Chris Huhne era um político de destaque do Partido Democrata Liberal no Parlamento inglês de 2005 a 2013 e, como resultado das eleições gerais de 2010, foi nomeado Ministro de Estado de Energia e Mudanças Climáticas no governo de coalizão então formado, ocupando o cargo de 12 de maio de 2010 a 5 de fevereiro de 2012. Há 10 anos atrás -- é isto mesmo, há 10 anos atrás -- ele foi apanhado dirigindo a 69 mph numa zona em que o limite de velocidade era de 50 mph. Para evitar que ele perdesse a carteira de motorista sua mulher, a destacada economista Vicky Price , assumiu a responsabilidade pela infração.
A coisa teria ficado nisso, se o Sr. Huhne em 2010 não resolvesse trocar a mulher por outra -- como já disse em outra postagem, nada mais certeiro para derrubar pilantragens do que delação de mulher contrariada e/ou traída (não importa se parenta, esposa ou concubina). A Sra. Vicky resolveu então contar o que realmente ocorrera há 10 anos atrás, a polícia se envolveu na história, Chris Huhne (que é advogado de renome) deu inúmeras pistas falsas para enganar os policiais, a Dª Vicky tentou mudar a história dizendo que havia sido coagida pelo marido, sua farsa foi desmascarada e ela e o marido foram condenados a 8 meses de prisão em regime fechado (já estão cumprindo suas penas). O Sr. Huhne tem ainda de pagar mais de ₤ 110.000 (cerca de R$ 330.000) pelos custos ampliados das investigações devido às suas mentiras para a polícia. Quem quiser ler as palavras duras do juiz Justice Sweeney dirigidas aos dois réus é só acessar a reportagem do The Daily Telegraph no link indicado no início desta postagem.
Mudemos agora de cenário e focalizemos o palco brasileiro, onde centenas de políticos -- de presidente da República a ministros de Estado -- cometem barbaridades ao volante na direção do país e de suas pastas, e absolutamente nada lhes acontece. Vejamos alguns exemplos emblemáticos e gritantes:
- o NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) esteve ao volante do país durante 8 anos, deixou um bando de motoristas mensaleiros pintar e bordar em termos de corrupção debaixo de seu nariz e de sua barba, esses subalternos foram condenados e ele continua fora do banco dos réus;
- o mesmíssimo NPA, ainda e sempre ao volante do país, nomeou uma amiguinha íntima de anos, Rosemary Noronha, sua parceira de cabine privativa em viagens internacionais quando Dª Marisa não estava na comitiva, para chefiar o escritório da Presidência da República em S. Paulo. A Dª Rosemary também pintou e bordou no cargo, usando de sua intimidade com o NPA, a Polícia Federal abriu um processo contra ela mas as conversas pelo telefone, ao pé do ouvido, entre ela e o NPA continuam um mistério, e o motorista-mor do país e do PT continua lépido e fagueiro, fazendo misérias ao volante e ultrapassando todos os limites da ética e da decência sem o menor risco de punição.
- Em 2011 o país trocou de motorista, assumindo o volante da nação nossa terna e carinhosa ex-guerrilheira Dª Dilma -- obra e cria do NPA -- que teve que mandar embora de seu ministério (graças à mídia) um bando de motoristas corruptos nomeados e acobertados pelo NPA. O problema é que essa nova motorista faz jogo duplo e usa de critérios de moralidade extremamente "flexíveis", contraditórios e incompreensíveis -- um dos motoristas pilantras que defenestrou, por corrupto, o Sr. Carlos Lupi, foi por ela mantido como o conselheiro do principal banco de fomento do país, o BNDES. Ou seja, o fulano é inidôneo para dirigir um ministério, mas é mantido num cargo como esse. E hoje, a imprensa anuncia que a eternamente sorridente Dª Dilma nomeou novo ministro do Trabalho um aliado de Lupi no PDT, Manoel Dias -- o Ministério do Trabalho se consolida assim como feudo do PDT e o Sr. Lupi, demitido por corrupção pela mesma Dilma, pauta a presidente na gestão dessa pasta. Como 2013 é ano pré-eleitoral, a ex-guerrilheira jogou fora a máscara e mandou às favas a ética e a decência.
- Para assumir o volante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior a afável presidente indicou um motorista de sua confiança, o petista de carteirinha Fernando Pimentel, contra quem pesam acusações fortes de exercício de consultoria e de ganho de montantes elevados nessa atividade quando já membro do governo Dilma. A supersimpática ex-guerrilheira blindou completamente Pimentel e impediu que fosse investigado.
A lista é infindável. Só nos resta torcer para que algum dia, de alguma era, a Justiça que aqui campeia trate nossos políticos, presidentes da República, ministros de Estado e outras autoridades do alto escalão irresponsáveis e pilantras com o mesmo rigor e a mesma independência com que o Sr. Huhne e a Sra. Pryce acabam de ser tratados no Reino Unido.
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