As viagens do NPA (clique na imagem para ampliá-la) - (Ilustração: Editoria de Arte/Folhapress). -- Pergunta inocente: Rosemary Noronha "secretariou" o NPA nessas viagens?...
Hoje, a Folha acrescenta que o governo também andou gastando com essas viagens do NPA -- aí, já se caracteriza um abuso. Gastar dinheiro do contribuinte com viagem de caixeiro-viajante de empreiteira é inadmissível.
Apesar da minha extrema, explícita, vitalícia e irremediável aversão ao NPA, não vejo nada de mais em que ele use seu inegável prestígio externo para fazer marketing e proselitismo para empreiteiras brasileiras, desde que isso se faça com absoluta e total transparência e sem qualquer participação financeira do governo. O diabo é que o NPA tem alergia incurável à palavra "ética" e ao seu conteúdo. O relato abaixo é retirado integralmente da reportagem de hoje da Folha, exceto pela inclusão da sigla "NPA", que é de minha responsabilidade.]
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Em parte dessas viagens privadas, o NPA recebeu apoio de embaixadas, por meio de
funcionários locais ou diplomatas enviados do Brasil para acompanhá-lo.
Há também pagamento de almoços e aluguéis de material para a comitiva.
Segundo advogados e procuradores da República, gastos não previstos na
legislação podem gerar ações para ressarcir os cofres públicos.
A lei que trata dos direitos de ex-presidentes não prevê apoio
diferenciado no exterior -- como no Brasil, são previstos oito assessores
pagos pelo governo, como seguranças e motoristas. Mas a tradição
diplomática costuma considerar isso uma cortesia.
Em algumas viagens do NPA ao exterior, o Itamaraty designou diplomatas do alto escalão para acompanhá-lo.
Foi o que ocorreu em viagem do NPA a Moçambique e África do Sul, em
2012, quando o embaixador Paulo Cordeiro, subsecretário-geral para
África e Oriente Médio, foi o encarregado da tarefa. O deslocamento do NPA foi bancado pela Camargo Corrêa. De acordo com
documento da embaixada, o NPA ajudou as empreiteiras ao "associar seu
prestígio" a elas. [Pergunta inocente: quem bancou as despesas do embaixador?]. Além disso, o embaixador brasileiro em Pretória solicitou recursos para
enviar um diplomata e uma auxiliar administrativa para a vila onde o NPA
teria encontro com o ex-presidente Nelson Mandela.
O encontro foi cancelado devido à saúde debilitada do sul-africano, mas o
custo com passagens da auxiliar administrativa (US$ 586,71) foi
desembolsado. O cancelamento do encontro ocorreu após a funcionária
embarcar.
Em outras ocasiões, os diplomatas pedem recursos para participar dos
eventos privados de Lula. Em agosto de 2011, o embaixador brasileiro em
La Paz, Marcel Biato, solicitou "passagens aéreas e diárias
correspondentes" para acompanhar evento do NPA, patrocinado pela OAS,
em Santa Cruz de La Sierra.
Há também casos de gastos com aluguéis e alimentação. Em 15 de março de
2011, a Embaixada do Brasil em Doha (Qatar) solicitou que o Itamaraty
liberasse US$ 330,58 para pagar pelo aluguel de um computador e uma
impressora no "aposento do ex-presidente Lula, no Sheraton Hotel". A
viagem era privada, para participar de fórum da rede de TV Al Jazeera.
Três dias antes, a embaixada havia solicitado outros US$ 685,95 para
"quitar gastos extraordinários com cerimonial": um almoço no Nobles
Restaurante, um dos mais badalados do país, para o NPA e acompanhantes. [Mais uma vez, dinheiro nosso custeando as farrinhas e mordomias do NPA!]. "A verba atual é suficiente apenas para pagar as despesas ordinárias e
recorrentes do posto", escreveu a Brasília o embaixador Anuar Nahes,
hoje titular em Bagdá.
Meses antes, as embaixadas haviam recebido ordem para cortar gastos, no começo da gestão Dilma Rousseff [nossa doce ex-guerrilheira e seu moralismo de fachada].
Alguns postos solicitam o pagamento de horas extras para funcionários devido à agenda do NPA no país. É o caso da Embaixada na Polônia, que pediu pagamento adicional ao motorista do posto em setembro de 2011.
O funcionário levou o embaixador Carlos Magalhães de Varsóvia a Gdansk, onde o NPA receberia um prêmio.
Despesas públicas com viagens privadas do NPA, após ele ter deixado o poder (clique na imagem para ampliá-la) - (Ilustração: Editoria de Arte/Folhapress).
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