Os
analistas Paula Kovarsky e Diego Mendes estimam que se o dólar fechar
junho a R$ 2,30 a Petrobras deverá ter prejuízo no segundo trimestre,
assim como ocorreu em igual período do ano passado. O impacto maior será
na dívida em moeda estrangeira da empresa, que será corrigida pela
cotação do dólar no último dia do mês - data de encerramento do
trimestre.
Além desse problema, com o dólar a R$ 2,30, estima-se que a defasagem de
preço da gasolina e do diesel chegue a 30%, criando nova pressão sobre o
governo para um aumento dos combustíveis, tema incendiário para a
inflação. Esse cenário está perto de se tornar realidade, já que ontem o
dólar fechou cotado a R$ 2,258, com alta de 1,71%.
Tanto o Itaú BBA quanto o Deutsche Bank consideram que o impacto do
câmbio para a Petrobras do ponto de vista operacional é reduzido. Embora
a empresa tenha cerca de 40% da receita travada em reais com a venda de
gasolina e diesel, outros 60% estão expostas a um ganho com o dólar
mais caro. Do lado dos gastos, a importação de combustíveis, paga em
dólar, tem peso de 30% no total.
O efeito da variação cambial na dívida não representa desembolso
imediato de caixa da Petrobras, mas afeta o resultado líquido da
companhia e pode influenciar negativamente a distribuição de dividendos.
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